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O sol estava escaldante, a minha vontade era de por um biquíni e pegar um sol no camarote do Maracanã. Mas como isso não era possível, apenas coloquei um body cor de rosa, com a costa nua, sem me importar com as gordurinhas que fossem ficar a vista. Vesti um short branco de brim, curto, mas com o tamanho ideal para não me deixar com a bunda de fora.

- Da próxima vez, arruma ingressos pra gente.- pediu meu pai sorrindo.

- Pai eu nem consigo pra mim.- respondi passando protetor solar no rosto.- As meninas é que me chamam.

- Você e o Diego, nada?

Não havia falado ao papai sobre o "rompimento" com o goleiro, sentia vergonha em dizer que mais um possível relacionamento havia fracassado. Mas ao que parece, seu Eduardo sabia o que acontecia na minha vida, independente se eu contar ou não.

-Nada .- balancei a cabeça de um lado para o outro.

- Como se sente em relação a isso?- perguntou ao massagear meus ombros tensionados.

- Um pouco pra baixo, mas é normal não é?

- Claro que é minha filha, é como dizem, amores vem e vão. Só não era pra ser, ainda. Mas não fica pra baixo não, conhecer o Diego também te trouxe benefícios, você fez novas amigas e ainda frequenta o camarote do Maracanã.

- Pelo menos pra isso, ele serviu.

- Nem tudo é ruim, veja o lado bom das coisas.- o mais velho beijou meu rosto.- agora vai lá, torce muito de lá que eu torço daqui.

Assenti concordando.

Dessa vez eu era convidada de Débora e Sabrina, o lado bom de ser amiga das namoradas do jogadores era esse, ser convidada a acompanhar meu time tão de perto.

Me despedi da minha mãe carrancuda e da minha doce irmãzinha que vestia um camisão do Flamengo.

...

O jogo já havia começado a quase dez minutos e eu ainda estava chegando no estádio, houve um acidente no percurso, atrasando a minha viagem.

Novamente um funcionário do Maracanã me auxiliou lá dentro, me levando até o camarote destinado a família dos jogadores. Senti a energia eletrizante que só o time rubro negro podia proporcionar. Mas tudo parecia um pouco parado, os jogadores estavam quase estáticos em campo.

- O que houve?- perguntei sem antes cumprimentar as meninas.

- Estão analisando para validar o gol do Arão.- Sabrina respondeu apreensiva.

Débora e Catarina tinham a expressão mais amenas, Dandara e Sabrina pareciam querer surtar.

Mais atrás das minhas amigas, estava Diego, com as mãos coladas como se fizesse uma prece. Seus olhos estavam focados nos companheiros, talvez ele nem devesse ter notado que eu estava ali.

- gooool, porra .- Sabrina pulou gritando a plenos pulmões.

Eu não estava prestando atenção, por isso não demonstrei tanta empolgação como eu queria.

- Olha sinceramente, eu preciso de um coração novo.- Dandara comentou com a mão no peito.

Minha costa parecia queimar e nem era por conta do sol, mas sim sentia que alguém me olhava. Meu sexto sentido nunca me enganava. Virei o rosto para trás pegando Diego no flagra, encarando minha costa desnuda. O goleiro sorriu de lado e deu uma piscadela, fazendo meu corpo ter uma reação desconhecida por mim, era como se Diego tivesse algum tipo de poder sobre mim. Que merda.

Tentei focar minha atenção no campo, mas não conseguia, parecia que olhar para Diego era mais interessante que o jogo.

- Vai lá falar com ele.- Catarina falou bem baixinho e acenou para o goleiro.

Destino// Diego Alves ✅Where stories live. Discover now