11

5.9K 441 222
                                    

Eu não perderia a chance de ver meu Flamengo campeão do Brasileirão. Então quando Diego fez o convite, não pensei duas vezes antes de aceitar.

- É isso, você não vai a aula?- mamãe fez a melhor cara de desgosto que ela sabia.

No jogo passado, ela fez questão de ser uma ignorante com Diego, mesmo tendo sido convidada por ele a ficar no camarote do Maracanã. Ainda bem que ele já sabia que ela poderia aprontar algo e não deu tanta importância para os ataques desnecessários.

- Dois dias não vão me reprovar.- respondi sem paciência, enquanto colocava peças de roupa em minha malinha.

- Dois dias? Não vai pra aula amanhã também?

- Não.

- Seu pai e eu pagamos aquela faculdade super cara, pra você faltar porque vai viajar com um homem.

- Na verdade eu vou viajar com uma mulher, a Catarina, Diego já está em São Paulo.- falei sarcástica.- E o meu pai paga as mensalidades, ele inclusive, me deu total apoio para viajar.

- Você.- a mais velha fez uma pausa melodramática, me fazendo a encarar . Minha mãe tinha os olhos marejados,mas felizmente eu já havia aceitado, que era um truque para me chantagear.- Não entende que eu só quero te proteger?

- Proteger do quê mãe? Do Diego?

- Esse rapaz é muito mais velho que você e não vão querer te proporcionar o que você merece, não vai te dar uma família,porque ele já tem, não vai pôr um anel em seu dedo, porque pra ele não vale a pena...

- Mãe, para.- pedi ao respirar fundo, pedindo paciência ao universo.- Como você sabe de tudo isso? É vidente? Me dá o número da loteria aí.- sorrir sem vontade .- E quem disse pra você que eu quero uma família ou um anel em meu dedo? A minha meta não é casar e ter filhos.

Terminei de arrumar minhas coisas e saí do quarto a passos duros, minha mãe tinha o prazer de cortar minha empolgação e me deixar frustrada. Ela coloca tanto mal gosto em mim e Diego, que tenho medo de que isso afete a gente.

- Não quer carona minha flor?- meu pai perguntou.

O homem terminava de dar o nó em sua gravata, provavelmente já tinha até tomado café e eu nem tinha feito essa primeira refeição do dia.

- Não vai te tirar do seu caminho? Eu posso pedir um Uber sem problemas.

- Da tempo de levar você.- ele afirmou.

- Obrigada.- dei um beijinho em sua bochecha.- você podia ter ido me salvar.- apontei com a cabeça para o quarto.

- Não posso começar o dia me estressando.- ele sorriu grande me contagiando.

Meu pai e eu descemos até a portaria junto com a minha irmã, pois logo o transporte a buscaria para levar até a escola. Após Amarílis ter saído, entramos no carro, rumo ao aeroporto,onde eu me encontraria com Catarina, Léo e Dandara. Embora eu também quisesse muito que Sabrina e Débora pudessem ir, mas as duas não podiam largar o trabalho, mas torceria por elas.

- Eu juro pra você que não estou aguentando mais.- desabafei com meu pai.- Porque ela não pode simplesmente aceitar que eu não sou mais criança?

- Eu não sei minha filha, sua mãe está passando dos limites com você de uma forma absurda.

- Eu me sinto mal a cada vez que a gente discute, mas está ficando insuportável conviver com a minha mãe.

- Eu entendo você e não sei mais o que fazer, nem a terapia ela não quer mais fazer.

Destino// Diego Alves ✅Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum