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Viajar para Angra, foi uma das melhores oportunidades que tive para sair de perto da minha mãe. Estou pensando seriamente em sair de casa e viver minha vida sem intromissão dela, por mais que eu odeie admitir, Alana é uma pessoa tóxica e está me fazendo mal, se eu  não tivesse meu pai e os meus amigos do meu lado, talvez nem estivesse mais nesse mundo, porque mamãe entra na minha cabeça de uma maneira que eu nem sei explicar, por mais que eu não esteja fazendo nada de errado,ela me faz sentir culpa por tudo.

- É ela de novo?- Diego saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura, me deixando olhar aquele corpo gostoso dele.

- Sim.- falei meio irritada.

- Não é melhor atender? Talvez ela pare de ligar.- ele sentou na cama e pegou meus pés para fazer massagem. Suas mãos estavam geladas.

- Di, você viu, eu atendi as cinco ligações dela pela manhã, é pra falar a mesma coisa, que eu não deveria viajar com você e que você só quer me usar.

- Êpa, pois diz pra ela que é você que abusa desse corpinho aqui.- o goleiro passou a mão no tanquinho malhado.

- Palhaço.- joguei uma das almofadas nele.

Meu celular tocou novamente e era o número do meu pai, até estranhei, já era quase uma da manhã, Eduardo não se daria ao trabalho de me ligar a essa hora, se não fosse algo sério.

- Oi pai.

- Filha, tá tudo bem com você?

- Claro, por quê?

- Sua mãe disse que estava sentindo uma dor no peito e disse que você poderia estar em perigo.- claramente minha mãe estava passando dos limites com essas chantagens emocionais.

- Pelo amor de Deus, coloca no viva voz aí, por favor.- pedi já impaciente.

- Pronto.- disse meu pai.

- Mãe, para com as suas loucuras, eu estou bem, não corro perigo, a viagem está sendo incrível, por que você simplesmente não me deixa curtir um pouco? Se algo acontecer eu te ligo, agora tenta dormir um pouco mulher.- comecei a falar sem dar a chance dela fazer um escândalo.

- Você não entende minha preocupação porque ainda não é mãe.- a voz da mais velha vinha acompanhada de soluços, devido ao choro. Aquilo fez meu coração se apertar e me sentir culpada.

- É não sou.- agora era eu quem chorava.- Mas não há motivos para se preocupar, eu estou bem, quer as fotos do meu dia?

- Quero.

- Então eu vou mandar e amanhã também mando.

Era minha mãe, apesar de tudo sabia que ela me amava, de uma forma bem tóxica, mas me amava.

Desliguei a chamada e enviei quase todas as fotos para meus pais, inclusive as que Diego estava comigo.

- Me abraça.- pedi a Diego.

Um abraço dele me faria bem.

- As vezes tenho medo da sua mãe te causar algum mal psicológico.- ele confessou me envolvendo em seus braços.- Se já não causou né?

- Vou fazer terapia também, temo em ficar como ela.

- Você não vai ficar.- beijou meu rosto com carinho.

- Tem hora que eu me sinto cansada sabe? Eu fico guardando mágoa, me seguro para não explodir, porque ela é minha mãe, mas parece que guardar essas coisas me fazem mal, sempre depois de uma briga, eu tenho vontade de sumir, não de pegar uma mala e ganhar o mundo, é só sumir, como se nunca estivesse estado aqui.

Destino// Diego Alves ✅Where stories live. Discover now