Capítulo 94

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AVISO DE CONTEÚDO: cárcere privado, manipulação, gaslighting, abuso físico e psicológico, cenas extremas de violência, capacitismo, ataque de pânico.



Namjoon não quis acreditar quando recebeu a notícia da morte do seu pai por Sakura. Ele negou com a cabeça e quando a moça insistiu ser a verdade, o príncipe deu um grito e correu para longe do bunker.

— Eu vou atrás dele — disse Yoongi, quase uma hora depois do namorado correr do local. — Namjoon não pode ficar lá fora, inferno! É perigoso demais!

Hoseok estava sentado em uma cadeira, sua cabeça contra a parede enquanto tentava colocar seus pensamentos no lugar. Era muita coisa ao mesmo tempo, tinha que respirar fundo algumas vezes para não perder o seu fio de sanidade.

— Ele precisa de um tempo — Gyuyoung falou em tom baixo, ninando sua filha no colo. — Namjoon acabou de perder o pai, não poderá estar no enterro e todos sabemos que Kangdae foi assassinado. É muito para se lidar de uma vez só.

Yoongi voltou a se sentar, segurando a mão do namorado no processo. Ele estava nervoso e apavorado caso acontecesse algo com Namjoon.

Porém, antes que começassem a discutir outra vez qual era a melhor alternativa, ouviram sons da senha sendo colocada na porta e em seguida Namjoon entrando no lugar, passando direto por eles e indo para o banheiro.

— Acho melhor irmos para a cozinha, né, amor? — Sakura ponderou, segurando a mão da sua amada.

— Claro, está na hora de preparar a mamadeira de Haneul.

Jungkook, que estava silencioso até o momento, se sentou na cama, com o rosto todo amassado e um bocejar nos lábios.

— Eu vou com vocês, noonas.

— Não! — Hoseok disse. — Você continua deitado, Kookie! Sua febre piorou, você sabe disso.

— Estou bem, só preciso de um copo d'água. O remédio já vai fazer efeito — Jungkook proferiu se espreguiçando e saindo do quarto com as moças e a criança. Ele sabia que os amigos precisavam de um momento a sós, ou tão a sós quanto conseguiriam naquele local apertado.

Hoseok e Yoongi então esperaram que Namjoon saísse do banheiro, coisa que aconteceu minutos depois. O príncipe estava com o rosto vermelho e o cabelo molhado — ele tomara um banho quente.

— Joon — Yoongi foi o primeiro a chamar o namorado, tentando soar calmo. — Onde você estava?

Namjoon sacudiu os ombros, sentando-se em uma cadeira para colocar a sua bota.

— Por aí — respondeu Namjoon.

Yoongi não sabia o que dizer, principalmente por saber que nada naquele momento conseguiria aliviar o coração do namorado. Namjoon precisava sentir o luto pelo pai e sobreviver.

— Vem cá, amor. Deixa eu secar o seu cabelo para você — Hoseok chamou, esticando uma das mãos para que o príncipe se aproximasse de onde ele estava sentado.

Namjoon não resistiu ao pedido e assim fez, sentando-se na frente de Hoseok, que não demorou a usar uma toalha para secar o cabelo do príncipe. Aquele bunker era gelado demais para Namjoon ficar com os filhos úmidos, ainda desconfiava foi isso o que adoeceu Jungkook.

— Você quer conversar? — Yoongi perguntou, com delicadeza.

O príncipe negou com a cabeça, desviando os olhos da parede e fitando o duque.

— Eu quero agir.

— Você está agindo, Joon — o dançarino murmurou. — Você está, as pessoas que você confia estão, o povo está... Woobin está frágil politicamente apesar de se fazer de forte e o povo está clamando pelo verdadeiro herdeiro. Você é o foco dessa revolução, amor.

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