Capítulo 15

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Dois dias.

Apenas duas palavras conseguiram causar uma sensação horrível de sufocamento em Minseok. Sentia como se as paredes estivessem se fechando ao seu redor, prontas para esmagá-lo quando não conseguisse impedi-las. Sentia-se perdido enquanto encarava as feições arrogantes de seus chefes que causavam um misto de raiva e preocupação dentro de si. Seus sentimentos estavam quase gritando e sua mente não conseguia formar pensamentos lógicos naquele momento, tudo que conseguia pensar era naquele maldito prazo que haviam lhe dado e em como ele estava absurdamente distante de encontrar qualquer coisa sobre o assassino.

Jongdae assumiu uma feição de culpa que fez Luhan o abraçar pelo ombro para tentar confortá-lo. Podia-se ver o quanto tudo aquilo tinha afetado o moreno, cujo os olhos estavam focados apenas em Minseok, fazendo-o sentir-se ainda pior. Tudo que o mesmo conseguia pensar foi em como tinha falhado com o detetive e com seus amigos, como tinha estragado tudo se envolvendo com Minseok em uma relação que ambos não sabiam lidar no meio da investigação. O peito do moreno doía em ver a situação que tudo aquilo tinha chegado e se preocupava se Minseok ainda o iria querê-lo por perto depois daquela intimação dos seus chefes.

— Vocês podem ir agora. – disse Sooman fazendo um aceno com a mão para que saíssem – O tempo está bem curto para vocês. – seu olhar era bem severo quando disso isso.

— Olharemos tudo bem de perto. – alertou Zitao com um sorriso de canto.

Os três saíram da sala em silêncio, cada um preso em suas próprias preocupações. Jongdae manteve a cabeça baixa e não sabia se devia ir embora ou tentar conversar com Minseok, então eles apenas ficaram parados em frente a porta por algum tempo enquanto processavam tudo que tinha acontecido e sentiam-se sufocados pela bagunça dentro da delegacia. O moreno pensou o quanto seria bom um abraço de seu pai agora, mas o mesmo devia estar muito ocupado.

Para a surpresa de todos, quem quebrou o silêncio entre eles foi Luhan. Seu olhar estava mais confiante, embora sua aparência ainda fosse de alguém muito fragilizado.

— Preciso contar algo importante para você. – foi direcionado a Minseok que o olhava com a testa franzida.

— Somente para mim? – indagou o detetive notando que o loiro mantinha seu olhar apenas sobre si.

Luhan apenas acenou com a cabeça e depois deu um sorriso para Jongdae, indicando que ele não precisava se preocupar. Deu um abraço apertado no moreno e depois saiu em direção a porta dos fundos, sendo seguido por Minseok, que o acompanhou de cabeça baixa para não ter que encarar o olhar de Jongdae. O detetive não queria ter que encarar o mesmo por vergonha de ter sido humilhado pelos superiores na frente do moreno, mas Jongdae achou que foi porque o mais velho estava com raiva.

Jongdae acompanhou Minseok com o olhar até perdê-lo de vista e depois correu até o banheiro, se trancando para que pudesse deixar a frustração sair sem ninguém ver.

Minseok indicou para que Luhan entrasse no carro, assim podendo conversar sem olhares curiosos ou ouvidos que não foram convidados.

— O que quer me contar? – questionou o mais velho apoiando as mãos no volante e olhando para frente.

— Eu era bem ruim em matemática. – começou o loiro e Minseok se perguntou o motivo daquilo, mas deixou que o garoto falasse – Tirava notas péssimas. – ele riu fracamente – Sehun era o melhor da turma nisso. O professor sempre o elogiava. Então, eu decidi pedir a ajuda dele, mesmo a gente não se conhecendo. Eu achei que ele fosse rir ou que me desprezasse, sabe, aquele jeito dele de parecer ser superior? – deu uma olhada para Minseok e depois voltou para frente – Mas ele foi muito gentil comigo e começou a me ajudar. Eu continuei sendo péssimo, parecia que tudo que ele falava entrava por um ouvido e saia pelo outro e eu não entendia o motivo na hora. Mas, depois de um tempo, eu entendi. – sorriu com a lembrança – Eu estava apaixonado por ele. Eu nunca tinha sentido aquilo antes, então eu fiquei tão confuso e perdido. Não conseguia prestar atenção nele porque minha mente estava alvoraçada demais pensando se ele poderia ou não gostar de mim. Parece idiota, não é? – riu para Minseok, que agora o fitava com atenção – Sehun não desistiu de mim. Então, um dia, eu contei tudo o que sentia a ele. E sabe o que aconteceu? – Minseok negou com a cabeça – Nos beijamos. – o sorriso do loiro era largo – Confessamos nosso amor e tudo que guardamos. – seus olhos brilhavam enquanto contava – E no outro dia, surpreendentemente, comecei a entender todas as lições dele sobre matemática. Não consegui ser um gênio, mas eu consegui aprender com ele e passar nas provas.

Scream [xiuchen]Where stories live. Discover now