Capítulo 19

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Jongdae sentia-se impotente. Seu corpo gritava para que ele reagisse e lutasse contra os assassinos, que pegasse uma faca das gavetas e usasse nos mesmos. Mas, também sabia que isso seria completamente inútil, e não causaria somente sua morte, como também de seus amigos. Se estivesse sozinho poderia tentar se defender, mas não podia arriscar a pele dos rapazes apenas para demonstrar coragem. Tinha que ser esperto, precisava estar um passo a frente e ter um plano. Foi isso que fez. Deixou sua mente alerta projetar qualquer chance que tinha ali de se livrar dos assassinos e salvar seus amigos.

O assassino com o celular continuava com a arma apontada na direção deles. Jongdae abaixou-se para ajudar Baekhyun a carregar Chanyeol em direção ao porão, o maior tremia e, embora tentasse andar com passos firmes, suas pernas vacilavam por conta da dor. Jongdae notou que o mesmo tentava esconder isso, mas seu rosto estava contorcido. Afinal, tinha sido um tiro, não conseguia nem imaginar a dor do amigo.

Luhan caminhava trêmulo e de olhos arregalados atrás deles. O assassino com o chicote continuava a açoitar o chão aos risos apenas para ver o loiro em desespero. Jongdae sentiu seu sangue queimar, sabia que aquele era o que estava por trás dos planos mais sádicos até agora. Não importava quem fosse, ele prometeu que iria matá-lo.

O porão estava escuro e o cheio de madeira velha e poeira impregnava o lugar, fazendo as narinas arderem. Jongdae sentia seu estômago apertando, mas a adrenalina do momento o ajudava a suportar. Cuidadosamente, ajudou um Baekhyun, em meio a lágrimas, a descer Chanyeol pela escada que rangia a cada passo que davam. Não conseguiam ver nada ali, nem mesmo a luz do luar conseguia uma brecha para entrar. A luz do andar de cima pouco ajudava também, iluminando apenas alguns degraus.

Quando sentiram o chão firme, saltaram de susto ao ouvir o baque de Luhan caindo contra o mesmo. Jongdae olhou para trás e viu que o assassino do chicote tinha chutado o loiro da escada por diversão. Cerrou os punhos e tentou controlar seu corpo para que não voasse em cima do encapuzado e o socasse. Deixou Chanyeol apoiado apenas em Baekhyun, e seguiu até o outro, apoiando o braço do amigo em seus ombros. Trocou um breve olhar com Luhan.

O moreno sentiu um empurrão nas costas e foi obrigado a dar alguns passos desajeitados para frente. Sabia que tinha sido uma arma contra sua pele, por isso resolveu apenas obedecer. Continuou sendo empurrado até que tropeçou em alguma coisa e caiu com Luhan no chão. Ouviu vários gemidos ao mesmo tempo e sentiu algumas pernas abaixo de si. Sabia que não eram de Chanyeol nem de Baekhyun, ambos estavam um pouco longe e havia mais pernas ali. Começou a tatear com as mãos e identificou três pessoas ali, provavelmente amarradas e amordaçadas, as ouvia tentarem dizer algo, mas suas vozes eram abafadas.

— Quem está aí? – perguntou o moreno tentando identificar as pessoas.

Logo, uma lâmpada se acendeu no teto. Sua iluminação era fraca e amarelada, o que dava um aspecto ainda mais assustador no porão, projetando várias sombras gigantes pelas paredes. Jongdae piscou algumas vezes e então olhou para as pessoas ali.

— Sehun! – ouviu Luhan gritar em alívio e desespero ao mesmo tempo. O loiro chorava de soluçar enquanto abraçava o namorado amarrado e com uma fita adesiva nos lábios.

Jongdae arregalou os olhos quando identificou Jongin e Kyungsoo abaixo de si, ambos também amarrados e com fitas nos lábios. Jongin estava com a expressão de puro ódio, mas Soo tinha o pânico estampado e seus olhos estavam vermelhos. Rapidamente, o moreno buscou Chanyeol e Baekhyun com o olhar, os encontrando a alguns passos dele, ambos também jogados no chão. O maior sangrava muito e Baekhyun tinha o rosto tão pálido que Jongdae teve receio que ele desmaiasse a qualquer minuto.

Antes que pudesse falar qualquer coisa, o moreno sentiu alguém arrastando seu corpo para trás e suas mãos sendo amarradas fortemente. Sentiu a fita adesiva grudar em sua pele. Logo, foi empurrado novamente para frente. Ficou entre Sehun e Jongin, virou o corpo para que pudesse ficar de olho nos assassinos. O do celular continuava em pé parado enquanto o sádico fazia tudo.

Scream [xiuchen]Onde histórias criam vida. Descubra agora