Capítulo 14

86 19 159
                                    


O cômodo mais parecia um cubículo, era possível vê-lo por completo na tela da televisão. Um jovem loiro estava acorrentado pelos tornozelos e seu corpo estava deitado no chão cinzento e aparentemente frio. As paredes de concreto estavam rachadas e o teto de madeira abrigava uma lâmpada velha pendurada pelos fios elétricos. Parecia ser um porão de alguma casa, mas não dava para dizer ao certo onde. Não havia mais nada ali além das correntes enferrujadas e o rapaz loiro.

Não dava para ouvir nada até que o rapaz loiro, Luhan, abriu os olhos e soltou um grito. Lutou contra as correntes com ferocidade, chegando a machucar um pouco seus tornozelos. Sua roupa estava suja e seu cabelo loiro mesclado com escuro de sujeira. Um pouco de terra estava ao redor, provavelmente tinha sido arrastado pelo chão barrento até ali. O garoto gritou até que sentiu a garganta secar. Ninguém apareceu por um tempo.

Luhan checou seus bolsos em busca do celular, mas não o encontrou. Começou a analisar o local até que um barulho chamou sua atenção. Ele olhou para cima e viu uma escada ser colocada. Rapidamente o rapaz foi de encontro com a parede e agachou-se em instinto de proteção. Logo, uma pessoa encapuzada e com roupas pretas desceu até ali. Seus rosto tinha a máscara que eles tanto temiam. Luhan não fez nenhum movimento ou som, apenas observava o assassino com os olhos arregalados e marejados de lágrimas.

O assassino olhou em direção a câmera e fez um pequeno aceno com a mão e depois voltou sua atenção para Luhan. Aproximou-se do garoto e retirou um chicote preto de dentro das vestes. O loiro fechou os olhos por impulso e retraiu o corpo.

Um.

Dois.

Três.

Foram três chicotadas seguidas pelo corpo do garoto que não soltou nenhum grito, mas mordia o lábio indicando que se segurava para não fazê-lo. Mantinha os olhos fechados e agora colocava os braços na frente do rosto. O chicote tinha rasgado partes da roupa do menino e podiam ver um pouco de sangue escorrendo pelos ferimentos.

As próximas chicotadas vieram com mais força e mais velocidade.

Demorou mais um tempo até que o garoto soltasse um grito. Seu lábio estava machucado por conta de ter mordido.

Mais uma.

Duas.

Três.

Outro grito.

Mais uma.

Duas.

Três.

Sehun desligou a televisão e foi em direção ao aparelho de DVD, retirando o disco e o quebrando ao meio com fúria nos olhos. Seu rosto estava vermelho quando atirou os pedaços do disco no chão e ia em direção a parede, depositando uma série de socos e chutes na mesma. Ele gritava em raiva e algumas lágrimas caiam de nervoso.

Todos observavam em silêncio, cada um presente chocado demais para interromper o ataque de fúria do amigo. Lágrimas escorriam pelo rosto de Baekhyun, que agora olhava para Luhan como se sentisse a dor dele.

Não havia nada a ser dito ali. Minseok percebeu que o ar estava carregado de emoções e que teria que medir com cuidado qualquer palavra que fosse pronunciar, qualquer deslize poderia desencadear uma briga ou um surto de qualquer um dos meninos e ele não queria que nenhum deles acabasse tendo que ser detido para a polícia por agressão. Manteve-se alerta ao mínimo sinal de movimento no quarto.

Jongdae sentiu as mãos do detetive entrelaçarem as suas e encarou o olhar felino do mais velho. O detetive sabia que o moreno, provavelmente, não faria nada aos seus amigos, mas preferiu não arriscar deixá-lo pensar demais sozinho. Segurou os dedos do mais novo com firmeza até que viu o mesmo piscar algumas vezes e respirar fundo.

Scream [xiuchen]Onde histórias criam vida. Descubra agora