Equação da Relatividade(Prólogo)

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Park Jimin

O que é ser uma criança superdotada? Segundo o psicólogo americano Joseph Renzilhai, a superdotação pode ser dividida em dois tipos: a acadêmica, considerada a mais fácil de ser identificada por testes de QI, e a produtivo-criativa, caracterizada por uma maior qualidade na produção científica e criativa.

Tendo em vista essa informação e todos os testes submetido quando eu não tinha nem idade para falar, mesmo assim já dizia perfeitamente tudo que se passava na minha cabeça. Isso pode ser sonho de muita gente, mas com toda certeza não era o meu.

Meus pais identificaram os sinais quando aos cinco meses eu já tinha a facilidade para andar e engatinhar, aos nove eu já falava "pelos cotovelos", com um ano e meio eu conseguia ler livros que acredito que mesmo sendo adultos vocês não conseguiriam ler. Essa é a questão, toda, essa inteligência fez com que eu perdesse a melhor fase da minha infância, ou adolescência, minha vida começou a mudar de verdade quando aos 6 anos, por muita insistência da minha mãe eu me inscrevi na olimpíada de matemática da minha escola, ganhei em primeiro lugar passando para as outras fases até por fim sair em vários jornais como a criança mais inteligente do país.

Terminei meu ensino médio aos 10 anos, tive que deixar meus pais em minha cidade natal e voar para o desconhecido, comecei a faculdade de física no ano seguinte morando na casa do meu tutor, é esquisito, eu nem ao menos entrara na puberdade, mas já resolvia problemas de adultos. Minha rotina era tão pesada que às vezes eu esquecia que tinha meus pais, me encontrava em cada livro que lia e me perdia nas histórias que não eram minhas.

[...]

— Ei! Garotão, posso saber o que se passa nessa cabeça genial e juvenil? — Hope perguntava enquanto pegava os camarões do meu prato.

— Farei 18 anos... — respondo ainda perdido em minha retrospectiva.

— Sim, finalmente conseguirei parar de te olhar como uma criança. O que faremos? — perguntou animada molhando o camarão no 'ketchup'.

— Ei! Você sabe que não pode fazer isso, agora tem resto de camarão no meu molho, Hope sou alérgico. — Reclamo triste porque agora minhas batatas ficariam secas.

— O que tanto está te deixando estressado, você não é assim, está fazendo aquela cara quando está pensativo e triste, tipo cachorro pidão. — Pergunta preocupada, conheci Hope quando iniciei minha segunda faculdade, fizemos uma matéria juntos e ela quase morreu ao saber minha idade.

— Eu vou fazer 18 anos nesse final de semana, e o que eu fiz? Estudei feito um condenado e agora sinto que perdi os melhores anos da minha vida, eu não aguento mais tantos cálculos, não quero ficar preso em um dormitório enquanto as pessoas da minha idade vivem como se o mundo fosse acabar amanhã.

— Certo, não pensei que estava surtando, não pode ser tão ruim assim, venha e me diga, qual foi a coisa mais interessante que você já fez? — indagou.

— Fiquei 24 horas tomando café e assistindo cosmos. — Respondi animado, mas assim que terminei minha frase notei o quão sem graça sou.

— Meu deus, isso é um caso sério. — falou e após esperar tanto roubou o 'ketchup' — pensa pelo lado bom, pelo menos você não é virgem, apesar que seu ex super 'nerd' não conta. — falou. — Olha quer mesmo ter história para contar? — concordo freneticamente. — Então você vai comigo a festa de volta as aulas do meu primo. — disse simples.

— Não vou a uma festa de colegial, sério? Eu já passei dessa fase.

— Mas não viveu, não beijou mais de uma pessoa em uma noite, não bebeu até cair e nem mesmo transou com um desconhecido. Pensa comigo, são pessoas da sua idade, e não é como se você fosse voltar a essa cidade, não sujará seu currículo de bom moço. — Tentou me convencer.

— Posso até ir a uma festa, no máximo beber, mas nada de beijar gente desconhecida, isso pode me trazer IST'S, sabe quais são as chances? E nem mesmo transar, preciso de no mínimo um exame completo. — Faço uma cara de nojo.

— Então sairemos que amanhã temos um aniversário épico para comemorar, você será o melhor 'gay' e mais bonito de Glendale e tirando pela época que eu morava lá os homens eram muito gostosos. — Me arrancou um sorriso. Eu gostava tanto de Hope, se tinha uma pessoa para me fazer sorrir é ela, seu jeito meio doido contrastou com o meu lado racional e então nos tornamos melhores amigos.

O resto do dia andamos por toda Pasadena e como meu ataque de pelanca havia passado graças a minha melhor amiga, deixei que ela escolhesse o que eu vestiria em meu aniversário.

— Estou me sentindo como um prostituto. — A alerto.

— Olha esse seu corpinho pequeno ficou muito sensual nessa roupa, mas é pedir demais tudo muito colado, ficaremos com a calça de couro e colocar algo mais solto. — Procurou pelas araras estendendo duas blusas.

— Branca ou vermelha? — Pergunta, mas antes que eu pudesse responder ela faz por mim. — Cetim branco vai te deixar mais angelical, contudo, ainda vou fazer um belo de um esfumado em seu olho para tirar essa pureza aí. — Guardou a blusa vermelha e grudou em meus braços me arrastando até o caixa. Eu ganho uma mesada todo o mês, para conseguir me manter aqui, ainda tenho meus tutores e meus pais para ajudar, então como as roupas não eram caras, eu comprei.

Quando chegamos a casa, no apartamento em que divido com minha melhor amiga eu me deitei no sofá, cansado de andar para todos os lados e tentando esconder o quanto eu estava ansioso para meus 18 anos, suponho que eu estava com um bom pressentimento sobre isso, sobre comemorar meu aniversário em uma festa aleatória de colegial em outra cidade. 

A Fórmula da Liberdade - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora