Capítulo Vinte & Um: Bem Vindos À Guerra.

36 5 0
                                    

Existem pessoas que detém parte do poder do mundo, grandes nomes, anônimos, pessoas que a mídia nem sabe da existência mas tem tanto poder que só de ver o andar, sabemos que ali, naquele ponto exato da vida, é difícil de chegar.
Desde que saímos da base, estamos trocando de carro a cada hora, o que tem sido complicado, mas antes de sair, fiz uma ligação, Sophia Harvelle Miranda, a mulher e conselheira do boss da máfia Russa foi quem se prontificou a me ajudar, segundo ela, ela respeita minhas escolhas, mesmo que não entenda porque as fiz, ela mesmo assim optou por ajudar.
Sophia é quem enviar os carros e os deixa em pontos estratégicos para entrarmos e seguirmos viagem, normalmente, estacionamentos de shopping, supermercados movimentados, lanchonetes, lugares que ninguém presta atenção no que se passa ao redor, assim fica mais fácil de entrarmos, ligarmos o carro e sairmos.
Existe crime na honestidade e na justiça, da mesma forma que existe honestidade e justiça no crime, quando se entende isso, a mente humana virá uma confusão.
_Quem é essa que está nos ajudando mesmo? - Michael pergunta.
_A rainha! - Ayla falou.
_Rainha? - Perguntei, segurando o ar de riso.
_Ué, já viram aquela mulher chegando nos lugares? Com os tri gêmeos então, juro que ela parece que saiu de um filme! Quando crescer quero ser assim! - Ayla fala, Lorenzo ri.
_Seus pais sabem que estamos indo? - Kent perguntou.
_Claro! - Falei.
Estamos indo, ou, tentando ir para o Brasil, precisamos de um plano, armas, dinheiro e pessoas, pessoas dispostas a morrer, é cruel falar isso mas Ross é uma pessoa poderosa e sem medo de matar, então, quando as coisas ficarem complicadas, vamos precisar de pessoas para se sacrificar, eu odeio isso, essa parte me destrói a cada segundo, mas ela é, apesar de cruel, necessária.
_Vamos trocar onde? - Karl pergunta.
_No hotel onde vamos passar a noite! Lorenzo, Ayla, Gustavo e Eu vamos ir buscar o dinheiro para pagar o jatinho! - Falei.
_Laura, está tudo bem? - Kent perguntou.
Forço o sorriso e olho para ele.
_Claro! - Exclamei.
A maioria não percebeu, talvez nem Lorenzo tenha percebido, mas Karl e Kent notaram o quanto estou estranha, a alguns dias, quando estávamos em uma pousada, os enjoos começaram, tonturas frequentes e apesar de eu estar me alimentando razoavelmente bem, desconfio que não seja por conta da comida e nem por conta do constante estresse.
Mas comprar um teste de gravidez a essa altura do campeonato está fora de questão, no momento, ao menos.
_Vai dar certo! - Ayla falou, segurando minha mão.
_Você falou com o seu pai? - Perguntei.
_Sim! Ele já deixou o responsável avisado! Vamos chegar, pegar e sair! - Ayla falou.

A C.I.A declarou que estamos momentaneamente foragidos, eles não falam publicamente sobre isso, mas tecnicamente somos oficialmente, desde ontem, uma equipe em processo de desertor, isso significa que se, entramos no aeroporto, vamos ser "convidados a não fazer o embarque ", isto é, teremos que, passar por um longo interrogatório dentro das salas do FBI.

Chegamos ao hotel poucos minutos depois de eu ter pego no sono, Lorenzo foi quem me acordou, para sairmos do carro e parte de nós, entrarmos no outro carro, e a outra parte, ir descansar.
Kent, Michael e Karl foram para os quartos dormir um pouco, eu e o restante da equipe seguimos, com o mesmo carro, seguindo o GPS que irá nos levar até uma das empresas do pai de Ayla, Heitor, irá nos emprestar, o dinheiro para pagarmos o voo particular que irá nos levar até o Brasil. Thomas Harvelle foi quem arrumou esse jato, ele pediu para não falarmos nada, apenas seguirmos a pessoa que estará esperando por nós, assim que chegarmos no aeroporto.
Quando se está indo em direção ao desconhecido, o medo não vem a tona até o momento exato de contato, mas quando se sabe onde está indo, você quase sempre sente medo.

Duas horas depois.

_Chegamos! - Ayla falou, arrumando o cabelo.
_Uau! - Exclamei ao olhar para o prédio.

Ayla nos fez parar em um shopping e nos fez - contra a nossa vontade - comprar roupas novas, ela agora veste uma calça jeans preta cintura alta, uma blusa fina de manga cumprida, vermelha, uma jaqueta de couro preta por cima.
Eu estou vestindo uma calça jeans azul marinho, cintura alta, uma blusa de manga longa, sem jaqueta.
Gustavo está com a mesma roupa, apesar de Ayla ter insistido para ele comprar algo ele apenas vestiu uma jaqueta de couro e revirou os olhos, depois de muita insistência, ele colocou óculos escuros sorrio.
Lorenzo está todo de preto - ainda não me acostumei com essa sendo a cor favorita dele - apesar de achar que ele fica extremamente lindo, preferia que tivesse escolhido outra cor, mas sei que se falasse algo ele iria me ignorar e sorrir.
Entramos na empresa que agora está a todo vapor, Ayla assumiu a postura perfeita de filha do dono da empresa e rapidamente se livrou da recepcionista, que nos liberou, tão rápido que quase não acreditei.
Entramos no elevador.
_Odeio elevador! - Falei, fechando os olhos e encostando a cabeça no peito de Lorenzo.
_Respire fundo e se concentre, já estamos chegando! - Lorenzo falou, segurando minha mão.
Tenho sorte em ter ele.

_Laulau, relaxa! Quando foi a última vez que buscamos tanto dinheiro assim? - Gustavo perguntou.
_Não lembro! - Falei, rindo.
_Então, chegamos! - Ayla falou.
Ayla entrou na sala da presidência, falou com o vice presidente e saiu, com uma mala, cheia de dinheiro, desses quinhentos mil, quatrocentos serão para pagar o custo da viagem e o restante, para darmos um jeito de limparmos nossa barra quando Ross finalmente morrer.
_Vamos logo! - Lorenzo falou, olho para ele, que está tenso, ele olha para os lados o tempo todo, sei que ele viu algo que eu e os outros não vimos, por isso ele colocou o corpo em frente ao meu, a medida que andamos até a saída do prédio, Gustavo assumiu a direção do carro, depois de Lorenzo olhar para os lados mais uma vez, encarei ele.
_Que foi? - perguntei.
_Achei que tinha visto algo, mas não era nada! Só vamos logo! Thomas não vai enrolar o FBI por muito tempo! - Lorenzo falou.
_Amor, é o Thomas! - Falei.
Thomas Harvelle passa despercebido por qualquer policial, ele tem a postura perfeita, os olhos mais azuis que já vi, ele sempre está muito bem arrumado e mesmo matando quinze pessoas no mesmo dia quando foi necessário, ele ainda assim, passa despercebido.
_Me lembre de agradecer a eles! - Lorenzo falou.
_Eles sabem! Sobre... O rastro de Ross, infelizmente eu precisei contar! - Falei.
_Tudo bem! - Lorenzo falou.

Assim que chegamos no hotel, pegamos nossas poucas coisas e acordamos o restante do que um dia foi uma equipe, então, entramos no carro e seguimos para o aeroporto.
Na minha mente, pedi para o meu possível bebê aguentar firme, só mais alguns longos dias, e depois, terei a paz que ele ou ela, precisa para viver.






Votem e comentem!!!

Diante Do Seu Olhar - Livro 2 - जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें