Capitulo Doze: código 357-6

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"Um dia você vai se dar conta de que está fazendo aquilo que nasceu para fazer!"

Eu nunca esqueci dessa frase, ela ecoa na minha cabeça toda vez que eu vejo a numeração 357-6 em um arquivo. Essa numeração sinaliza os casos que devem ficar em segredo de estado, para proteção de vítimas, ou, de soldados.
Olha para o alvo, calculando a velocidade do vento mentalmente, respiro fundo, lembrando do meu treinamento no Brasil.

Aos quatorze anos de idade eu cismei que iria aprender a atirar, para ajudar meu pai no comando do morro, levou meses para que ele aceitasse a ideia, minha mãe apenas me olhou e perguntou se eu tinha certeza, mesmo estando furiosa comigo por quere...

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Aos quatorze anos de idade eu cismei que iria aprender a atirar, para ajudar meu pai no comando do morro, levou meses para que ele aceitasse a ideia, minha mãe apenas me olhou e perguntou se eu tinha certeza, mesmo estando furiosa comigo por querer fazer o errado, quando falei que tinha, ela suspirou e pediu para que meu pai deixasse, ao contrário do que acontece com a maioria dos filhos de traficantes grandes como meu pai, quem me treinou foi ele, ele sentava e me olhava
atirando, toda vez que eu fazia algo de errado, ele cruzava os braços e falava.
"Você está morta agora!"
Ele não estava errado, muitas vezes errar um tiro custa a própria vida ou a vida de alguém que amamos.
Flashback.

O campo de tiro improvisado fica no alto do morro, meu pai me levou até ele e se sentou na cadeira, ele sempre fica sentado me olhando treinar, depois de me ensinar o básico, que foi, como atirar sem me machucar e como manusear uma arma, ele passou a fazer isso, apenas me observar, seu semelhante fica fechado o tempo todo, ele não expressa nada além de braços cruzados e olhos atentos, quando os olhos se reviram ou os braços se cruzam mais forte, eu sei que ele vai falar que morri, por errar o tiro.
Não acho que ele seja ruim por isso, ele está tentando me fazer mudar de ideia, está tentando a todo custo não acreditar que a filha dele em breve irá para um confronto junto à ele, nenhum pai sonha com isso, nem mesmo os mais errados.
_Está morta! - Meu pai exclama, levantando a sobrancelha.
Respiro fundo, sinto o vento bater nos meus cabelos, está chovendo, estou completamente molhada por ela e provavelmente irei ficar gripada, mas preciso acertar o alvo antes de ir embora, não por ele, mas por mim.
Respiro fundo de novo e me preparo, fecho os olhos, quando abro eles, miro e atiro.
Olho para o meu pai que está com a expressão neutra, enquanto estou sorrindo sem parar.
_Agora nós vamos embora! - Falo, andando em direção ao carro.
_Se ficar doente eu te ponho de castigo para o resto da vida, ouviu?  - Meu pai perguntou.
_Também amo o senhor, sabia? - Pergunto, olhando para ele.
_Laura, você precisa me obedecer! - Meu pai fala, irritado.
_Eu obedeço, meu amor! Mas o senhor sai arriscar a vida todos os dias e eu estou cheia de não poder fazer nada! Quantas vezes eu deixo de dormir para esperar você e a mamãe? Sem saber se irão voltar? Se eu estiver lá posso ajudar bem mais que dentro de casa e vocês sabem disso! - Exclamei.
_Que seja Laura! - Meu pai falou.
Fim do Flashback.

Demorou quase um ano para ele me deixar ir para a ativa, mas quando ele deixou, viu que não adiantava me deixar longe deles, proteger sempre foi a minha maior missão, mesmo que isso fosse errado e eu soubesse que meu pai tentou sair duas vezes do mundo onde está, não iria deixar os dois enfrentarem tudo sozinhos.
Saio do campo de tiro irritada, apesar de estar atirando melhor do que nunca. Entro no meu quarto e mando mais uma mensagem para Lorenzo.
Sem resposta, outra vez.

_Laura! Presta atenção! - Jay falou, me cutucando

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_Laura! Presta atenção! - Jay falou, me cutucando.
_Desculpa! - falei
Estamos tentando assistir um filme, o qual Jay escolheu porque, a minha cabeça está girando em torno de Lorenzo ter sumido por dois dias seguidos, sem dar notícias e ainda estar do mesmo jeito, sem voltar para a base, ou, se preocupar em atender ou responder as minhas inúmeras mensagens e ligações.
Kent me falou sobre a missão dele e mostrou a última comunicação, estou furiosa com ele por não ter dado notícias, mas uma parte de mim ficou em paz em saber que ele está bem e chega muito em breve.
Callie e Kent estão jogando videogame, Karl saiu e Michael esta treinando desde que voltamos, talvez ele nem sequer tenha dormido, depois da missão.
Vou para a cozinha e faço o jantar, cozinhar para seis pessoas não é tão difícil quanto imaginei que seria, mas, preciso fazer mais comida do que o normal já que, essas seis pessoas passam o dia fazendo exercícios e treinando sem dar pausa. Callie me ajudou, fazendo a salada e o suco.
_Laura se superou! - Karl falou, colocando mais comida no prato.
_Realmente! - Kent falou.
_Já pode casar! - Michael falou.
Jay deu um tapa nele, que ficou esperando a explicação.
_Não usa essa frase, ela é agente da C.I.A, cozinha bem, ela pode matar alguém envenenado, abrir um restaurante, casada ela já é! - Jay falou, Michael riu.
_Crianças! - Kent falou, revirando os olhos.
_Falando em crianças, seu aniversário está chegando, quer fazer algo além de ficar falando que não quer fazer nada? - Perguntei.
Kent começou a rir.
_Péssima hora para ser seu amigo, sabia? - Kent perguntou, retoricamente.
_Ah gracinha, você sabe que a gente sempre faz algo, não precisa fingir que não quer uma festa! Você pode deixar a gente fazer, ou, escolher o que quer fazer! - Callie falou, tomando um gole do suco.
_Está bem! Nós vamos para um passeio e depois para uma festa! Vocês podem escolher qual será a festa mas eu escolho o passeio! - Kent falou.
_Visto que estamos no meio do nada... - Karl falou.
_Não estragar a magia! - Michael falou jogando uma colher de feijão na testa de Karl.
_O que foi isso? - Jay perguntou.
_Feijão no bobão! - Michael falou.
_Eu vou arrancar a sua cabeça a fazer carne moída com o seu cérebro! - Karl falou.
_Uh, vem incrível Hulk! - Michael falou, se levantando lentamente da cadeira onde estava.
_Isso não vai dar certo! - Avisei, olhando Karl se levantar.
_Vou matar ele Kent! - Karl falou.
_Feijão no bobão! - Kent falou, debochando.
Michael saiu correndo por a sala e Karl foi atrás dele, os dois se agarraram em uma luta para ver quem conseguia se livrar do outro.
_Palhaço! - Karl falou para Michael, que saiu correndo o pulou por cima do sofá.
_SE QUEBRAR A TELEVISÃO EU ARRANCO O SACO DOS DOIS! - Callie gritou.
_Vem aqui que eu quero te bater sem irritar a pinscher ruiva! - Karl falou, Michael começou a gargalhar.
_Eu saio por três dias e volto com essa bagunça? O que vocês são, a quinta série? - Lorenzo perguntou, entrando em casa.
Desviei o olhar tirando meu sorriso do rosto.




Votem e comentem.
O que será que vem por aí?

Diante Do Seu Olhar - Livro 2 - Where stories live. Discover now