Capítulo Dezenove: Me Desculpe, Não Poder Ficar.

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_Onde eles estão? - Ross pergunta, mais uma vez, acertando meu rosto.
_Que tal olhar dentro da sua bunda? - Perguntei, olhando para ele.

Minutos atrás eu estava presa a um sonho muito real com Pietro, olhar para ele novamente, parecendo vivo, me abraçando, me faz querer chorar por horas seguidas, sem parar, sem pensar no meu lado forte que agora luto para que não deixe transparecer o quão quebrada estou, o quão quebrada eu sou.
Flashback...

_Oi amor! - Pietro exclama, enquanto eu choro, agarrada a ele.
_Pietro, eu morri? - Perguntei, Pietro sorrio, segurando minha mão, acariciando meu rosto logo em seguida.
_Não! Mas eu faço parte do seu céu! Sou parte de algo que você precisa ver para voltar! - Pietro falou, se sentando meu meu lado.
Estamos em um lindo campo, onde eu consigo ver algumas rosas e outras flores plantadas, o lugar é tão lindo que mal consigo explicar, a visão de estar aqui é incrível.
_Eu não posso ficar? - Pergunto, olhando para Pietro.
_Não, você precisa viver, ser feliz, Laura! Lorenzo está esperando por você, no mundo real! - Pietro falou.
_Lorenzo... você sabe sobre ele? - Perguntei, olhando para Pietro.
_Amor eu sei de tudo, eu observei você pode anos, estava quando se conheceram! Eu aprendi a gostar dele! - Pietro falou, fazendo uma breve careta.
Algo em mim quis rir dele.
_Sinto muito, que você tenha partido por minha causa! - Falei.
Pietro me encarou.
_Não é assim que a vida funciona amor, não foi por sua causa, Deus, o universo ou os astros, como queira entender, sabia sobre toda a minha vida, infelizmente não existia uma forma de vida onde eu ficasse, eu demorei para entender isso, ver você sofrendo me fez sofrer junto, ver que nosso bebê se foi, também, mas, quando você sofre eu sofro, por isso que fico feliz por você estar casada com Lorenzo, eu sei que ele te faz bem! - Pietro falou.
_Nosso bebê.... - Falo, lembrando de como tudo foi traumático.
Com a morte de Pietro, no dia que eu ia contar que estava grávida, acabei perdendo o bebê.
_Laura, não foi sua culpa! Nada disso, amor! - Pietro falou.
É estranho, sei que ele está falando comigo, mas ainda assim eu não consigo parar de pensar que Pietro está morto.
_Você precisa ir! - Pietro fala.
_Eu te amo! Você me ensinou tanto sobre o amor! - Exclamei.
_Eu também! Para todo o sempre! - Pietro fala, então, volto a realidade, lentamente.
Fim do Flashback.

_Não adianta, não vamos falar! - Gustavo falou.
_Então irão morrer, sabem disso! Vale a pena morrer por aqueles que nem tentaram salvar vocês? - Ross pergunta.
_Eu morreria por muito menos! - Falei, olhando para ele.
_Vamos ao fim disso! - Ross falou, saindo da sala, provavelmente para buscar a arma.

Parte do teto cai assim que ele sai da sala, vejo o corpo magro de Callie passar por o mesmo.
_Bem na hora, ruiva! - Gustavo falou, olhando para ela.
_Vamos, preciso soltar vocês! - Callie fala, soltando Gustavo, em seguida, entregando uma arma para ele.
_Cadê o resto do pessoal? - Perguntei.
_Nos esperando, fui a única que conseguiu passar nos tubos de ventilação! - Callie falou.
Callie me entregou uma arma e seu colete aprova de balas, ela usa um macacão, que foi projetado para ser resistente ao impacto de balas.
_Como saímos? - Gustavo perguntou.
_A janela, no fim do corredor, aperte isso e ela vai quebrar! - Callie falou, entrando um controle do que eu deduzi ser explosivos.
Callie saiu na nossa frente, ela matou dois agentes que apareceram, infelizmente, entre a nossa vida e a deles, escolheremos sempre a nossa.
_Vai Gus! - Falei.
Gustavo apertou o botão e acionou os explosivos, fazendo do vidro, pó, Callie jogou os cabos de aço para Jay, que os prendeu em um lugar seguro.
Em seguida, Callie pendeu o cabo de segurança e olhou para mim.
_Vai Laura! - Callie exclamou.
_Gustavo vai antes! - Falei, empurrando Gustavo a minha frente.
_Laura! - Gustavo tentou falar.
_Não, você vai ir antes, sem discussão! - Falei.
_Estamos perdendo tempo! - Callie falou.
_Estou indo! - Gustavo falou.
O plano funcionou, Gustavo se segurou ao ferro e desceu até o chão, estilo tirolesa, ao chegar no chão, imediatamente foi guiado para dentro de um carro.
_Você, vai! - Callie falou.
Me segurei o máximo que pude, firme, pensando que não poderia soltar nem se  quisesse, o vento bater contra o meu corpo assim que ouvi os tiros vindo do lugar de onde estávamos.
Meus pés tocaram o chão no momento em que Callie passou por a janela, se segurando.
_Callie, tudo bem? - Escutei Karl perguntar.
Callie nos olhou, pálida e sorrio, em seguida, caiu no chão.
_CALLIE! - Gritei, correndo até ela.
O rosto de Callie Garden que sempre está corado, agora, está completamente pálido, quase sem vida, seus olhos estão semiabertos, ela me olha, a medida que seguro seu corpo.
_Callie fala comigo! O que aconteceu? - Perguntei, tocando seu rosto, desesperada.
Sem dizer uma palavra, Callie aponta para seu macacão, vejo as marcas de lâminas evidentes agora, que o sangue começou a passar por elas.
_KARL CHAMA AJUDA! - Grito.
_Callie fica comigo! Eu estou aqui, não vai fazer isso, não desiste! Por favor! - Imploro, tocando seu rosto.
_Você... é uma... boa amiga! - Callie falou, quase sem forçar.
_Quieta, você não vai se despedir, você vai ficar comigo, entendeu? - Pergunto, olhando para ela que agora está deitada com a cabeça nas minhas pernas, seguro o corpo de Callie com firmeza.
_Estão vindo, aguenta aí! Por favor! - Karl falou.
_Grandão... irritante... não esquece de mim... eu amo..vocês! - Callie falou, lutando para manter os olhos abertos.
_Para com isso! Para agora, eu vou deixar você ir, não vai funcionar assim! Está me ouvindo? Você vai ficar aqui! Eu não... eu te ponho nas costas e te carrego! Não deixa a gente! - Karl implora, tirando a camiseta para por nas feridas de Callie.
_O que aconteceu? - Jay perguntou, se aproximando de nós.
_CADÊ O CARALHO DO CARRO? - Karl grita.
_Estão vindo! Estavam cercados! - Jay falou.
Olho para Callie que não para de sangrar, ela segura minha mão, então, seus olhos se voltam para Karl.
_Cuida... do... grandão! Ele não... sabe se cuidar! - Callie pede.
_Você vai cuidar, de todos! Para com isso! - Falo, acariciando seu rosto.
_PÕE ELA AQUI! - Lorenzo falou, abrindo a porta de uma ambulância.
_Karl! - Chamo ele, que estava sentado na calçada, chorando.
Karl pega Callie no colo, depressa e põe o na ambulância, entro na mesma e começo a procurar medicação.
_Sabe o que está fazendo? - Michael pergunta.
_O básico! - Falo.
_Procure bolsas de sangue! - Exclamei.
_não tem! - Michael fala, depois de um tempo.
_Cacete! - Falo, pegando soro e morfina, para aliviar a dor de Callie.
_Acelera essa merda Kent! - Karl fala.
_Isso pode doer um pouco! - Falei, colocando a agulha no braço de Callie.
_Você... é péssima... nisso! - Callie falou, sorrindo brevemente.
_Mais gase! Preciso de mais! - Jay falou, tirando as gases totalmente ensanguentadas do corpo de Callie.
_Aqui! - Michael fala, entregando mais.
_Filhos da puta! - Escuto Lorenzo falar, ao atirar em alguém.
_NÃO TEMOS MUITO TEMPO ANDA LOGO COM ISSO! - Gritei.
_Laura! - Callie me chama.
_Você vai ficar bem, não se preocupa! Vamos dar um jeito e.... - Callie me interrompe.
_Tudo bem... eu... estou...me desculpa por... não poder... ficar! Mas eu... amo vocês! - Callie fala.
Meus olhos se inundam de lágrimas, minha visão fica turva assim que Callie fecha os olhos, a máquina de monitoramento dos seus batimentos cardíacos apita.
_NÃO! CALLIE NÃO! ACORDA CALLIE! CALLIEEEEEEEE! - Karl começa a gritar.
_Callie, Callie acorda! - Falo, fazendo massagem cardíaca em seu corpo sem vida.
_Chegamos! - Kent fala.
As portas da ambulância foram abertas, Jay saiu e se jogou no chão, chorando sem parar.
_Não! De novo...- Kent fala, socando a ambulância.

Callie Garden está morta.



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(Não postei ontem pois tive uma crise feia de ansiedade)

Diante Do Seu Olhar - Livro 2 - Where stories live. Discover now