Capítulo Dezoito: Bem Vinda Ao Inferno.

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Sinto meus pulsos doendo por conta da algema que agora os prende, a sala onde estou parece cena de um filme de terror, a luz que não para de piscar me faz sentir vontade de vomitar, sei que em algum lugar, Ross está rindo ao ver a minha expressão.
Fecho os olhos, respirando fundo. As salas como essa são programadas para desestabilizar o interrogado, eu sei disso, parte do meu treinamento foi voltado para a tortura exatamente como essa.
Silenciosa e sem danos.
Somos treinados e testados o tempo todo, mas nada se compara a isso, ao sentimento de sentir o desespero chegando a cada segundo que se passa.
Gustavo está ao meu lado, desacordado, seu rosto está ferido e eu me arrependo de ter aceitado que ele ficasse comigo na base, já que, Gustavo tem irritado nosso torturador e tem apanhado, enquanto eu me debatia sem parar na cadeira, ao ver meu melhor amigo apanhando, mas toda vez que Gustavo era acertado, ele ria, como se o homem a sua frente estivesse contando piadas.
_Gustavo! - Chamo ele, que se remexe na cadeira onde está preso.
_Eu estou bem! - Gustavo responde, quase sem forças.
_Bem mal! Pare de revidar, Lorenzo vai chegar logo! - Olho para Gustavo que está sorrindo agora.
Gustavo tem o gênio da mãe dele, nunca vi a tia Analu não fica quieta, nem quando deve, ela defende todos a sua volta com unhas e dentes, a mulher chega a ser irritante quando quer algo, assim como Gustavo, que está determinado a apanhar por mim.
Analu já socou a cara de Rafael - cobra - por ele ter ferido a Jade - minha sogra - a mulher é um furacão, aparentemente Gustavo é a versão mais sarcástica dela, eu amo meu melhor amigo mas sei que ele não vai aguentar muito tempo de continuar assim.
_Olha quem acordou! - Ross entra na sala acompanhado de outros dois homens.
Gustavo sorrio, meu corpo se arrepiou, implorando mentalmente para que ele fique quieto.
_Foi chamar os universitários para ajudar você? Que fofo! - Gustavo exclamou, fechei os olhos ao ouvir o impacto do punho de Ross contra o rosto de Gustavo.
_Gustavo para por favor! - Peço, mas o homem continua rindo.
_Eu vou matar você! - Ross fala olhando para ele.
_Não, você não vai! - Gustavo provoca.
_Gustavo! - Chamo seu nome.
_Cala a boca! - Ross exclamou, poucos segundos antes da sua mão acertar em cheio o meu rosto, o impacto da mão dele contra a minha face fez meu rosto virar abruptamente e o gosto de sangue, invadir minha boca.
_Não toca nela seu desgraçado! - Gustavo fala quase gritando.
_Porque sempre tem que ter uma mulher como ponto fraco? - Um dos homens pergunta.
_Pergunta para a sua mãe! - Gustavo rebate.
_Gus... para! - Imploro, sentindo um arrepio enorme percorrer meu corpo ao ver Gustavo cuspir sangue no chão, ao ser atingido na barriga.
O homem que bateu em Gustavo tem quase dois metros, corpo mediano, ele se move como um robô, sinto enjoo ao olhar para ele, que sorri satisfeito ao ver Gustavo fechar os olhos, por conta da dor.
_Vou perguntar de novo, onde estão o restante da equipe? - Ross se voltou para mim, ao ver Gustavo desmaiado.
_Procura no seu bolso, filho de uma grande puta! - Exclamo, olhando para ele.
Meu cabelo é puxado para trás, com força, me fazendo curvar a cabeça, os olhos de Ross pegam fogo agora por conta da raiva, ele quer tanto me matar que deixa nítido na sua expressão o seu desejo por sangue de inocentes.
_Eu já matei a loira e agora vai ser um prazer matar você! Fala logo! Posso não dificultar a sua morte! - Ross exclama, socando minha barriga, fazendo com que eu tente me curvar para a frente.
_Você matou Natalie! Ela não merecia isso! - Falei.
_Matei, e sabe quem ela estava esperando? Seu herói, Lorenzo Albuquerque, o homem cujo é filho de um ex criminoso! - A minha expressão muda, ninguém sabia da ligação do Rafael com o tráfico, o histórico foi apagado anos atrás.
_Você acha que ninguém sabe? Todos aqueles que precisam saber, sabem! Inclusive do seu histórico, devi admitir que um assalto tão bem organizado a uma joalheria como você fez é difícil, por isso foi aceita, a C.I.A acredita que bandidos podem mudar, ironia, não é? Pessoas como você e Natalie tem o mesmo destino, esperando por um homem covarde que renegou a própria equipe e usou a influência do avô para encobrir as bostas que fez, sua equipe tão querida não vai aparecer, sabe porquê? Porque Jay é burra demais, para notar que, trabalhou para o homem que matou o grande amor dela, Lorenzo sempre chega atrasado e o meu filho, ele não tem a menor chance de entrar aqui! Os outros, aqueles são inúteis! Uma equipe tão inútil que não sei como ainda estão vivos! Nem todo treinamento do mundo vai salvar eles do que vou fazer! - Ross fala, se aproximando da janela.
Um dos homens sai da sala, o outro se aproxima de mim e começa a me socar, cada vez mais forte, sinto meu rosto ser rasgado por conta do impacto, enquanto o sangue escorre, o homem bate ainda mais forte.
_DEIXA ELA CARALHO! - Gustavo gritou, se debatendo na cadeira.
_Cala a boca! - O homem fala, me acertando mais uma vez.
Meus olhos começam a se fechar, lentamente, como se meu corpo implorasse por  um pouco de fôlego, mal consigo respirar por conta do sangue se acumular, tento me mexer, mas é em vai, escuto os gritos de Gustavo, ele parece desesperado, enquanto eu mal consigo falar, ele grita, pedindo para que parem, implorando para que isso se torne a punição dele e não a minha, mas é em vão, o impacto do punho do homem continua sendo desferido contra o meu rosto.
_Eu disse que ia morrer igual ela! - Escuto a voz nojenta de Ross próxima ao meu ouvido.

A minha visão agora está calma, não sinto mais dor, olho ao meu redor e só há  o branco, um lugar totalmente desconhecido dos meus olhos, pisco algumas vezes para me acostumar, o céu parece diferente, mais azul, e o vento mais refrescante, o cheir...

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A minha visão agora está calma, não sinto mais dor, olho ao meu redor e   o branco, um lugar totalmente desconhecido dos meus olhos, pisco algumas vezes para me acostumar, o céu parece diferente, mais azul, e o vento mais refrescante, o cheiro de rosas imunda meu olfato, procuro por elas, quando encontro, vejo um homem, parado ao lado delas, meus olhos se enchem de lágrimas a medida que eu começo a correr, quase sem forças, em direção a ele, reconhecendo seu rosto cada vez mais próximo, ele sorri, seus olhos estão felizes, como nunca antes, quando meus braços tocam seu corpo, meu coração dispara, tão rápido que posso sentir a vida quase deixando meu corpo, quando seus braços envolvem meu corpo.
_oi amor! - Pietro exclama, enquanto eu choro, agarrada a ele.






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