0.1.

1K 120 39
                                    



Tinham passado doze anos desde o encontro do jovem príncipe e da menina misteriosa.

Agora, o príncipe que era jovem, tinha-se tornado num príncipe de vinte anos, forte e inteligente, no entanto, estava perto de se tornar o rei do Reino de Lótus e isso era a última coisa que ele queria.

Yang Jeongin esperava abdicar do trono real e tornar-se aventureiro, gostava de explorar e queria entrar dentro de um navio para conhecer melhor os mistérios do mar. O príncipe tinha acabado por se tornar numa pessoa com demasiada cultura e um estudioso de todas as coisas que ainda não era conhecidas naquele mundo.

Foi ele que conseguiu inventar o café, o que tinha sido uma descoberta imensa e todas as pessoas do reino bebiam café sempre que conseguiam, também foi por causa da sua descoberta épica que o príncipe fazia negócio com reinos vizinhos.

Apesar de todas as suas partes consideradas boas, o príncipe ainda teria de se casar e, por isso, o seu pai, o rei, enviava cartas para várias damas de reinos vizinhos para que visitassem o palácio real numa tentativa de fazer o príncipe casar.

O céu estava nublado e tinha sido espalhada a notícia de que um pirata seria enforcado hoje, o que deixava Jeongin receoso, ele sabia que os piratas estavam proibidos de entrar no Reino de Lótus, mas era mais fácil se eles fossem apenas expulsos, então o príncipe era contra essa forma de acabar com a existência dos piratas.

Dentro das masmorras estava a pirata que seria condenada à forca.

Um sorriso permanecia no seu rosto enquanto a masmorra era aberta por dois guardas reais que gargalhavam enquanto falavam para a mulher num tom de piada.

-Como é possível uma mulher ser a capitã do navio Bones? - comentava um deles.

A mulher revirou os seus olhos, o seu plano estava quase pronto a ser executado. O que os guardas não sabiam, era que as suas algemas estavam soltas apesar de ainda permanecerem nos seus pulsos.

As escadas para a saída da masmorra eram altas e compridas, por isso, a mulher aproveitou a oportunidade para se ver livre dos guardas que ainda gargalhavam entre si.

Assim que sentiram as algemas a cair no chão húmido, os guardas encararam a mulher receosos que os encarou com um sorriso de lado erguendo ambas as sobrancelhas; pousou as suas mãos nas cabeças dos homens que colidiram fazendo com que ambos caíssem fortemente no chão sujando as suas roupas brancas.

Apressada, a mulher correu até à saída procurando alguma arma que servisse para a sua defesa; o local estava cheio de guardas reais que caminhavam de um lado para o outro. A mulher baixou o seu corpo caminhando atrás do palco onde uma corda permanecia, o local onde ela seria enforcada estava cheio de pessoas que esperavam ansiosamente pela sua morte, mesmo não a conhecendo.

Conseguindo escapar, a mulher suspirou aliviada e depois sorriu vendo todos os seus pertences em cima de um barril de cerveja; confiante, a mulher caminhou até ao barril colocando a sua espada na cintura e o seu chapéu preto triangular na cabeça.

Ninguém pareceu notar na sua presença, exceto o príncipe que caminhava ali por perto, curioso com o enforcamento, queria ver quem seria o pirata que estaria no palco de madeira.

Ao reparar na mulher, o príncipe decidiu segui-la, tentando ser discreto e escondendo-se atrás de algumas casas, mesmo assim, a sua roupa dava nas vistas, as suas calças pretas e a sua camisa branca de seda acompanhada de um casaco preto comprido com alguns detalhes prateados brilhantes destacavam-no de todas as outras pessoas.

Assim que saiu de trás de uma das casas onde se escondia, prendeu a sua respiração arregalando os seus olhos, a ponta afiada da espada da mulher estava encostada na sua maçã de adão e a mulher sorriu.

-Porque me segue o príncipe? - questionou num tom irónico.

O príncipe ergueu as suas mãos assustado, a cara da mulher parecia familiar, o seu cabelo preto era curto e as pontas chegavam aos seus ombros, o seu rosto tinha algumas sardas castanhas e os seus olhos eram castanhos escuros.

-Tu és a pirata condenada à forca? - questionou erguendo uma sobrancelha.

A mulher sorriu retirando a sua espada do pescoço do príncipe enquanto encolhia os seus ombros convencida.

-Parece que todos aqui me conhecem. - sorriu. - O meu nome é Park Eui. Capitã Park Eui.

O príncipe ainda estava receoso, as suas mão pareciam estar a tremer, engoliu um seco nervoso e passou as suas mãos pelo cabelo.

-Sinto que já nos conhecemos antes. - murmurou para si o príncipe que encarava o chão pensativo.

A mulher voltou a encolher os ombros, Eui não esperava que o príncipe a fosse reconhecer tão rapidamente. O seu corpo foi curvado levemente, tendo visão para a espada prateada na cintura do príncipe e sorriu enquanto apontava para a mesma.

-Fui eu que lhe ofereci a espada que tem à cintura. - respondeu sorridente.

O príncipe encarou a sua cintura e depois abriu a boca espantado, a mulher continuava a ser mais baixa que ele, o seu cabelo estava mais curto e a sua pele pareceu ficar mais bronzeada pelos raios solares.

-Qualquer das maneiras, príncipe - começou a mulher erguendo o seu braço. - receio que é aqui que nos despedimos, a minha tripulação espera-me.

A mulher virou o seu corpo pronta para caminhar em passos largos até às docas do reino. Ao ver que a cena se podia voltar a repetir, o príncipe estendeu o seu braço agarrando no pulso forte da mulher que o encarou semicerrando os olhos.

-Leva-me contigo. - pediu o príncipe desesperado.

A mulher voltou a encarar o príncipe, cruzou os seus braços pensativa e depois sorriu.

-Porque haveria eu de levar comigo um príncipe? - questionou - Isso só traria problemas para mim.

O príncipe humedeceu os seus lábios, estava demasiado desesperado para fugir às ordens do rei, em pouco dias todas as mulheres que o seu pai tinha convidado chegavam ao reino e, por essa altura, o príncipe já não iria conseguir escapar das ordens do rei.

-Eu posso ajudar-te. - respondeu o príncipe.

Eui ergueu uma sobrancelha ainda não convencida, ela não se importava de levar o príncipe consigo, mas isso significava um grande risco para ela e para a sua tripulação, além disso, a capitã do navio Bones não gostava de ter a bordo pessoas que não sabiam fazer o mínimo.

-Ajudar? - questionou novamente. - Em que me podes ajudar?

-Tenho a certeza de que serei dado como raptado, o meu pai, o rei, oferecerá muito dinheiro para me ter de volta. - respondeu o príncipe tentando ser convincente. - Além disso, posso ajudar-te a encontrar qualquer tipo de tesouro.

Park Eui parecia convencida, relaxou os ombros e pestanejou enquanto suspirava, ajuda nunca era de mais.

-Muito bem, segue-me. - pediu a mulher.

Os dois começaram a caminhar em passos largos pelo reino, todas as pessoas pareciam não entender o que se estava a passar quando viam o príncipe junto de uma pirata, mas mesmo assim, não se atreviam a perguntar e por isso apena continuavam o seu caminho.

Ao chegarem às docas, Eui cruzou os seus braços enquanto observava o mar calmo, já o príncipe parecia nervoso, não conseguia ver nenhum navio pirata sendo que apenas navios de cor amarelada da corte real permaneciam nas docas.

-Onde está o navio? - questionou o príncipe encarando Eui nervoso.

Park Eui encostou o seu dedo nos lábios carnudos pedindo silêncio, minutos depois, os sinos do palácio real foram ouvidos por toda a cidade, o que significava que sabiam que Eui tinha escapado.

Yang Jeongin tinha ficado ainda mais nervoso, no entanto arregalou os seus olhos assim que observou um navio a chegar às docas por entre o pequeno nevoeiro que se formava.

Pirate Maker || Yang JeonginWhere stories live. Discover now