39 - Esfumaçado

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- Agora eu gostei... - diz Falcão, ele me olha de canto de olho e passa a língua pelo lábio inferior e dá uma leve mordida, fazendo com que eu me arrepie. 

- E vocês querem fazer o que?! - diz Sam, e pude perceber a indignação em seu olhar.

- Você quer que deixemos isso tudo de lado?! - diz Miguel. - Depois de tudo que fizeram, depois do que fizeram com VOCÊ?! - ele diz, eu podia imaginar a sua frustração, se fizessem algo com o Falcão... não gosto nem de imaginar.

- Não estou falando para deixar de lado, só que... - dia Sam, tentando buscar palavras para formular sua frase. - Só que precisamos ser mais espertos. Dar uma surra neles não iria adiantar de nada.

- Diga por você... - diz Falcão e revira os olhos, e eu dou um soquinho no seu cotovelo. 

- E o que você tem em mente?! - pergunta Miguel, e percebo os olhos da Sam ganharem um brilho diferente. 

- Que bom que perguntou... - diz Sam, e dá um sorriso de lado. 

...

Assim que Sam nos explica o plano, percebo que o Falcão ficou frustrado ao perceber que o plano não envolvia nenhum tipo de briga ou contato físico, pelo menos, não direto. Confesso que não tinha certeza se o plano realmente os deixaria abalados, mas seria no mínimo engraçado. 

- Bom.. acho que já está ficando tarde - digo, me levantando da mesa, e todos fazem o mesmo.

- Eu acompanho vocês até a porta - diz Miguel.

- Então amanhã será o grande dia - digo, me despedindo da Sam.

- É o que pretendo - ela diz, e me dá um sorriso, que eu retribuo. Ela se despediu do Falcão e voltou a se sentar, Miguel nos acompanhou até a porta da frente. 

- Te vejo amanhã El serpiente - diz Falcão, e ele e o Miguel fazem o seu toque de sempre. 

- Até amanhã cara - diz Miguel, e dá uma piscadinha para o Falcão. Então ele vem até mim e me dá um abraço.

- Não vai pra casa hoje? - pergunto, mas acho que já sabia a resposta.

- Hoje não, vou dormir aqui com a Sam - ele diz, e percebo suas bochechas ganharem um tom avermelhado.

- Entendi... juízo hein - digo e lhe dou uma piscadinha, então caminho até o carro.

- Nossa, to morrendo de fome - diz Falcão, assim que entra no carro. 

- Eu tenho uma ideia... - digo, e o olho de canto de olho, e percebo surgir um sorriso perverso em seu rosto. 

- Acho que já gostei da ideia. - ele diz, e coloca a mão sob a minha coxa. 

...

- Não gosto mais da sua ideia - diz Falcão, assim que amarro o avental em sua cintura. 

- Não fala assim - digo, sujando o rosto dele com molho de tomate. - Pensei que você adorasse macarrão com queijo 

- E eu adoro - ele diz, limpando a ponta do nariz, onde eu acabará de sujar. - Mas adoro ainda mais termos a casa só pra gente hoje - ele diz, então ele me abraça por trás e me dá um beijo no pescoço.

- Falando nisso, você avisou sua mãe que vai dormir em casa hoje? - digo, me virando de frente para ele, e apoiando meus braços em seu ombro. 

- Eu mandei uma mensagem - ele diz sem tirar os olhos da minha boca, e eu dou uma leve mordidinha no lábio inferior. - Puta que pariu... não faz isso comigo - ele diz, então coloca uma mão em minha nuca e me puxa até ele, fazendo com que nossos lábios se encontrem. Enquanto ele me beijava, ele dava puxões no meu cabelo, o que me fazia soltar leves gemidos; sua outra mão, se aventurava por de baixo da minha camiseta. Ele então desce suas mãos até a minha cintura, e me coloca em cima da bancada, percebo ele dar uma leve cambaleada, mas logo volta a me beijar. Nosso beijo vai ficando cada vez mais intenso, percebo ele desamarrar o avental e puxar sua camisa pela gola, e arranca-lá de uma só vez, eu digo seu nome, mas minha voz sai abafada pela minha respiração ofegante. Percebo ele desabotoar meu jeans e descer o zíper, sinto a ponta de seus dedos empurrando a costura da minha calcinha...

- Chega! - digo, separando nosso beijo e o empurrando. 

- E-eu fiz alguma coisa de errado?! - ele diz, então percebo a aflição em seu olhar.

- Meu Deus, não!  - digo, e vou até ele. - Pelo contrário... - digo, e fico toda arrepiada por lembrar dos minutos antes dessa conversa, e ele parece perceber a minha euforia.

- Então por que parou?! - ele diz, e um olhar perverso toda conta de seu rosto, e novamente ele começa a beijar o meu pescoço, que ele sabia ser meu ponto fraco.

- Não! Nós vamos cozinhar, já falei! - digo, virando de costas pra ele e enchendo uma panela com água. 

- Se eu me comportar, a gente pode terminar o que começou aqui?! - ele diz com uma voz rouca, e podia sentir sua respiração na minha nuca. 

- Talvez... - digo, caminhando até o fogão e colocando a panela sob a chama. 

Não foi fácil cozinhar com o Falcão, principalmente porque ele se recusou a colocar sua camisa novamente, e vê-lo apenas de avental na cintura... era.. como posso dizer, uma bela distração. Quando terminamos de comer, Falcão me ajuda a arrumar as coisas e a colocar as louças no lava-louças, quando a cozinha estava toda arrumada, apagamos todas as luzes e vamos para o meu quarto.

- Da última vez que estive aqui, você estava se fazendo de difícil pra mim - ele diz, e se senta na minha cama. 

- Vai se ferrar! - digo mostrando o dedo do meio pra ele, o que o faz rir. - Como tá a perna?! - pergunto, apontando para o gesso.

- Tá ótima, to pensando seriamente em tirar essa droga - ele diz, levantando a perna.

- Como você vai fazer isso?! Seu médico não te liberou ainda - digo, e ele dá de ombros.

- Com água e uma tesoura - ele diz, e segura o riso. - Já fazem uns 3 dias que eu to de gesso, eu to bem linda, juro. 

- Nossa, uma eternidade mesmo - digo, e reviro os olhos. - Faz o que você quiser

- Segunda eu volto no médico, ele já ia tirar meu gesso mesmo, não vai fazer diferença - ele diz, então se levanta, vai até minha escrivaninha e pega uma tesoura. - Vou tomar um banho.

Ele me dá um beijo no topo da minha cabeça e se dirige até o banheiro, poucos minutos depois, ouço o som do chuveiro. Pego meu celular em cima da minha escrivaninha, então percebo que havia acabado a bateria, e o coloco para carregar; me jogo novamente na cama e lembranças de mim e do Falcão na cozinha surgem, e a euforia volta a tomar conta. Me levanto da cama e vou até o armário do corredor e pego duas toalhas, abro a porta do banheiro devagar, e vejo a silhueta do Falcão pelo box do chuveiro. Tiro as minhas roupas e as jogo no canto do banheiro, já as toalhas, eu as coloco sob a pia e caminho até o box, sem fazer barulho, abro a porta lentamente e vejo o Falcão tirando o shampoo do cabelo, noto também que ele já havia retirado o gesso. O abraço pelas costas, ele então se vira pra mim e sorri.

- Onde paramos mesmo?! - digo, com um sorriso perverso nos lábios, e ele me agarra e começa a me beijar.

Ele me beijava intensamente, enquanto suas mãos passeavam pelo meu corpo. Nosso beijo era insaciável, e pude perceber ele ficando cada vez mais ofegante; com uma mão, eu dava leves puxões em seu cabelo, e com a outra, eu o estimulava, podia ouvi-lo dizer meu nome entre um gemido e outro, mas eu não parava, eu estava feroz. Quando ele estava quase chegando ao seu ápice, ele segura a minha mão e rapidamente me vira de costas para ele, me prensando contra o vidro do box. Ele beija o meu pescoço, o que me faz arquear as costas e sem querer, acabar roçando nele, ele então prende meu cabelo entre os dedos de uma de suas mãos, e com a outra, me dá um tapa na bunda, e o som reverbera pelo banheiro esfumaçado. Ele me penetra com força, e cada vez mais rápido, nossos gemidos se misturavam com o barulho da água batendo sob o azulejo. Ele sabia exatamente o que fazer e como fazer, ele solta meus cabelos e coloca a mão em meu pescoço, e me enforca de leve, enquanto apertava minha bunda ferozmente. Eu estava alucinada por ele, naquele momento, o que ele me pedisse eu faria, eu era todinha dele, apenas dele. 

- Eli... - eu digo, quando chego ao meu ápice.



Um passado sem compaixãoWhere stories live. Discover now