16 - Detenção part. 1

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Assim que chegamos no hospital, me levam direto para emergência, meu corte não era fundo mas por ter sido no supercilio, sangrava muito e só iria parar com pontos, eu sei disso porque não é a primeira vez que acontece. Uma enfermeira super simpática me atende, e faz alguns curativos nos pequenos cortes da minha mão e me dá uma bolsa de gelo para o rosto.

- Bom.. vejamos o que temos aqui!? - diz um médico, pegando minha ficha com a enfermeira e me analisando. - pelo visto a mocinha entrou em uma briga.....

- Antes fosse, só apanhei mesmo.... - digo, e nós rimos da situação.

Ele me avisa que vou precisar levar pontos, mas eu já sabia disso, então ele aplica uma anestesia local e começa, no total levei 4 pontos, o que é muito para uma região tão pequena. Assim que ele termina ele diz para a enfermeira que meus amigos já podiam entrar ficar lá comigo até meu pai chegar.

- Caralho foi feio mesmo hein... - diz Demetri, assim que vê mesmo pontos.

- Nossa se acha? Pra mim foi tão de boa...... - digo revirando os olhos, e todos riem.

- Seu pai já tá vindo? - pergunta Miguel.

- Acho que sim, já faz uns 15 minutos que eu mandei mensagem pra ele... - digo, dando de ombros.

- Me desculpa... - diz Sam, envergonhada.

- Ai meu deus, se você pedir desculpas de nov... - mas antes que eu posso terminar a frase vejo meu pai correndo pela porta do hospital, ele parecia estar totalmente desnorteado.

- Zaryna?? Cadê a minha filha?! - ele pergunta a uma enfermeira que estava passando, então me vê e corre até mim. - Meu deus!!!! Não me fala que de novo.... - ele diz, mas não deixo ele terminar a frase e pulo em seus braços para um abraço.

- NÃO!!!! Pai tá tudo bem, foi só uma briga!!! Eu to aqui, desculpa!!! - digo envolvida em seus braços, e percebo ele enxugar uma lágrima que escorria pelo seu rosto, eu sei muito bem no que ele estava pensando.....

- E-eu pensei que tinha acontecido tudo de novo..... - ele diz, soltando o ar com força, mas pelo menos percebo ele relaxar.

Sam levou o Demetri para casa, e meu pai levou o Miguel. Miguel havia perguntado se podia dormir em casa, eu olho para o meu pai que assente com a cabeça; assim que entramos em casa meu pai diz que vai tomar banho para dormir porque começa mais cedo amanhã, mas se eu precisasse de qualquer coisa era só pedir, ele nem ficou tão puto por causa da briga. Eu e Miguel vamos direto para o quarto, eu abro o guarda roupa para pegar o colchão inflável, mas não alcanço, então Miguel estica o braço e consegue pegar, começamos a encher, mas percebo que o Miguel não está bem.

- Que foi?? - pergunto, olhando para ele.

- Nada.... - ele diz, mas não olha para a minha cara.

- Sei... - digo, revirando os olhos.

- É... é que não tenho lembranças boas de hospitais só isso.... - ele diz, e passa a mão pelo cabelo. - ... muito menos quando o motivo para eu estar lá envolve brigas...

- Eu to bem é sério, eu não sei pra que tanto medo daquele pessoal, não é como se eles fossem me matar!! - digo, rindo mas Miguel continua sério.

- Me promete que vai ficar longe deles!! To falando sério!! - ele diz, com um olhar sério.

- Tá bom... prometo! - digo, então tampo a válvula do colchão e pulo em cima.

- Hãm.... e o Falcão?? - ele pergunta, se jogando ao meu lado no colchão.

- Ai nem me fale dele, não engoli essa história dele não!!

Um passado sem compaixãoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt