Capítulo 18 Pyrokinesis

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       Aplausos

   Não doí... Sempre ouvi a frase 'Pode brincar com o fogo até o fogo te queimar', mas agora que eu parei de brincar, ele não queima mais. Eu sou um mago? Ou um tipo de ilusionista? Mas, então isso não seria real. Era como respirar finalmente, quando você está debaixo das cobertas porque lá fora está muito frio, porém, começa a suar e é quando você coloca a cabeça pra fora da coberta e sente aquele alivio, aquele ar refrescante ou brisa fria.

As pessoas, elas não se moviam ou pegavam o celular para ligar a polícia, elas batiam palmas e pegavam seus celulares e afim de gravar o ocorrido. Eu sabia que não tinha sequer controle sobre o fogo, mas não deixaria que descobrissem.

Sem mais palavras, sai da loja de conveniências indo até algum beco no final do quarteirão, o fogo se espalhou sobre todo o meu corpo . Pode ser contraditório, mas foi como se eu tivesse caindo de uma montanha-russa direto na água. Foi refrescante e quente.

Voltei para minha casa urgentemente, a essa altura o fogo havia sumido como se tivesse se aquietado, entrei em casa vendo minha mãe sentada no sofá assistindo ao jornal local.

' Assalto em loja de conveniências dá errado e assaltante acaba sendo queimado vivo por tocha humana'.

Isso acabou de acontecer como... foi que...? Sentei ao lado dela rezando a Deus que não tivessem fotos minhas em nenhum daqueles celulares. Felizmente, trouxe o mm que ela pediu e por sorte, não o queimei também.

- Mãe, aqui. - Estendi o braço para ela que pegou na mesma hora.

- Obrigada, você demorou bastante. - Ela sorri amarelo para mim enquanto abre com alguns de seus dentes a borda do pacote.

- É, teve imprevistos. Nada com o que se preocupar, senhora. - Asseguro.

- Você viu? Assaltaram a nossa loja preferida de doces e o canalha acabou morrendo por um tipo de mutante maluco da internet. Estão falando na TV. - Comenta logo após colocar vários desses mm na boca.

- Eca mãe, não fale enquanto mastiga. Não é ético. - Falei colocando as duas mãos em sua boca para evitar que ela falasse mais ainda.

- Ah, desculpa. Esqueci que vossa alteza é muito delicada. - Ela debocha de mim a fazendo rir e consequentemente a mim também.

- Está tudo bem com você? - Pergunta, se eu realmente fosse falar sobre o que aconteceu naquela noite, não começaria daqui. Então, eu apenas disse: 'Depende do que você considera 'tudo bem' .

Eu não contei a ela sobre a loja de conveniências, talvez seja por isso que eu não conte as coisas, eu sei que mais tarde vou acabar sacrificando algo, mas eu não sou sincero porque talvez eu acredite que deva sacrificar ou ser sacrificado. Eu estive sozinho por quase toda a minha vida e às vezes onde eu tinha alguém, sentia que não, quando eu me vi em chamas e senti aquilo dentro de mim era como se não estivesse mais sozinho, algo me preencheu. Algo preencheu essa lacuna na minha vida.

Ela não aparecia a olho nu, mas eu conseguia sentir na minha pele como se estivesse com o pé na terra e espírito no céu. Estava tão alucinado e caótico na minha cabeça que não reparei carros pretos encostados na calçada, dos meus dois lados. Veja, eu estava andando pelas ruas basicamente como um completo maluco e eufórico, mal reparei nos carros e homens que saiam de dentro deles.

Se não percebeu onde quero chegar, eu vou narrar devagar a você. Os tais homens me levaram a lutar por pouco tempo já que muitos deles chegaram perto de mim e é difícil usar seus poderes de fogo quando você está literalmente sendo arrastado, amordaçado e apanhando sem ter a mínima noção de onde e o que fazer. Quando finalmente tiveram algum deslize enquanto me carregavam para sei lá onde, consegui queimar dois deles antes que claro me dessem um boa noite, Cinderela.

- Por que precisamos dele? É algum filho de um bilionário? - Ouvi murmurarem de longe, era uma voz grossa, de homem, não tinha muitas dicas porque ainda estava com a cabeça baixo e recuperando lentamente a consciência.

- Ouvi dizer que ele é órfão. - Comentou outro.

- Órfão? O que queremos com um órfão? Procurar seus pais que não é e eu não vou dar uma de babá. - Reclamou o mesmo homem de antes.

- Russel, seguimos ordens! Pouca me importa o que querem com esse garoto. - Levantei a cabeça ainda meio tonto por conta da pancada que levei, mas assim que estreitei meu olhar para os homens bem a minha frente percebi o quanto estavam perto. Sério, eles estavam basicamente a uns 5 metros de mim e de costas ainda, demorei a entender que eu estava em algum tipo de galpão escuro apenas com um luz bem forte sobre mim, bem igual a aqueles filmes onde o policial infiltrado é descoberto e ai eles vão interrogar em um local secreto, sabe?

Também estou sentado em uma cadeira com os braços e pernas amarrados na mesma e como um exagero também tinha cordas forçando meu abdômen contra a cadeira, como se não bastasse a vergonha de ser sequestrado por estranhos agora eu tenho que queimar mais cordas que o normal.

- Nossa mais que exagero! Nem tinha necessidade de tanta corda assim, parece que querem prender mais a cadeira do que eu. - Comentei assustando os dois homens que antes estavam aos risos por alguma piada idiota. Sabe o mais engraçado? O homem chamado por Russel que segurava sua belo rifle calibre 38 tinha a mão esquerda enfaixada por talvez uma... queimadura?

- Você se queimou na vinda para cá? - Fiz de sonso segurando um pouco a risada.

- Dizemos ao Don que ele acordou? - O outro homem sem nome perguntou enquanto eu habilidosamente esquento minhas mãos. Está fazendo muito frio neste época do ano.

- Por que eu não posso dizer pessoalmente? - Numa tentativa rápida e ágil, agarro o pescoço de ambos a minha frente, cremando as duas cabeças de uma vez. A parte difícil seria achar a cabeça do cara que mandou me sequestrarem, esse tal Don não parece ser muito sensat-

Consegui perder todo o raciocínio quando os sprinklers que aproposito eu não sabia da existência naquele galpão foram acionados. Não sei se você sabe, mas este dispositivo só ativa quando sente a presença de fumaça ou do fogo mesmo, no caso vindos de mim. Naquele momento, eu senti como se tivesse acabado de chegar em casa depois de ter enfrentado um sol muito forte e de repente, uma geladeira gigante se abriu para mim, mas em vez de sentir alivio, eu cai no chão totalmente inerte e paralisado.

Não conseguia me mover, as chamas se sentiam livres e boas consigo mesma e agora, sinto elas se retraindo como... Como um tipo de medo, nunca tinha ficado com medo por outra coisa até agora. Foi primordial este momento, eu fiquei ensopado e não sabia o que fazer. Estava sozinho de novo.

- Estão te chamando de 'Tocha Humana' ou também 'Braços de Fogo'. Eu não acreditei quando ouvi pela primeira vez, mas você chamou atenção de todos os canais de TV esta noite! Estão te procurando por aí. Se perguntando do que é capaz, agora que eu vi, bom, posso responder essa pergunta e respostas para talvez outras que vierem. - Começou a falar chegando mais e mais perto, ele não tinha medo, a cabeça não cremada ainda por trás de tudo que se denomina 'Don' não tinha medo de mim.

- Ouvi dizer que precisa de mim para algo. Espero que não seja para esquentar seu pastel. - Falei levantando levemente a cabeça afim de enxergar o homem, não deu muito certo já que a luz em meus olhos só me dava a visão de sua silhueta.

- Ta na cara de que você faz muito mais do que só esquentar alguma coisa e eu quero isso a meu favor, garoto. - Ele diz finalmente suas intenções.

- Eu não trabalho para ninguém e muito menos para a máfia, Don-

Não pude terminar minha fala até porque o homem no qual falava me puxou do chão e arrastou meu corpo até a cadeira novamente quase derrubando a mesma comigo de tanta brutalidade na hora.

- Tire meu nome da sua boca suja! - Ele diz próximo do meu rosto obviamente com raiva e com as duas mãos na minha gola da camisa. - Parabéns, Sr. Peterson! Você é o meu mais novo aliado neste novo negócio e eu não aceito um não como resposta. Boa Sorte! - O mesmo me empurra com tudo contra a cadeira derrubando eu e a coitada da cadeira junto.      

Controles da Mente - OriginalWhere stories live. Discover now