Controles da Mente - Original

Capítulo 4 Se controle!

    'James, sorria! Diga XX! Vamos diga!'' mamãe apontava a câmera em minha direção com um grande sorriso no rosto, o vento batia nos nossos cabelos quase atrapalhando sua visão, sentia meus pequenos cachos se bagunçarem um pouco.

    Com pequeno esforço, eu sorria para ela enquanto o mar batia nas minhas costas com violência e chegava em seu abdômen fraquinha, era a forma que eu tinha para impedir que a câmera que agora esta nas mãos dela fosse embora com as ondas fortes.

   'Onde está o papai?'' falei e ela apenas olhava em volta da praia me parecendo que o procurava também.

   'Ele está bem ali! No quiosque!'' Apontou sem demora para o mesmo, segui seu dedo indicador e o encontrei mas, havia algo errado. Sua expressão era bem neutra parecia preocupado com algo, até que ouvimos uma explosão, as pessoas começaram a ficar mais caladas como se esperassem algo mais acontecer, e ai boom! As pessoas foram jogadas de lado, algumas, metros de distância, minha mãe acabou se afogando, apenas eu conseguia ficar de pé após ser arremessado, então, arrastei ela para fora d'água até que consegui ouvi la respirar melhor, porém sem abrir os olhos, não ouvia muito, nem via mais o quiosque onde ele estava, agora esta tudo destruído só pedras e cinzas.

   'Mãe? Mãe, precisamos sair daqui, não é seguro! Vem!'' Eu tentava acordá-la mas, nada dava certo, cheguei a um ponto de pegar seus dois calcanhares e puxar até que eu não avistasse mais a praia. Eu não sabia o quanto ela tinha respirado da fumaça, então apenas me preocupei em mantê-la longe da onde ouvi o barulho.

       Acordei no susto por conta do barulho que o meu despertador fazia, era ensurdecedor, como eu conseguia aguentar todo esse barulho antes? Levantei ainda um pouco zonzo por conta do sono, não levei muito tempo para tomar um banho e me vestir para a escola, descendo as escadas, pude escutar e observar minha mãe, ela estava com um vestido solto, tinha um avental no pescoço e amarrado na altura da cintura, está descalça e parece cantarolar alguma música mas, quando tentei decifrar, a mesma se virou e me viu ali parado restando apenas 4 degraus até o chão.

      - Oi querido, tem suco de uva e uns pãezinhos com queijo dentro, com fome? - Ela sugere, tirando os fones do ouvido que eu só havia percebido agora. Desci os degraus restantes e aproximei do balcão, sentando na cadeira e fiquei de frente para a mesma.

    - Sim, por favor. Como dormiu esta noite? - Questionei primeiro para não dá-la a chance de me perguntar.

    - Relaxante, quieto, mas relaxante. - Disse, seu tom mudou um pouco como toda vez em que mente, é difícil saber quando mas, conheço a para saber que sim. - Quieto demais, a cama é muito grande e ainda me faz lembrar dele, então eu vou trocar por outra menor, e você? - Completou, abrindo o jogo totalmente sendo sincera.

    - Não venda, tudo lembra dele e você não está me vendo jogar o suco de uva pela pia só porque era o favorito dele. Tive um pesadelo, mais um lembrança do um pesadelo, de quando eu o vi pela última vez antes de entrar em coma, na praia. - Comentei, fazendo a ficar atenta a tudo o que eu dizia.

    - Tudo bem, se tiver mais pesadelos, sabe que pode ir pro meu quarto, ainda que seja 03 da manhã, sou a sua mãe. Quer que eu te leve para a escola? - Ela me pergunta e eu ainda posso ouvi-la dizer 'Diga sim, por favor'', engraçado, é como se fosse seu pensamento porque ela nem moveu os lábios para dizer aquilo e eu ouvi alto e claro, estranho.

   - Não, eu vou de bicicleta. Tenha um bom dia! - Falei, peguei minha mochila quando me virei e pude ouvi-la 'Não foi desta vez, mamãe'', isso me fez gargalhar enquanto saia de casa. Eu caminhei não muito rápido para não chegar suado demais, devia ter pegado minha bicicleta como eu disse a ela porque eu sou tão assim? Por um minuto havia esquecido de Thomas, meu melhor amigo desde o sétimo ano, ele com certeza irá perguntar como está a minha família, apenas ele e alguns de meus outros amigos sabem que eu viajei para Minnesota e como a notícia passou no jornal e eu desapareci das mídias, estou certo disso.