Capítulo 15 Hotel Hooney

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     Pov. Alex

     - Você está bem? - Isadora questiona, assim que o abraço acaba, suas sobrancelhas franzidas, parecia preocupada.

    - Foi só um pesadelo. Estou melhor agora, desculpa. - Falei, ainda atordoada, parecia tão real pra mim, não havia percebido que estava chorando enquanto dormia e pelos móveis jogados, devo ter acessado uma parte do meu cérebro que não devia. - É a minha primeira noite sem os remédios, eu não me acostumei ainda. - Completei.

    - Você tomava medicamentos pra dormir? - Ela pergunta, agora sentada de frente pra mim na cama, seu semblante não era preocupada, parecia mais neutra.

   - Não só pra isso, os pesadelos eram muito mais constantes, quase um terror noturno. Eu só conseguia dormir quando estava dopada, o que era muito mais fácil. Como você dorme? - Indaguei, talvez ela tivesse um truque já que também estava na explosão.

   - De todos no grupo, era eu que devia ter este tipo de problema. Eu continuo tendo, é claro, porque toda ação tem sua... - A mesma explica mas, sendo interrompida.

   - Consequência. - Completo.

   - É, como você sabe? - Replica.

   - Não é a única que fez besteira. Não vai adiantar se martelar por causa disso, já passou. - Respondi, refletindo um pouco. - Todos tem 'habilidades'' depois que estavam em Minnesota?

  - Bom, sim. A teoria é que a radiação tem seus favoritos e organismos também, só eu desenvolvi por completo. - A mesma estende o braço num representação visual.

    - É, é ela? A radiação está vivendo em você? - Suponho, já que nunca tinha visto algo assim

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    - É, é ela? A radiação está vivendo em você? - Suponho, já que nunca tinha visto algo assim.

   - Eu acho que ela cria hospedeiros. Me empresta seu braço? - Pede, com um pé atrás, eu estendo o meu também rente ao dela, logo os pequenos relâmpagos se juntam com o meu, conectando.

   - Todo mundo que sobreviveu aquilo pode fazer isso que estamos fazendo? - Questiono, um pouco eufórica e assustada também.

   - Alex, ninguém sobreviveu depois aquilo.

   - Mais nós ainda estamos aqui. - Completei o seu pensamento. - O que os outros fazem? - Pergunto.

    - Clark cuidou de mim e daqueles dois quando entramos em estado grave por conta que a radiação ainda estava atacando no sistema imunológico. James pode ler pensamentos, Victor pode distorcer eles e eu até agora descobri que posso regenerar, como eles, a verdade é que não ganhei poderes como vocês. É a minha punição. - Explicou ela.

    - Por que seria uma punição? O que você fez lá no litoral? - Indaguei, curiosa. Por que este pesar quando fala da explosão? O olhar culpado quando viu que eu chorava.

    - Ah, eu... O fato que você não dormir, ou ter perdido as pessoas que gosta, foi minha culpa. O fato de eu ter matado meus amigos ou, de estarmos nos conhecendo agora, é minha culpa. - Ela diz, vagamente, parecia sério pelo tom que falava.

    - Causou a explosão, não é? Por isso, é a mais desenvolvida? Estava mais próxima quando explodiu e você acabou absorvendo na hora. - Supus, já que ela abaixou o olhar quando falei, deduzi que era exatamente isso. - Ai, meu Deus! Não acredito. - Exclamei, enquanto me levantava da cama por não conseguir ficar inquieta.

    - Desculpa, sei que não adianta porque já faz meses mas, eu não sabia do tamanho da escolha que eu fiz. - A mesma tenta se explicar.

    - O que era? Por que você queimou? Quem teve essa ideia? - Gritei, ainda de costas pra ela.

    - Uns barris, eram auto inflamáveis, a Abel achava que iria fazer uma fogueira e tanto, só que causou sua morte e de dezenas de pessoas no local. Foi idiota, eu sei. - Respondeu, parecia que ela já tinha ouvido isso, esse sermão antes, fico pensando se Clark a repreendeu.

     - Fiquei me culpando. Achando que eu tinha causado a morte dele, procurei por um culpado e agora eu me deparo com ela, só que estamos na mesma situação. - Falei, finalmente me virando pra mesma.

    - Estamos na mesma situação? - Replica.  

    - Estamos sendo perseguidas por fantasmas. Pode omitir que eu ainda tenho pesadelos e o lance dos remédios? - Pedi, não somos chegadas mas, era apenas uma omissão.

   - Tudo bem. Eu não vou contar. - Ela promete pra mim. E então, do nada, a mesma estende o braço e aproxima de mim com apenas o dedo mindinho levantado.

    - Eu confio na sua palavra, o que está fazendo? - Questiono, quando ela pega minha mão e agarra meu dedo mindinho com o dela, balançando suavemente no ar.

    - Nunca jurou de dedinho? - Ela pergunta, parecendo um pouco chocada.

    - Não, por que acredita nisso? - Replico, franzindo minha testa.

    - Como assim? Todos deveriam acreditar no juramento de dedinho! - Reclama, parecendo uma criança de 5 anos. Após tudo isso, decidimos voltar a dormir em silêncio, estava bem mais calma agora, o que talvez, impedisse me de ter pesadelos.

    - O que está olhando? Pensei que conseguisse dormir. - Ouvi alguém dizer, abri meus olhos e lá estava ele, no meio do escuro, sentado de pernas cruzadas no carpete do quarto, encostado na parede e de frente para mim. Eu estou de lado na cama, mãos embaixo do travesseiro que hospedavam minha cabeça.

   - Pensei que vivesse na minha cabeça. - Comentei.

    - Sim, mas agora você está sóbria por conta dos medicamentos e os efeitos colaterais deles só pioram as alucinações durante a noite. Fazendo com que você de uma hora ou outra acabe acreditando que realmente estou aqui. E você vai. - Explicou, calmamente.

    - Me erra, Austin. - Falei, fechando os olhos novamente na intenção de apagá-lo.

Pov. Isadora

  O Clark saberia o que fazer, ela dormia com a ajuda de antibióticos como saber se ela não precisa deles agora? E se ela usava toda vez que ia dormir, pode ter algum problema se parar de usar do nada. Isso está ficando perigoso. Não preguei os olhos desta vez, não conseguia e nem queria dormir por causa da Alex, eu meio que sou culpada por ela estar assim.

    Quando observei ela levantar, estava de costas pra mim e então ouvi o que pareciam ser sussurros como se falasse com alguém.

    - Vai embora. Não devia estar aqui, prometeu que iria embora, se eu não tivesse feliz. - Escutei ela dizer e de repente, virou a cabeça para me observar por conseguinte, consegui fechar os olhos antes que me pegasse no flagra. - Austin! Vou tomar medidas drásticas.

    - Alex? Com quem está falando? - Finjo acordar após ouvi-la.

    - Também não pode contar isso. - Ela diz, agora olhando para mim.

    - Contar o quê? - Pergunto, assim que sento de volta na cama.

    - Volta a dormir, agora. - Ordena, enquanto levanta e caminha até o banheiro, deixando me ainda mais intrigada. Quem é Austin?

Controles da Mente - OriginalWhere stories live. Discover now