Capítulo 1 - O que aconteceu?

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         Os braços de minha mãe envolta do meu tronco, tomando meu fôlego por conta da tamanha força ela fez. O sorriso no rosto do meu pai quando colocou seu primeiro pé na água e sentiu o frio subindo pelas suas canelas. São as únicas memórias que me abrigam agora, nesta tempestade.

       O vento é mais forte, derrubou árvores que infelizmente caíram sobre o teto de bambu, perfuraram o, o quiosque em que antes conversávamos sobre nosso pequeno afogamento na praia, sorrindo, é a única memória que tenho de você.

    - Batimentos...? Estão estáveis! Pressão? Oito por quatro. Olha! Ele está acordando! - Dizia um homem de jaleco que saiu pela porta sem esperar pela resposta mas, ainda havia um outro médico no quarto ao lado de minha cama.

   - O que houve? - Perguntei, abrindo um pouco mais os olhos recebendo uma forte luz refletindo nos mesmos.

   - Consegue me ouvir ou ver? - Perguntou o homem de barba, se aproximou com uma lanterninha e lançou na minha frente, fazendo sinal para que eu seguisse. - Sabe onde você está, James? E se lembra do quê?

   - Consigo ver e ouvir perfeitamente, quem é você? E tire isso de meu rosto! - Digo alterado.

   - Acalme se, você sofreu graves ferimentos na cabeça. É um milagre ter acordado. - O mesmo levanta as mãos em rendição. - Meu nome é Clark Mendes. - Explicou, inclinei minha cabeça para frente e tentar olhar em volta.

  - É um hospital? O que aconteceu? - Questionei.

  - Laboratório, na verdade. Houve uma explosão, James... - Clark diz não terminando a frase.

  - Explosão? Minnesota... Cadê meus pais? Eu não lembro de explosão nenhuma... Estávamos de férias, na praia. É mentira... Está mentindo!? - Gritei ao ligar meus pontos da minha teoria.

  - Não estou mentindo, James, olhe em meu tablet? Aqui está a notícia! - Ele me entrega em mãos, mostrando o jornal. - Explosão de gases tóxicos na praia mata 624 pessoas que passeavam pelo litoral. Até agora, não sabemos a causa ou origem da explosão. Dia 21 de março. - Li em voz alta.

  - Meus pais... Eles sobreviveram? Que laboratório é esse? Onde fica? - Perguntei meio que não querendo saber muito.

  - Laboratório de Seatle, apenas 28 pessoas sobreviveram e só 15 vieram pra cá, a probabilidade dela ter vindo é baixa. Houve uma queda absurda de luz em Minnesota e seu quadro era muito grave tanto que deram apenas 1 semana pra você vir a óbito. Foi muito difícil convence los a te transferir. - Comentou Clark com um rosto impressionado.

  - Você não tem a lista dos sobreviventes? Ai, no seu tablet? - Perguntei como quem não queria nada.

  - Não. Para ter a lista, eu precisaria ir na recepção e pedir. Mas, você nem poderia sair desta cama. Não sabemos as consequências que o coma pode ter trazido no seu cérebro.

  - Coma? Como assim? - Pergunto, um pouco sem entender.

  - O tempo que ficou desacordado... Hoje é 21, mas de setembro. Foram 6 meses longos. - Respondeu, me fazendo pensar um pouco. Senti um incomodo na parte de trás cabeça e de repente, ouvi uma voz, quase como um sussurro mas, sabia que era feminina e dizia: ' Estou desconfortável demais, para! Para! Agora, me solta!''

  - Estão a machucando... Você não é médico! Quero ver minha mãe agora. - Comecei a tirar as agulhas do meu braço e peito, logo, levantei da cama mas, sendo interrompido por Clark que se mantém na frente.

  - James, pare com isso. Vai acabar se machucando! - Ele me segura pelos braços.

  - Mas, estão machucando ela! - Gritei, alterado, soltei suas mãos dos mesmos, empurrando o.

  - Ela quem? - Indagou, confuso, tentando se equilibrar ainda perto de mim.

 - Saia da frente! - Ordenei, empurrando o contra a mesa que continha ferramentas dos 'médicos''. Quando ouvi ele dizer 'Tenho que anestesia lo antes que consiga sair do quarto''

 - O que foi que disse? - Falei, fazendo o me olhar assustado com uma mistura de intriga.

  - Eu não disse nada. James, você realmente não pode sair daqui, não vão deixar. - Fala Clark, mais perplexo ainda.

 - Não preciso da sua permissão. - Falo, pegando a primeira coisa que vejo na frente, um bisturi e quando Clark veio em minha direção, cortei seu antebraço, um corte superficial admito, mas suficiente para me dar tempo de tranca lo no quarto e sair correndo pelas escadas. Ao chegar em um certo andar, minha visão começa a embaçar e a mesma dor na parte detrás da cabeça apareceu novamente, a voz feminina reapareceu como se tivesse perto ' Eu quero parar'' em um tom de choro e desespero.

Minha visão já estava turva e desfocada, de repente por alguns segundos, eu estava em paz até eu ficar no escuro por completo.

 - Mãe... - Balbuciei enquanto via três silhuetas diferentes a minha volta, pareciam correr comigo. As luzes novamente no meu rosto, não me movia, quando meus sentidos voltaram, as únicas coisas que funcionavam eram minha audição e pouco tato.

 - O que aconteceu com ele? Onde o encontraram? - Ouvi Clark dizer.

 - Estava no chão, no corredor 09, andar 3. Não sabemos o que aconteceu. - Respondeu uma das três silhuetas com uma voz grossa.

 - Droga! Podem transferi lo agora. - Após a fala, algo macio encostou em minha nuca, o que suponho ser um travesseiro.  

- Ai, esteja vivo!

Controles da Mente - OriginalWhere stories live. Discover now