Capítulo 4 Se controle!

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        Adentrei a grande escola, temendo os olhares mas, foi pior, como? Vozes, altas e ensurdecedoras, entrei em pânico mais rápido do que quando vejo sangue perto de mim. Agora, localizo me no banheiro, mais precisamente em uma das últimas cabines, respiro fundo e as vozes parecem se abaixar até que ouço 'Ele vai se borrar quando ver no que se meteu'', não entendi da onde eu tinha ouvido isso porque eu estava literalmente sozinho ali, então comecei a me lembrar de todos os momentos em que achei ter ouvido Clark ou minha mãe falar comigo, eles não haviam falado, haviam pensado... Fui tirado das meus pensamentos quando ouvi mais garotos entrando no banheiro.

     - Por favor, nem começou o primeiro tempo ainda... Eu não vou mais dedurar ninguém para o diretor, juro. - Algum coitado falou com voz trêmula, não queria estar no lugar dele até porque sei exatamente quem é o agressor, ou agressores seria o correto. Os amigos de Thomas, obviamente. Não batem forte, é só pra assustar e colocar os novatos em seu devido lugar, ai a cadeia alimentar fica 'equilibrada'' como eles dizem.

    - Não acho que aprendeu a lição ainda. Na hora de revidar você não hesitou em dar o troco. Quando tentar ou até achar que pode ser durão, lembre-se, você sempre será uma maritaca. - Disse um dos garotos, não reconheci a voz na hora, ouvi um estalo no chão o que poderia supor ser seus livros jogados, outro estalo mais ecoável, que parece ser um soco no rosto e outro barulho de cabine a porta foi aberta bruscamente, o que eu diria que jogaram ele contra a porta.

   - Idiotas. - Ouvi o menor dizer, parecia sentir dor e tentar se levantar, quando sai da cabine e fui a seu socorro.

  - Você está bem, amigo? - Questionei, já percebendo que a resposta evidentemente é não, então eu apenas estendo minha mão para que o mesmo se apoie e se levante e ele faz.

  - Escondido? Não o culpo. - Ele supõe. Apenas o ouvi dizer 'Cara, minhas costas não merecem a burrada que eu fiz sem pensar e quem é esse?'', assim o menor me observa de cima a baixo.

  - Eu sou James, Carter. - Apresento num tom amigável e ele se dirige a pia para pegar os livros que estavam no chão.

  - Antoni. Você é novo aqui?

   - Sim, novato. - Menti, logo me arrependi disso mas, não queria que a história de Minnesota fosse tocada novamente, ainda doía.

   - Cara, eles mexem os mais novos, eu posso te proteger. - Ele diz, confiante mesmo sabendo que levaria uma surra agora a pouco.

   - Tudo bem. - Falei, seria mais o contrário já que sou do grupo deles e tenho passe livre mas, deixe o achar que pode. Nós nos separamos por conta das aulas diferentes, percebi que meu professor e muitos alunos da classe ficaram contentes quando respondi presente na chamada, o que me fez olhar em volta e ver Thomas bem diferente do que era antes. 

*****

    - James! - A voz de Thomas ecoou no corredor e agora eu não poderia mais fugir de suas perguntas sobre minhas férias. - Oi! Que bom que está aqui! Eu te liguei nas férias mas, não atendeu e depois eu vi o noticiário sobre a tragédia em Minnesota, espero que sua família esteja bem.

    - É, foi bem difícil porque estávamos no litoral quando aconteceu, eu e minha mãe estamos bem mas, meu pai teve complicações e veio a óbito. Faz três meses. - Comentei, Thomas mudou tanto, esta mais alto, cortou o cabelo e parece menos infantil da última vez que o vi.

   - Eu sinto muito, eu gostava tanto dele, se você precisar de qualquer coisa ou até sua mãe, eu estou disponível, esta bem? - Ele diz, sua expressão havia mudado completamente desde que eu falei, parecia estar mesmo preocupado, o mesmo me abraçou forte como um urso, durou segundos até se soltar de mim e formos para o refeitório juntos.

   Senti muitos olhos em mim mas, nada de vozes, felizmente. Ainda não acreditava na possibilidade de eu realmente conseguir ler a mente das pessoas, apenas peguei minha bandeja com comida e segui Thomas em meio adolescentes famintos enquanto sentia minha nuca esquentar, olhei em volta até perceber uma garota de capuz, nesse calor e ela de moletom, parecia até me conhecer de algum lugar mas, eu nunca a vi.

    Depois de alguns minutos, Antoni quase derruba sua comida por cima da minha enquanto sentava desequilibradamente a minha frente na mesa, Thomas esta ao meu lado por isso notou a brutalidade do menor, seus amigos do lado, fiquei surpreso por Antoni se sentir confiante o suficiente para se sentar ao lado do garoto que quase o espancou no banheiro. 

   - Parede que faz amigos rápido, não é, James? - Ele parecia estar decepcionado, por quê eu fui mentir?

   - Quem é o seu amigo? - Perguntou Alan a mim.

   - Ah, qual é? Você me bateu hoje de manhã!

   - Se ele não é seu amigo, pode ir embora. - Sugeriu Thomas, parecendo mais uma ordem.

   - Thomas, para. Vem preciso te contar uma coisa, Antoni. - Pego seu braço sem nem ouvir o que ele tinha a dizer e praticamente o arrasto para fora da escola, até que sinto ele vir por vontade própria. - Sem pessoas, anda. - Completei, entramos no campo de futebol, nos escondendo atrás das arquibancadas.

   - Vamos lá, me surpreenda! - Antoni diz, olhei em volta e realmente, não existia uma alma viva por aqui. Então, contei sobre Minnesota, meu pai, ele entendeu o porquê menti mas, pediu para que eu nunca mais o fizesse. Até que contei sobre minha teoria e o mesmo não acreditou, logo riu.

  - Posso provar. - Falei, logo ouvi dizer 'Nunca tive amigos que me contassem coisas''.

  - Eu nunca tive coisas pra contar, minha vida é monótona. - Respondi, Antoni rapidamente cruzou os braços, dizendo 'Diga coisas que eu penso''

  - Coisas que eu penso. - Falei e o mesmo acaba por se surpreender mas, ainda não parece o bastante.

  - Que merda!

  - Meu gênero favorito é Suspense.

  - UOU! Incrível você fala tudo oque eu penso agora. - Falei na mesma intensidade de seu pensamentos e ele quase cai extasiado e eufórico.

  - Você controla isso? - Ele pergunta depois de um tempo de pensamentos.

  - Não, só acontece, desde que acordei do coma.

  - E se Clark fez exames em você? Tipo, te tornou um Xmen!

  - Não viaja, Antoni e você não pode contar isso a ninguém. - Antoni jurou não contar e até me ensinou um de seu apertos de mãos secretos que ainda não havia ensinado a ninguém além de mim.

Controles da Mente - OriginalOnde histórias criam vida. Descubra agora