Torre, cavalo e rei

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Sakura pov
Sarada estava atrasada, ela deveria ter chego antes do por do sol, mas não tinha dado nem sinal. Hideki e Sasuke-kun já haviam voltado e os dois foram atacados, só pude deduzir que ela também fora, o que deixava meu coração mais apertado. Não sabia se iria pra casa ou ficava no hospital, aquilo era uma tortura.
Quando Sasuke-kun decidiu ir atrás dela o esquadrão Anbu, ao qual ela fazia parte, apareceu, ela vinha sendo carregada por um deles. Mesmo de máscara eu reconheceria os cabelos negros e agora compridos em qualquer lugar do mundo. Minhas pernas bambearam quando a vi fragilizada.
- O que houve com ela? - perguntei sem conseguir conter meu tom desesperado.
- Fomos atacados, fizeram uma emboscada e ela foi envenenada.
Corri com ela para dentro, a coloquei numa maca e comecei a verificar os sinais vitais dela. Era um veneno forte mas eu aprendi bem com Tsunade Sama a administrar um antídoto. Coloquei no soro e deixei o resto com Shizune afinal eu não podia tratar dela por ser minha filha.
Sasuke-kun ficou na recepção e esperava por notícias.
- Como ela está? - perguntou sério.
- Se recuperando - disse após um longo suspiro - agora só precisa descansar. Quem você acha que foi?
- Tenho certeza que foi a Gokudō. São os filhos do velho Kazumi. Droga! - exclamou nervoso.
- Mantenha a calma, vamos pensar em um jeito. Nem que eu e você tenhamos que ir atrás deles.
O que se sabia é que a organização, que sequestrava crianças a doze anos atrás, estava de volta e estava indo atrás de Sasuke e dos nossos filhos, provavelmente por vingança.
Por mais que Sasuke-kun capturasse os atacantes de Sarada e Hideki, ele não conseguia chegar nos verdadeiros líderes, eles eram bem treinados e quando capturados tomavam cianureto para não delatar nada.
A opção no momento era deixar os três dentro da vila. Sarada, claro já ficaria afastada e os meninos fariam apenas missões curtas e dentro da vila, já sabia que Hiroshi iria reclamar, afinal ele foi o único que não teve uma missão fora, mas querer não é poder.

Hideki pov
Após alguns minutos deitado acabei cochilando, porém fui acordado por Hiroshi aos trancos.
- Hideki acorda - ele me balançava e eu queria soca-lo. - Sarada está no hospital!
Isso me alarmou e levantei tão rápido que bati a cabeça no beliche. Irritado, preocupado e com dor. Que mistura de merda.
- O que houve ? - perguntei sonolento enquanto Hiroshi jogou uma camisa para mim.
- Eu não sei ainda, mas acho melhor irmos pra lá. Mamãe só disse que ela está lá e que nós devemos ficar sozinhos em casa hoje.
Apesar de uma mãe médica nós evitamos a qualquer custo de ir para o hospital, ou melhor de sermos os pacientes. Então se ela tava lá era porque algo grave havia acontecido. Me vesti e rumamos o mais rápido possível ao hospital. Sendo um aprendiz minha entrada era facilitada, a recepcionista nem me questionou, só me cumprimentou e continuou com os afazeres dela. Rumamos em direção a sala da minha mãe, mas ela não estava lá, só meu pai.
- O que houve com Sarada? - perguntei aflito mas sem olhar muito pra ele, os arquivos de mais cedo martelavam na minha cabeça.
- Foi envenenada - e nesse momento lembrei da senbon de um dos homens na minha missão. - vocês deverão ficar na vila até que eles sejam capturados.
- Mas e as nossas missões ? - Hiroshi se perguntava decepcionado.
- Por enquanto vocês ficaram dentro da vila, os alvos deles somos nós. Primeiro eu e Hideki e agora Sarada.
- Você foi atacado? - Quis saber incrédulo, assenti com a cabeça
- Posso vê-la? - será que ele percebeu meu tom. Eu estava preocupado com ela mas estava extremamente irritado com meu pai. Por não me responder, por tentar me poupar do que quer que fosse.
- Ela está na enfermaria mas... - não dei chance dele terminar, rumei para a enfermaria para ver minha irmã.
Ela estava deitada na cama, suava um pouco, efeito do antídoto com certeza e dormia, Shizune San conferia o soro. Quando me viu me lançou um sorriso amigo.
- Hideki, você está bem? Soube que também foi atacado.
- Estou sim, como ela está ? - disse segurando a mão dela - que tipo de veneno foi usado?
- De algum tipo de escorpião. Mas ela está reagindo bem a medicação, sua mãe agiu rápido. - eu sabia que se fosse comigo eu não teria tido reação ou seria fraca no meu corpo. E isso me deixou com remorso.
Nesse momento eu pensei no que o homem na floresta me disse, sobre salvar minha família. Esses ataques não podiam continuar ... Eu me sentia perdido, não sabia o que fazer. Ou melhor sabia mas não tinha certeza se daria certo.
🌸
Dois dias depois Sarada já estava em casa, passaria duas semanas de repouso, sem missões. Eu e Hiroshi não sairíamos da vila, então nossas missões diminuíram sobrando mais tempo para treinos.
Eu tinha os treino com Guy sensei, os ensinamentos de Miraí, ela passava alguns exercícios de trabalho em equipe, o hospital com minha mãe, afinal meu objetivo ainda era ser médico ninja e aos sábados a tarde jogar Shogi com Shikaro e Shikadai. Mas numa dessas tarde Shikamaro San estava lá.
- Vamos jogar Hideki?
- Ver você perder ? Claro!
Começamos o jogo, Mahina também estava lá, não gostava tanto de Shogi mas nos acompanhava, mais pela companhia e as risadas.
- Se nós fossemos peças de Shogi, qual você acha que você seria Hideki? - que pergunta mais esquisita
- Lá vem ... - Shikadai saiu resmungando, pelo jeito a pergunta era frequente
- Pela minha posição como médico eu seria a torre. Numa guerra você quer dizer não é?
- Ou como Shinobi da folha.
- Ok. Seria a torre, mas porque sou médico ninja e uma das regras do médico ninja é não estar na frente de batalha e sim onde você é necessário, recuado. Não adianta ter um médico muito bom que fica a frente, mas que morre no primeiro ataque.
- É um ponto de vista interessante - ele disse alisando o queixo. - mas na guerra sua mãe lutou na frente.
- Porque ela tem o byakugou no Yin. O selo das mil curas, segundo ela e Tsunade Sama um ninja médico pode esquecer as três primeiras regras se tiver esse selo.
- Certo, certo e para você quem é o rei ?
Eu não tinha uma resposta. O rei era a peça que deveria ser protegida pelas outras, mas quem era o rei pra mim?
- Ainda não sei dizer ... - fui sincero, não tinha uma resposta.
- Tudo bem. Mas fique com esse questionamento. E olha só xeque!
Perdi, claro que perdi, não estava conseguindo me concentrar, estava aéreo desde os ataques, estava na dúvida de qual era meu dever e do que eu deveria fazer. Comecei a perceber os motivos que levaram Itachi a fazer o que fez.
Saí da casa de Shikaro naquele dia com mais pensamentos do que quando entrei, só questionamentos, sem respostas.
O que eu deveria fazer?

Blood CirculatorWhere stories live. Discover now