Epifânia

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Hideki Pov
Após passar pelo portal, a primeira coisa que fizeram comigo foi me dar um golpe na cabeça do qual desmaiei instantaneamente.
Vamos aos fatos :
Flashback on :
" Depois de uma missão simples dentro da vila, eu rumava para casa sozinho, Sarada já havia sido atacada e desde então não podíamos sair da vila.
Um homem surgiu em minha frente. Um dos irmão que me atacou na floresta.
 - Está com tempo Uchiha. - ele disse sério, eu saquei minha kunai, não deixaria ele sair dali, mas percebi que ele era apenas um genjustu, o que me intrigava era onde eles estavam que ninguém percebeu. Não podia estar longe afinal só um ninja habilidoso pode usar genjustu de tão longe ou talvez alguma arma científica ninja.
 - O que você quer? - perguntei sem paciência.
 - Um novo recruta, alguém para compor nossa organização.
 - E por que eu ?
 - Ora, você é um Uchiha, seria de grande ajuda.
 - E o que eu ganho com isso?
 - Segurança. - ele estava blefando só podia ser.
 - Você acha que eu preciso disso?
 - Você não, mas seu pai e seus irmão sim, não acha ? Ou o povo da aldeia da Folha... - fiquei intrigado, o que ele pretendia com esse papo?
 - Diga logo, não estou para brincadeiras.
 - Nem nós. Queremos você e em troca deixaremos em paz qualquer ninja da folha, isso inclui seus irmãos e seu pai. - isso era tentador, mas ele podia estar blefando mesmo e nesse momento eu tive uma ideia, na verdade uma epifânia. Foi isso que Itachi fez, se infiltrou na Akatsuki, levou algumas informações a folha e a defendeu até seu último suspiro.
 - Quem me garante isso ? - mesmo que eles não me garantissem nada eu aceitaria, e quando chegasse a hora a implodiria. A ideia era boa, mas havia um risco enorme de me descobrirem e eu ser morto.
 - Eu garanto a você garoto, nós seremos poderosos, você poderá mostrar a todos da vila que você é o melhor Uchiha, superando até mesmo seu pai. - não sei de onde tiram que quero superar quem quer que seja. Meu objetivo principal era ser um médico, tão bom quanto minha mãe, queria ser útil a vila. Mas deixa ele pensar assim, deixará meu plano mais consistente e a chances de me descobrirem de cara serão menores, reduzindo assim minha morte eminente.
 - Fechado então.
 - Ótimo. Até mais Uchiha Hideki.
Assim eu selava o acordo com a Gokudō. Não sabia quando iriam me buscar, mas seria logo. "
Flashback off:
Não sei quanto tempo se passou, mas eu acordei, abrindo os olhos lentamente, eu me sentia mal,estava deitado numa cama dura, na verdade nem sei se estava numa cama, havia uma espuma que devia estar sendo usada como colchão, uma sensação estranha na barriga, levantei devagar e senti minha cabeça leve de mais e um vento na nuca, foi quando coloquei a mão no lugar que deveria estar meu rabo de cavalo. Sentia apenas os fios cortados, com certeza estava espetado pra cima, fechei os olhos com raiva, gostava do meu cabelo assim. Respirei fundo e olhei em volta, num canto, acuados haviam cerca de doze crianças, sete pequenos com idades entre 4 e 6 anos e as outras cinco deviam ter a minha idade ou um pouco menos. Com roupas puidas e sujas, eles pareciam assustados com a minha presença, o que me fez refletir como eles deviam viver aqui. Estavam magros e com fome com certeza.
Percebi que o lugar não passava de uma cela umida e escura, com uma lamparina a gás num canto, e uma janela mínima na parede a qual as crianças estavam encostadas, o mais longe possível de mim. Por ela pude perceber que nesse momento era dia, final de tarde já, logo seria noite.
Me levantei devagar, a dor na minha barriga ainda me incomodando muito, rumei em direção as crianças e os maiores se puseram a frente dos menores, os protegendo, protegendo de mim.
Eu precisava mostrar que não era uma ameaça, como reflexo coloquei a mão nas costas para pegar na minha bolsa algumas balas que tinha comigo, mas percebi que estava sem ela. Claro que estava sem, eles não me deixariam preso com as minhas armas, coloquei a mão no bolso da bermuda e lá haviam algumas balas também. Eu sempre as tinha, normalmente usava no hospital, para acalmar as crianças. Acho que um dos motivos pelo qual elas gostavam de mim.
Tinha cinco balinhas, dei aos maiores para que dividissem.
 - Não tem veneno,não. - disse ao perceber a cara desconfiada deles. - acho que sou um prisioneiro como vocês. Não tem o que temer.
 - Quem garante que eles não fizeram a sua cabeça na Sala Branca? - uma garota do meu tamanho me perguntou com uma voz ríspida.
 - Calma Kin, ele só foi legal com os pequenos, se ele estivesse aqui pra fazer alguma coisa com a gente... bom não estaria aqui preso. - um garoto de óculos e cabelos castanhos avermelhado me defendeu e fiquei feliz com isso.
 - Aí Iori, você é muito ingênuo - a garota de nome Kin ralhou com ele - olha pra ele, acha que ele se importa com um bando de crianças magrelas.
 - Mas... - Iori tentou defender
 - Mas, nada ele é um ...
 - Chega ! - uma voz mais séria surgiu mais a direita, era mais alto que nós três e talvez fosse mais velho também. - ele não é um inimigo, mas também não é um amigo, pelo menos até que nós prove.
 - E o que eu tenho que fazer para provar? - perguntei olhando sério para ele.
 - Ainda não sabemos Uchiha, mas sua hora vai chegar. - como ele sabia que eu era um Uchiha? ... A camisa claro.
 - Meu nome é Hideki. Quem são vocês e como vieram parar aqui?
 - Nós fazemos as perguntas - Kin se adiantou - o que você veio fazer aqui?
 - Eu ... - parei para pensar, eu não sabia, me disseram uma coisa, imaginei de um jeito e está sendo diferente. Pelo jeito eu que fui enganado. - fiz um acordo para estar aqui.
 - Falei que ele não era de confiança. - a garota gritou e assustou as crianças.
 - Kin eles já passam por terror suficiente nessa droga, não precisam de vocês gritando. - o grandão que ainda não sabia o nome se mantinha sério - que tipo de acordo? Algo por poder ?
 - Na verdade não - eu disse triste percebendo que no momento era apenas um prisioneiro, não que quisesse ser algo mais, mas percebendo que poderia não haver acordo algum. - eles tentaram pegar minha família. E o acordo é de paz com eles em troca da minha força.
 - Bom, em parte eles vão cumprir o que disseram, pelo menos eu acho que sim. A propósito eu sou Raiden - estendeu a mão para mim que a peguei e apertei tão forte quanto ele. - o objetivo deles é capturar crianças para fazer experimentos. E bem você está aqui. Se não fizeram ainda, logo irão fazer.
Suspirei fundo, me sentia perdido como nunca, arrependido até a alma. Mas não havia nada o que ser feito. Sentei no chão me encostando na parede, as crianças que estavam assustadas já não estavam mais e começaram a brincar umas com as outras. Percebi que algumas tinham uns ferimentos.
 - Raiden por que elas estão feridas? - perguntei nervoso. Eles respirou fundo.
 - Você deve ter percebido que aqui não é uma colônia de férias né? - assenti - eles fazem a gente lutar uns contra os outros, e se não lutarmos eles machucam os pequenos. Dizem que faz parte do nosso crescimento na organização.
 - Isso é horrível.- eu estava enojado.
 - No caso os pequenos machucados aqui fui eu e Kin quem machucamos. Entramos no acordo de fazer de modo que eles não sofram tanto, por que se não lutarmos com eles o Katsuo faz pior. - ele suspirou mais uma vez- eles matam os pequenos.
 - O que ? - eu estava em choque. Teriam que bater neles para que eles não morressem.
 - É isso, se nos recusarmos a lutar eles assassinam os menores na nossa frente, eu, Kin e Iori fomos os primeiros a chegar aqui e vimos pelo menos três crianças morrer. Então já está avisado, prefira acertar a um deles do que vê-los morrer.
Eu não tinha resposta, senti a raiva subir e a dor na minha barriga aumentar. Coloquei a mão onde doía e ele notou.
 - O que houve ? - perguntou sério.
 - Nada, só uma dor que tô sentindo desde a hora que cheguei, nada de mais - nesse momento percebi que poderia melhorar as dores dessas crianças. - chame os pequenos aqui. Acho que posso fazer algo por eles.
Ele assentiu, se levantou e com um gesto chamou a todos
 - Venham todos aqui. Vocês, pequenos. - ele me olhou levantar - o que você vai fazer?
 - Sou médico ninja, posso curar as feridas deles. Peça para que façam uma fila.
 - Em fila, todos, rápido.
Após essa ordem as crianças fizeram uma fila torta e descordenada, um a um eu ia examinando as lesões, a maioria eram hematomas nada muito grave.
 - Obrigada, Hideki-kun
 - De nada - eu não gostava do sufixo mas na voz inocente das crianças eu acha fofo. Entao, não me importava. Curei uma a uma a mais grave era Saury, uma menina pequena, acho que a menor dali, olhos verdes, cabelo loiro e um sorriso de orelha a orelha. Mesmo com a dor ela sorria. Ela tinha hematomas nas costelas e nos braços.
 - Obrigada Hideki-kun - ela foi a última e me deu um abraço tão apertado que senti meu coração abraçado.
 - Não tem de quê pequena.
Passado alguns minutos, senti minhas pernas tremerem, eu estava sem comer. Sentei sem força.
 - O que houve garoto ? Cansou ? - Raiden zombou de mim.
 - Não. Só estou muito tempo sem comer.
 - Acostume-se, aqui comemos duas vezes no dia, uma de manhã bem cedo e a noite. E a refeição da noite ainda vai demorar um tempo - percebi que a noite caia. - e sinceramente a comida não é lá aquelas coisas.
 - Como vocês vieram parar aqui?
 - A grande maioria foi sequestrada. Alguns foram vendidos. Saury foi sequestrada, eu fui vendido. Kin foi vendida também, Iori foi sequestrado. por enquanto não fizeram nada conosco, só nos treinam pesado alguns dias da semana, e nos outros nos fazem lutar uns contra os outros.
 - Quem são as pessoas que cuidam daqui ? - eu precisava saber onde estava pisando, nesse momento kin e Iori sentaram conosco e também completavam a conversa.
 - Os líderes são três, na verdade um é o chefão dessa droga - Kin começou - o de olhos fundo e cabelo preto Fuyuki, se você fez uma acordo, com certeza foi ele quem te sugeriu. - me lembrei dele na arena, dizendo para matar minha mãe.
 - O sádico irmão dele, responsável pelas mortes Katsuo, os pequenos tremem só de ouvir o nome dele. - Iori começou, agora de perto percebi o óculos quebrado. Deve ter apanhado muito por aqui.
 - E por último, mas não menos importante, a doutora. Responsável pelas experiências as quais nós ainda não fomos submetidos ainda. Fumiko. - Raiden completou - ela e Katsuo não têm muita diferença, no meu ponto de vista. A diferença é que ela tem um rostinho bonito enquanto o outro tem cara de maníaco.
Me lembrei dos três, Katsuo e Fuyuki na floresta e Fumiko e Fuyuki na arena do exame.
 - O restante nós não sabemos os nomes, são um bando de capachos que só sabem abaixar a cabeça para aqueles três. - Kin estava revoltada.
 - Bom essa é nossa miserável vida aqui. Bater em criancinhas para que elas não sejam mortas.
Eu percebia agora que minha missão tinha mudado, eu precisava salvar essas crianças de qualquer forma mas antes precisava avisar alguém, de preferência meu pai e minha mãe, mas como?
 - E as experiências? O que eles fazem? - eles se olharam e Raiden respondeu sério
 - Ninguém nunca voltou das experiências.
Sasuke POV
Logo após o pôr do sol nos encontramos todos nos portões de Konoha, para partimos em missão para resgatar Hideki. Sakura estava quieta, séria, e eu me sentia culpado por tudo isso. Sentia que a culpa era minha.
No portão Naruto e Kakashi sensei nos dariam as últimas instruções.
 - Sakura senpai ? - ela assentiu. - Levem Pakkun com vocês, ele irá ajudar a encontrá-lo. Tem alguma coisa dele aí?
 - Eu tenho - Hiroshi tirou o haiate de dentro do mantos de cor creme que os três usavam.
Kakashi fez os selos de invocação e logo Pakun apareceu.
O pequeno buldogue marrom parecia meio velho, mas disposto ao modo dele.
 - O que manda chefe?
 - Preciso que os ajude a achar um garoto. - Kakashi pediu.
 - Outro Uchiha? - ele ajudou Naruto e os outros a procurarem por mim depois do exame chunin em que Orochimaru matou o Terceiro Hokage.
 - Só ajude a procurar, ok ?
 - Tá tá, passa pra cá garoto - direcionou a Hiroshi o nariz preto e triangular. Cheirou por alguns segundos e começou a correr. - vamos ele não está tão perto assim.
Eu não podia usar o portal se não soubesse onde ele estava e a assinatura do chakara sumiu logo que ele saiu da arena.
 - Voltaremos com ele - Sakura estava determinada. - fiquem a postos no terraço do hospital. Retornaremos por lá.
 - Certo.
Saímos atrás de Pakkun e pelas árvores, a noite estava fria, a lua brilhava alta no céu.
Hiroshi estava quieto, talvez por perceber que agiu como um idiota com o irmão, acabou aprendendo a lição de forma vergonhosa, mas isso faz parte do crescimento dele como ninja. Não o julgo já que eu fui idiota assim. Precisei apanhar muito na vida para aprender.
Sarada parecia muito nervosa, preocupação com Hideki. Os dois eram muito unidos, muito parecidos em suas personalidades. Ela com certeza queria o irmão bem.
Sakura apesar de séria era um poço de culpa e aflição, conhecia minha esposa para saber disso. Culpa por achar que falhou como mãe, o que pra mim é um absurdo, ela era uma excelente mãe para os três, diferente de mim, que deixa a desejar como pai. Se eu não tivesse sido covarde Hideki estaria em casa, provavelmente agora seria um Chunin. Me doía e me deixava mais irritado ainda saber que tudo isso aconteceu graças a minha incapacidade de confrontar meu passado e explicar isso a meus filhos.
 - Vocês dois - Sakura direcionou suas palavras a Sarada e Hiroshi, nós dois estávamos mais a frente e uma linha reta e os dois atrás alinhados também. - em breve entraremos e solo inimigo, não sabemos o que vamos enfrentar então se algo acontecer a mim ou seu pai saiam o mais rápido possível e se protejam, nós dois damos um jeito. Se eu ou seu pai ordenarmos que vocês voltem para a vila, vocês devem obedecer. Entendido?
 - Entendido senpai - Sarada e Hiroshi responderam juntos.
 - E você também, se algo acontecer comigo não hesite em sair. - eu disse a Sakura.
 - Claro - ela respondeu, mas eu mesmo não acreditei na palavra dela.

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