Count On Me (Mewgulf)

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Mew Pov

Eu fui em segundos do 0 ao 100, passei de um alívio instantâneo a um pânico profundo. O mundo pareceu girar em câmera lenta, e tudo que meus olhos conseguiam registrar era o corpo de Cassie indo ao chão. No mesmo instante vários policiais avançaram sobre Sohui a imobilizando totalmente, mas agora o estrago já estava feito. Eu só torcia pra que não fosse tarde demais.

Sai correndo com Hani em meus braços, um dos policiais tentou me conter, mas eu apenas passei por ele com brusquidao me ajoelhando ao lado de Cassie, que graças a Deus estava acordada. Tampei a visão de Hani com medo do estado da garota a minha frente, não queria traumatiza-la ainda mais, principalmente depois de tudo que ela foi obrigada a passar nesses dois dias longe de nós.

Cassie pressionava o lado esquerdo do seu quadril, onde a bala a havia atingido, havia pouco sangue no local, e após uma rápida verificação de um dos policiais, soubemos que a bala a atingiu apenas de raspão, o que gerou um alívio instantâneo a todos em nosso redor.

- Agora você vê né, eu vim do rio de janeiro pra tomar tiro na Tailândia, você acha isso certo moço? Porque eu acho uma afronta com a minha cara - Começou a resmungar a garota, fazendo todos a sua volta gargalhar desacreditados.

- Você tem alguma noção do que poderia ter acontecido? Cassie eu te amo, mas nunca mais faça algo assim de novo ou eu juro que eu mesmo te mato! - Dessa vez fui eu a resmungar, meu coração ainda batia forte no peito e minha respiração continuava agitada pelo susto, acabei puxando a garota para meus braços a abraçando com força.

- Não me arrependo de nada - Deu de ombros, me fazendo a olhar no mesmo instante com a boca aberta, desacreditado - Mew vocês são a minha família! Eu daria minha vida por vocês, você devia saber disso. E olha só isso - Apontou para o local onde foi atingida, esse que seguia sendo apertado por si, agora pressionando uma toalha no local - Eu tomei um tiro cara, vou ser respeitada na favela!

- Ah cala a boca! - Dei um peteleco em sua testa, fazendo Hani cair na gargalhada.

- Ei minha pitica vem aqui, você quase mata sua tia de susto sabia? - Perguntou a garota puxando Hani para seu colo.

- Vovó bruxa mal! - Resmungou a criança fazendo um biquinho enquanto cruzava seus bracinhos.

- Você sabe o que acontece com as bruxas más? - Perguntei ganhando sua atenção.

- Elas quicam no colo do capeta e ... - Tampei a boca de Cassie evitando o que viria a seguir.

- Tadinha ta delirando, pode deixar que quando chegarmos ao hospital vamos te dopar por uma semana! - Resmunguei, soltando um berro ao notar a porca lamber a palma da minha mão.

Enquanto tudo isso acontecia, o helicóptero que trazia Gulf e Johan conseguiu se aproximar o suficiente pra que ele conseguisse descer através de uma escada até o barco em segurança. Ele correu em nossa direção assim que seus pés encostaram ao chão, se jogando sobre nós três em total desespero.

- Filha você ta bem? Ela te fez dodói? Fala pra mim por favor! - Puxou Hani com tamanha força que a menina voou para seus braços - Cassie eu ouvi o tiro, que susto você me deu! Eu quase pulei de lá de cima quando vi você caindo no chão, se não me segurassem eu estaria indo junto pro hospital! Aliás eu vou porque eu acho que minha pressão caiu e... - Falava tudo muito rápido e afobado, em notório desespero.

- Ei, ei! - Segurei seus ombros o sacudindo, o fazendo parar e me olhar por um instante, mas logo desviando e voltando a olhar para Hani em busca de possíveis machucados - Ei, olha pra mim amor - Seus olhos encontraram os meus novamente, e eu pude notar o quanto estavam inchados de um choro recente, e marejados como se fosse voltar a chorar a qualquer instante - Acabou bebê, ta tudo bem agora, sim? A Hani ta aqui, a Cassie ta bem, vai ficar tudo bem ok? - acariciei seu rosto devagar, ele fechou seus olhos esfregando seu rosto em busca de mais contato, enquanto assentia com a cabeça.

Seus braços me puxaram junto a si, apertando Hani entre nós dois, num abraço que demonstrava alívio e felicidade por tê-la novamente entre nós.

- Ah não, nem baleada eu deixo de ser vela! Mew liga pra minha mulher, fala pra ela que eu tô morrendo, que ela precisa ir cuidar de mim antes que eu morra, anda, quero carinho também! - Acabando com todo o clima, todos caímos na risada, a trazendo para o abraço também e ouvindo seus vários pedidos de socorro.

Enquanto isso Johan seguia com a polícia, afinal sua irmã iria ser presa assim que pisassemos em terra firme, e ele queria ter certeza de que dessa vez não havia escapatória. Sohui foi algemada e levada em um barco da polícia, junto ao comandante que levava a mesma em direção a Coréia mesmo sabendo o que ela havia feito. Vários helicópteros jornalísticos nos acompanhava na volta pra casa, contando os detalhes de tudo que havia acontecido conosco.

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Fomos todos levados direito ao hospital assim que chegamos a cidade, Cassie foi levada numa maca na ambulância, não por necessidade, mas porque ela estava fazendo um puta drama pra mídia. Essa história do tiro iria render mais tarde...

Eu, Gulf e Hani fomos juntos em um dos carros da policia, enquanto Johan seguiu direto para a delegacia acompanhando Sohui e os nossos advogados.

Hani foi monitorada por algumas horas, graças a Deus nenhum arranhão foi encontrado na menina, ela havia se alimentado e estava muito bem, ao menos pra isso aquela mulher serviu afinal.

Gulf e eu precisamos ficar um tempo no soro, devido as buscas contanstes nós não comemos, muito menos dormimos nesses últimos dias, e isso mexeu demais com nosso organismo. Mas nada que pudesse afetar demais conosco, uma boa noite de sono e um bom prato de comida já resolveria o problema.

O hospital estava lotado de jornalistas do lado de fora, foi difícil conseguir que meus pais e nossos amigos pudessem nos encontrar. Sammy chegou de mãos dadas com Mild (que eu soube depois que foi quem ficou responsável pelos cuidados com a menina em sua recuperação), e correu até Hani assim que a viu, acabando por chorar agarrada a menina por longos minutos.

- Não chola - Disse Hani baixinho enquanto limpava as lágrimas da babá, a fazendo abrir um sorriso sincero - Hani cuida dodói tá?

Jom foi a última a chegar, e a primeira a sair, afinal ela ainda precisava ir ver a Cassie, no quarto ao lado. Aliás, foi só ela abrir a porta que deu pra ouvir os gemidos de dor falsos enquanto ela chamava por minha irmã, uma pilantra mesmo.

Cientes de tudo o que houve, a polícia nos liberou por essa noite, assim como os médicos, para que pudéssemos descansar e nos recuperar, e amanhã estaríamos todos na delegacia a fim de prestar depoimentos sobre tudo que aconteceu, não só a polícia mas também a mídia.

Mas no fim nada disso importa agora, afinal Hani esta aqui novamente, estamos todos bem e em segurança, e eu sinto que daqui pra frente as coisas só tem a melhorar.