Bagunça

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Mirella

Acordamos no meio da tarde, por volta das 15:00 e uma das meninas já não estava na cama assim como o bendito cachorro. Stéfani ainda estava deitada em meu peito e uma de suas mãos estava sobre meu abdômen. Pensei em deixá-las dormir, mas assim que me movi o suficiente para pegar o celular ao lado da cama, a morena sobre mim acordou.

- Mirella: Desculpa. - sussurrei e ela sorriu, dando um beijo na minha clavícula.

Stéfani levantou-se parcialmente, me dando espaço para sentar e apoiar-me na cabeceira da cama que compunha o quarto. Ela praticamente arrastou-se aninhando-se a mim e pude entender que ela não queria que eu saísse. Ela segurou o edredom o trazendo para nós e apoiou seu rosto na curva do meu pescoço de forma visivelmente desconfortável.

- Mirella: Ainda está cansada? - questionei atenciosa e ela resmungou algo irritada quando tentei puxar seu rosto, para que olhasse pra mim. Eu sorri boba e ela me abraçou forte.

(...)

Depois de um tempo a convenci descer, embrulhamos Beatriz que ainda dormia e saímos em silêncio. Fomos até a cozinha e percebi que não tinha ninguém em casa além de Tábata, que do sofá mesmo informou que Lúcia, nossa mãe e Gabriela haviam saído. Isabella nos seguiu até a cozinha caminhando em passos lentos atrás de mim. Assim que Stéfani sentou em uma das cadeiras, rapidamente a pequena loira de olhos verdes sentou em seu colo.

- Mirella: O que foi? - questionei apoiando as mãos sobre o balcão, e encarando as duas que me olhavam estáticas parecendo esperar algo.

- Isabella: A gente quer comer. - ela respondeu depois de dar uma rápida olhada em Stéfani. A morena que a tinha nas pernas, assentiu milimetricamente. - Não parece óbvio?

- Mirella: Ok, a gente pode sair pra comprar algo. - eu disse pegando as chaves do carro.

Stéfani me olhou séria e só aí pude relembrar que ainda não podia ser vista.

- Stéfani: O que acha da gente pedir? - Stéfani tentou contornar a situação. - A sua irmã ficaria chateada se saíssemos sem ela, não acha?

Isabella assentiu, achando que seria melhor e eu agradeci internamente por além de todas minhas características e defeitos, ela não possuir um dos maiores deles... ela não ser egoísta assim como eu era na infância.

- Mirella: Stéfani, me dá seu celular. - pedi paciente. Costumávamos nos chamar pelos nomes, já que as gêmeas ainda não tinham um pensamento concreto sobre isso.

Na nossa família não havia preconceito contra sexualidade ou etnia, e sempre buscávamos manter isso e educar as crianças qual faziam parte deste nome desde cedo. Para ambas minhas filhas era algo comum, pois viam Bianca e a esposa Rafa trocarem carinhos como qualquer casal o dia inteiro, viam Muryllo e o namorado fazerem o mesmo. E quando Lipe teve um relacionamento com Roberta, também foi algo visto comum. Porém... a uma diferença, eu era mãe delas, e nunca tive um relacionamento sério desde a morte de Bragança e o nascimento das gêmeas. Poderia ser algo complicado, ou um gatilho para elas. Seria contado com calma, e aos poucos... por mais que elas já gostassem e se identificassem com Stéfani, a morena ainda era uma pessoa nova em nossas vidas, e não tínhamos nenhum título ainda.

Stéfani:

Entreguei meu celular a ela e minutos depois a morena me devolveu. Pediu que eu abrisse o aplicativo e escolhesse algo com Isabella. Tentei reclamar quando notei que ela havia colocado seu cartão nas "formas de pagamento" gerais do meu aparelho. Mas ela alegou ter desestabilizado minha vida financeira e que usar seu cartão séria o mínimo. Tentei relutar outra vez e ela me pediu pra não reclamar e só aceitar.

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