CAPÍTULO 78- Balde de água fria!

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ALICIA ABRAVANEL

- não posso. As suas palavras foram cruéis. Sinto muito pelo o que houve. Mas, não é simplesmente chegar aqui, e me pedir perdão, que tudo vai se resolver, e vamos ser uma família feliz... comigo não tem essa. Não dá pai, eu sofri demais. O tapa que tomei, suas palavras pra abortar meus filhos..
Falei me afastando dele.

- não tá errada Alicia. Fui injusto com cruel. Só espero que um dia, vocês dois me perdoem.
Ele faloi, enxugando.

- talvez!
Falei, segurando o choro.

Ele sorriu pra mim, e saiu.

Abracei o Bruno, e desabei.

- ele tá arrependido.
Bruno falou

- posso fazer nada. Eu fui machucada Bruno.
Falei, me afastando.

- onde você vai?
Perguntou.

- voltar pra nossa comemoração... isso não vai estragar o meu dia!
Falei, caminhando até a entrada do jardim.

Respirei fundo, e dei o meu melhor sorriso.

Os nossos amigos e a família, me olhava recisosos.

- tá tudo bem?
Medina Perguntou.

- tá sim... vamos continuar!
Falei.

- gata, o que ele queria?
Douglas perguntou.

- ah, veio me falar que foi corno, e o filho não é dele... e pedir perdão.. e bla bla bla. Mas, vida que segue!
Falei, indo pegar um copo de suco.

Minha tia Silvia se aproximou de mim.

- se você quiser, podemos terminar agora...
Ela falou.

- não, por favor não. Hoje é um dia de alegria. Nada vai abalar isso!
Falei.

Ela sorriu pra mim, e a música voltou a tocar.

Peguei meu celular, e comecei a revirar minha galeria, tentando disfarçar a vontade de chorar.

Um nó na minha garganta se formou, porque tudo logo agora...

Não consigo perdoar, é algo tão difícil pra mim...

Essa nova fase da minha vida, esse novo amor, ser mãe, me mostrou que nunca trataria um filho, como meu pai me tratou.

Se já quase morri, só de pensar em perder meus pedacinhos, imagina dizer palavras tão cruéis, só de pensar, a dor aumenta.

...

Depois da festa, entrei no quarto de hóspede pra me trocar, e encontrei o Bruno, sentado na cama mexendo em seu celular.

Peguei do seu lado, uma jardineira com uma blusa rosa, que colocaria.

Ele segurou meu pulso, e me olhou, tentando decifrar meus pensamentos.

- tá tudo bem?
Falou.

- tá sim, amor.
Respondi, sentindo meus olhos marejarem.

- vida..
Ele falou, me puxando contra ele.

E as lágrimas, que ficaram presas a festa toda, desceram com força.

- só quero ficar em paz. Não aguento mais.
Falei, entre os soluços.

Ele me apertou mais ainda, em seus braços.

E ergueu meu queixo, pra olha-ló, enxugando minhas lágrimas.

- ele tá arrependido vida... eu sei, que ele fez muito mau, tanto pra você, quanto pra mim. Mas, ainda é seu pai!
Ele falou.

- Bruno, não se iluda fácil... ele tá arrependido é uma coisa. Mas eu quero ver, atitudes... palavras bonitas, até eu digo!
Falei.

- eu sei Alicia. Mas tenta perdoar.
Bruno falou.

- para de acreditar em palavras bonitas Bruno... esse é o seu mal!
Falei.

Ele me largou e me fitou.

- meu mal? Alicia, se você quer carregar isso, esse sentimento ruim. Então tá! Só não diga, que não avisei!
Ele falou.

- para Bruno! Você devia estar do meu lado. Me apoiando na minha decisão. Você sabe, o que ele fez... ele quis ,que eu abortasse.
Falei, com a mão em meu peito.

- eu sei Alicia. Mas, agindo assim, você está se igualando a ele.
Bruno disse.

- não Bruno. Não me disse isso...
Falei, caminhando até a janela.

Quando me virei, ele tinha sumido.

Entrei no banheiro e não achei, desci as escadas, e a segurança me disse, que ele saiu com uma cara irritada, de carro.

Voltei pro quarto, e troquei de roupa.

Meu azar, era que não tinha vindo com meu carro.

O que deu no Bruno de agir assim?

Eu sei, que a bondade dele extrapola os limites... mas agir assim...

...

Depois de pegar, de pedir pra minha mãe me largar, no apartamento dele.

Subi, e abri a porta, o silêncio pairava , as luzes todas apagadas.

Entrei no nosso quarto, a cama estava arrumada, larguei minhas coisas no closet.

E liguei pra ele, mais uma vez, ele saiu assim do nada. Isso tava muito estranho.

Aquilo não foi motivo, pra esse sumiço do nada.

Atirei meu celular na cama, depois de parar na caixa postal.

Me sentei, fitando a parede.

- nunca façam isso com a mamãe... por favor! Ja to angustiada!
Falei pra minha barriga.

Escutei a campainha tocar, e fui até lá.

- preciso falar com você!
Ana gabriela,falou adentrando o apartamento.

- desculpa? Não entendo o motivo da sua visita!
Falei, fitando ela.

O que a ex dele queria?

- é sobre o Bruno!
Ela falou.

- óbvio, de quem mais seria!
Falei em tom irônico.

- antes de tudo... parabéns pelo casal!
Ela disse.

- obrigada! Mas diga, qual o motivo disso?
Perguntei.

Ela respirou fundo, e me encarou.

- não quero, que você se exalte... por conta da gravidez. Mas eu tinha que falar.

- falar o que porra?
Perguntei, já me alterando.

- o Bruno... A gente transou , quando vocês brigaram.
Ela falou, na maior tranquilidade.

Recebi um balde de água fria.

( CONTINUA...)


Eu e Você- Bruno Rezende!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora