CAPÍTULO 64- meu inimigo.

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ALICIA ABRAVANEL

Adentrei a sala, e já vi outra discussão.

Meu pai estava ali, e pelo jeito minha mãe não tava em casa.

- posso adivinhar...onde você estava!
Ele disse.

- assim me poupa, de dizer!
Forcei um sorriso.

- seu avô, foi falar comigo. Não me surpreendo de ter ido fazer fofoca!
Ele disse.

- não tô afim de brigar.
Falei.

- Alicia, nunca vou aceitar ele... então para de ver ele.
Ele disse.

- isso vai ser impossível, pai!
Falei.

- não é não.
Ele disse.

- eu tô grávida do Bruno! Parabéns vai ser avô de gêmeos!
Falei.

Meu pai me olhou incrédulo, seu rosto ficou branco feito papel.

- tá tirando uma comigo? Qual é Alicia.
Ele disse se alterando.

- não, tenho os testes... tenho exames! Vou sempre ser ligada ao Bruno, e ele a mim!
Falei.

- isso só pode ser um pesadelo! Vai ter um filho, daquele merda.
Meu gritou.

- abaixa o tom, não posso me incomodar!
Falei.

- problema seu! Porque isso não vai pra frente!
Ele exclamou.

- quer dizer o que?
Perguntei

- vai abortar. Ainda tá no início, então será fácil!
Ele falou, com um sorriso diabólico.

Senti as lágrimas brotarem novamente.

- como pode , me pedir isso? São dois seres indefesos! São meus filhos!
Falei, batendo no peito.

- ai Alicia, para de drama. A recém descobriu, isso passa!
Ele disse.

E comecei a chorar sem parar, me apoiei no sofá, com aquela dor infernal de novo.

Tinha medo, que por essas brigas, perde-se eles.

- vai embora...
Falei baixinho.

- vai tirar eles.
Meu disse.

- não, eu não vou! E você vai pro inferno! E engoli suas ameaças!
Gritei.

Ele me segurou pelos braços, e me sacudiu.

- vai sim Alicia... nem que eu tenha, que te interditar como louca, pra fazer isso!
Ele falou.

- larga ela!
A voz rouca de Bruno, ecuou pela sala.

Meu pai se virou, rindo ironicamente pra ele.

- agora sim, chegou o que engravidou a minha filha. Tem noção, que desgraçou a vida dela?
Meu pai falou

- e o senhor, tem noção de como ela tá nervosa... como tá machucando ela!
Bruno falou se aproximando de mim.

- é tudo culpa dela! Que nunca me ouve!
Ele disse.

- vai embora!
Gritei chorando.

- não vou largar ela, por conta de você.. faça o que quiser, não ligo!
Bruno falou, me abraçando.

Meu pai saiu bufando!

- olha pra mim, eu tô aqui!
Ele disse, me abraçando.

- tá doendo Bruno.
Falei, colocando a mão na barriga.

- calma, vamos subir.
Ele falou, me pegando no colo.

E subindo as escadas, comigo assim.

Minhas lágrimas não paravam de cair.

Escutar aquelas palavras do meu pai, me destruiu mais ainda, ele tornou a minha vida num inferno.

E quer que eu, tire os meus filhos... como ele pode me pedir, pra abortar.

Esperava um melhor amigo, um apoio dele... mas encontrei um inimigo cruel!

Isso me machuca, em saber que meus filhos, nunca terão o amor do avô deles!

- vou pegar um copo d'água!
Bruno falou, me colocando na cama.

Ele desceu até a cozinha, e voltou rapidamente.

Peguei a agua, e tomei um pouco, sentindo a dor amenizando.

- vai ficar tudo bem...
Ele falou, acariciando meu rosto.

Me grudei nele, em um abraço. E ele retribuiu, beijando meu pescoço.

Segurei seu rosto, e encarei seus olhos e depois sua boca.

- ele quer, que eu aborte, Bruno.
Falei, com meu coração apertado.

- louco, seu pai não tem noção do que diz.
Falou.

- mas eu não vou. Sabe porque, eu já amo tanto eles... são nossos bebês!
Falei, colocando a mão dele na minha barriga.

- o que eu sempre sonhei... ter filhos, com quem eu amo!
Ele falou, beijando minha bochecha.

Virei meu rosto, e selei nossos lábios, o gosto das minhas lágrimas, se misturaram.

Ele me puxou pro seu colo, onde deitei minha cabeça em seu ombro.

- nunca vou te deixar... por mais ,que me mande embora!
Ele disse, acariciando meu braço.

- oi gente... o que aconteceu?
Minha mãe perguntou.

Sai do colo do Bruno, e abracei ela ,chorando ainda mais.

- o meu pai mãe... ele quer , que eu aborte!
Falei, entre os soluços.

- como é que é? Alicia, ele te a capacidade de falar isso...
Ela falou, segurando meu rosto.

- sim, e ainda disse, que vai me interditar como louca... pra fazer isso.
Falei.

- vou matar ele! Ele vai ver!
Minha mãe exclamou, me abraçando.

- tenho medo...
Falei.

- calma filha... vou resolver isso!
Ela disse acariciando meus cabelos.

- bom, acho que já vou...
Bruno falou, se levantando, e indo até a porta.

Fui até ele, e segurei seu braço.

- fica, por favor... preciso de você!
Falei.

E ele me abraçou.

- pode ficar com ela... vou resolver uma pendência!
Ela disse saindo.

- vem..
Ele disse.

- preciso tirar essa roupa... De um banho!
Falei, enxugando minhas lágrimas.

Ele assentiu, e fomos até o banheiro.

Me ajudou a tirar o vestido, e passou sua mão na minha barriga.

- acho que já dá, pra ver uma diferença..
Ele falou.

- não muita..
Falei, observando o toque dele.

- não vejo a hora, de ver o barrigao.... vai ficar tão linda.
Ele disse, sorrindo.

- Bruno...
Falei, acariciando seu rosto.

E sua lágrimas caíram, enxuguei elas.

- eu te amo tanto!
Ele falou, com os olhos marejados!

( CONTINUA...)

Eu e Você- Bruno Rezende!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora