Capítulo 31

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Não revisado

Saindo do aeroporto sinto uma onda de sentimentos se chocar contra mim. Eu estou de volta, eu realmente voltei. Nunca achei que tudo daria tão certo, tirando o fato de ter quatro pessoas em risco agora.

A atenção aos detalhes agora precisava ser maior do que a minha preocupação.

Meu pai e eu entramos em um carro SUV preto de vidros escuros.

-Meio-dia em ponto - papa falou com entusiasmo, olhando o relógio que estava em seu pulso. - Está com fome, ragazza?

Não respondi. Em silêncio, observo as ruas de Capri passar me deixando nostálgica.

-Pietra? - a voz do meu pai me trouxe de volta dos meus devaneios. - Você está bem?

-Desculpe, papa… - meu coração está se acalmando dentro do meu peito. - Estou bem… E sim, estou morrendo de fome 

Continuamos o nosso caminho falando sobre lembranças, algumas boas e outras nem tanto. Chegamos a minha casa, ou à minha antiga casa.

Ela era grande, mas agora não parece tão grande quanto eu me lembrava, os muros pintados de branco ainda continuam ali, mas tem algo diferente. Talvez sejam esses seguranças que antes não ficavam alí.

Ainda ouvindo a risada do meu pai, segui para fora do carro passando pelo portão e indo em direção ao prédio principal pelo canteiro de flores, que por incrível que pareça ainda estão intactas. Era lá que ficava o escritório do meu pai, a estante de tiro e incluindo o meu quarto. Apesar de ser tranquila, eu nunca recusei participar dos treinamentos de tiro.

-Você conseguiu mesmo… - comecei olhando para seguranças que passavam de um lado para o outro com suas armas. - Finalmente se tornou o Capo.

-Sim… - respondeu ele, analisando cada passo meu. - Não foi uma tarefa fácil você sabe disso.

-Infelizmente eu entendo, quando a sua virgindade é vendida pela sua própria mãe, que tinha um caso com o seu finado sogro, para o Don da família rival… e você acaba sendo estuprada pelo seu "namorado" mal sabendo que tudo faz parte de um plano, ridículo para um golpe, você acaba entendo como tudo isso funciona.

Talvez a minha história seja muito complexa no final das contas.

-Mas, você deu um jeito… você sempre dá.

-Não acho que dar um tiro na testa na minha mãe, no dia em que ela atirou em você seja dar um jeito. Nós só nos afundamos mais pai!

-Não diga bobagens, sua mãe nos traiu, ela te deu de mão beijada, e iria me matar se não fosse por você. Tudo isso para se casar com aquele Filho da puta e juntar as nossas máfias às tornando uma só e consequentemente a mais forte de toda Capri.

-E você tirou proveito disso tudo para se tornar o Capo.

O simpático senhor de cabelos brancos me olhou com um sorriso.

-Fique tranquila, Pietra… Você está aqui para outra coisa, vamos para o meu escritório.

O olhei confusa, assim que chegamos ao corredor que dava acesso ao escritório, ouço uma voz abafada atrás da porta.

Sem cerimônia alguma, o papa abre a porta do escritório, revelando um homem sentado na cadeira em frente a sua mesa.

Um homem moreno, de cabelos curtos e cuidadosamente penteados. A julgar pela sua postura diria que ele não tem nem 30 anos. Ele se levanta ficando de frente pra mim assim que entro na sala.

The Little Scorpion (Escorpiana - Máfia)Where stories live. Discover now