Capítulo 2| Descarada

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James Walker

É quinta-feira e finalmente terei algum tempo livre antes de ir para a empresa. Acabo de chegar Uma viagem de negócios não é nada divertida plena quinta-feira, ainda mais quando se tem um cara que não para de falar nenhum minuto ao seu lado . Minha mente está completamente esgotada, mas dá para ver que Dante teve um bom dia. Diferente de mim.

Dante é um bom homem. Tudo o que eu não sou, eu acho. A leveza que ele tem de lidar com situações estressantes é hilária. Embora tenha um jeito meio estranho com situações específicas. E antes que me perguntem "Quem é Dante?", eu me adianto. Ele é meu irmão mais novo.

-Vai chover. - avisa Dante olhando para a porta do aeroporto.

Fico parado olhando pensando em como responder da forma mais simples e menos grosseira possível, mas... não dá.

Sai a passos largos passando pelas portas de vidro para tentar correr da chuva , que ameaça cair, entro no carro. Adoro chuva, ela sempre é bem-vinda. O ar gelado dá a sensação de aconchego, é muito bom na verdade. O único ruim disso tudo, são as pessoas que não tem onde se abrigar em dia como esse, sempre tento ajudar, mas essa cidade de merda não liga para a minoria como deveria. Sempre ignorando as pessoas que realmente necessitam da sua ajuda, sistema fútil e superficial.

No caminho fico ruminando coisas aleatórias, como "O que vou almoçar?" e " Tenho que contratar uma nova secretaria". Digamos que a última, não se adequou ao cargo. Minha cabeça já está cheia de tantas coisas que tenho para fazer, eu me sentia mal, mas não vou deixar isso transparecer. Tudo que eu não preciso agora é ouvir um sermão de como a minha vida gira em torno do trabalho e como eu sou um cara rombudo e aborrecido.

Estou focado na estrada à minha frente. Por mais que Dante não mantivesse a sua boca fechada por um minuto completo. Ouvia o que ele dizia, cada palavra, mas não entendia os significados, era como se fosse barulhos incompreensíveis, que rodeavam a minha cabeça.

-O que você acha? - Dante cutuca o meu braço.

-É... pode ser. - Concordo, mas não sei com o que concordei. Espero que não seja uma de suas festas incomuns em um quarto de hotel, na última vez tive que buscá-lo na delegacia por nudez em público. Não tenho muito a perder, se isso significa calar a boca dele.

-Perfeito! Você vai adorar o lugar, é simplesmente insano. - Diz animado. - E por favor, coloque uma roupa mais adequada, não vamos a um jantar de negócios. Então, retire os ternos caros e penteados de cabelo arrumadinhos.

Mas que diabos. O que seria uma roupa adequada? Eu nem estava escutando ele. Esse é o preço que se paga por ignorar um irmão?

Dei uma bufada, balancei a cabeça negativamente e continuei com o assunto que realmente me interessava.

-Como foi com os advogados? - pergunto.

Dante, pode ser um pé no saco, mas o desgraçado é um bom advogado. Isso explica o porquê dele estar na minha empresa.

-Eles não foram tão convidativos, tivemos uma discussão sobre as cláusulas de confidencialidade. Mas nada que eu não possa resolver. Eles são velhos e ultrapassados, tudo o que eles querem é um contrato arcaico e medíocre. Isso ́ é tedioso, não sei o motivo de ter me escolhido para fazer isso, meus dons valem mais que isso.

-Conseguiu fechar um acordo?

-Eu acabei de falar e repito, meus dons valem muito mais que isso. É claro que eu consegui, e ainda mostrei quem é que manda, com um discurso sobre a nova geração e como o meu ponto de vista os beneficiam, em acordos lucrativos como esse. Resumindo, eu sou foda.

The Little Scorpion (Escorpiana - Máfia)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora