Epilogo

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Cinco anos depois:

A areia faz cócegas em meus pés descalços enquanto eu corro, escuto os latidos atrás de mim mas não paro, as lágrimas embasam meus olhos do tanto que eu dou risada.

Seguro a mão da garotinha ruiva que segura a guia do sombra nosso cachorro de estimação

Na verdade, o cachorro era para ser meu mas ele escolheu minha filha como dona, o que eu posso fazer? O cachorro enorme de pelos pretos corre com a língua para fora parecendo se divertir tanto quanto eu e minha menina.

Hoje é a data em que Ariele Petrova Romanoff completa 7 anos, todo ano na data de aniversário dela viajamos para Hope, a nossa ilha particular.

E esse ano não foi diferente, o barulho das ondas se quebrando e o cheiro do sal da água é testemunha da nossa felicidade, olhando para trás acabo me batendo em uma parede de músculos e quase caio se não fosse por mãos fortes que seguram meus braços, o perfume que tanto amo invade minhas narinas e eu sei quem é antes mesmo de abrir os olhos.
D

imitri está me olhando com tanta intensidade que eu me sinto uma boba.


- Coração, você não pode ficar correndo com a barriga desse tamanho.

Reviro os olhos enquanto ele leva as mãos até minha barriga de seis meses, meu menino ao sentir o toque do pai chuta com força fazendo o idiota do meu marido sorrir de orelha a orelha, se abaixar e beijar minha barriga.

- Oi garotão, sentiu saudades do papai?

Como resposta Vincenzo chuta novamente.

- Oi princesa, vem cá dá um abraço no papai vem, você está parecendo um pimentão!

Ele se agacha para ficar na altura da ruivinha e ela se joga nos braços dele com os bracinhos gordinhos, sorrio com a cena e meu peito se aperta ao lembrar que meu amigo morreu sem saber que era pai.

Com as mãos na minha barriga alisando todo o comprimento eu fixo meus olhos no imenso mar azul a minha frente, as risadas de Dimitri e de Ariele sendo abafadas por meus pensamentos, vejo Sombra correr latindo até Damian que vem até nós com um sorriso no rosto e lembro de tudo que passei para chegar até aqui.

Das lágrimas, do sangue que derramei, cada morte que carrego na alma, as pessoas que perdi enquanto traçava meu caminho

Meu irmão Kevin foi brutalmente assassinado na cadeia quando ele completou cinco meses preso, 22 facadas por todo seu corpo. Os prisioneiros descobriram que ele não estava sob as minhas asas e o mataram.

Ao receber a notícia eu não sentir nada, era como se ele já estivesse morto para mim.

Alex, foi encontrado em um apartamento pequeno de Los Angeles com uma bala na cabeça, tudo indica suicido, não podia me importar menos com a morte dele,

Eu não sou dona daquela felicidade do caralho que se ler nos finais dos livros, eu sei que sempre haverá momentos ruins de dor, de angústia e que eu ainda precisarei matar muita gente nesse mundo de merda. Principalmente pelos meus dois filhos, mas eu também sabia que eu tinha uma família e que eles estariam comigo sempre, lutando do meu lado.

A luz da morte. Where stories live. Discover now