Batalha e gelo

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Estávamos indo para uma batalha difícil, um sentimento estranho me dava calafrios.

Talvez, fosse pela minha briga com Dimitri, mas eu precisei tomar um remédio para conseguir dormir e descansar o suficiente,

Pablo fez o mesmo e agora estávamos esperando o avião pousar, tivemos que vir em um dos aviões de Damian já que o meu foi destruído no acidente a meses atrás e eu não me importei o suficiente para conseguir outro.

- Senhora!

Olho para Pablo que estava nervoso lendo alguma coisa no celular.

- O que aconteceu?

Ele desvia a atenção do celular e me olha

- A casa do senhor Santiago está sendo bombardeada, a batalha começou!

Levanto da poltrona em um pulo

- Merda!

Corro até minha mala e pego uma roupa tática verde militar com alguns detalhes preto, uma bota silenciosa e coldres, vou rapidamente para o minúsculo banheiro do avião e me troco, quando volto Pablo já estava se organizando também, coloco as armas e munições nos coldres e respiro fundo para me acalmar. O avião nem bem pousou e nós corremos até o carro que nos levaria para o inferno. No percurso verifiquei minhas armas, não podia correr o risco de uma falhar quando eu precisasse, estava tão focada na verificação que só percebi que estávamos no local por conta do barulho dos tiros. A casa estava toda alvejada a tiros, portas arrombadas, janelas quebradas. Um verdadeiro caos!

- Como vamos entrar no meio do fogo cruzado? Iríamos levar uma bala na cabeça antes mesmo de atravessar!

Pablo se pronuncia e eu assinto

Pensa Estrela pensa porra!

Olho ao redor e vejo um rifle no chão, procuro um ponto estratégico e olho para uma grande árvore a metros de distância, tinha que servir

- Vou te dá cobertura, você entra e depois você me dá cobertura para que eu entre!

Me agacho e pego o rifle

- Espere meu sinal!

Corro até a árvore, coloco o rifle em um galho mais baixo e vou subindo levando o rifle comigo. É nesse tipo de situação que me dou conta do quão podre me tornei, pessoas levam traumas dessas cenas e eu me delicio delas.

Com o rifle posicionado faço um rápido cálculo do vento e começo atirar, Pablo recebe meu sinal e começa a correr com a arma em punho,
eu abro seu caminho matando quem está a sua frente e protejo também suas costas. O sangue jorra dos corpos que são alvejados, é estilo música clássica em uma sintonia perfeita eles começam a se jogar no chão já mortos. 

Pablo entra na casa exatamente no momento em que a última bala sai do rifle, pulo da árvore e com uma das armas em punho começo a correr para dentro com ele me dando cobertura também,

Tudo se torna um borrão, meu dedo preso no gatilho sem descanso, balas e mais balas saindo da minha arma. Mortos e mais mortos com minha assinatura, eu não paro até que a arma trava anunciando que eu precisava trocar o pente, pisco voltando a realidade e percebo soldados me olhando com a boca aberta e os olhos arregalados, dezenas de corpos espalhados pelo chão. Sangue por toda parte. Era o verdadeiro mar de sangue!

Com a munição já certa, começo a andar pela casa, a ponta da minha arma me direcionando,
conforme andava sinto minha panturrilha queimar e olho para ver que merda aconteceu.

Coloco a mão e ela vem suja de sangue, levei a porra de um tiro e nem sentir. Ótimo!
Com uma das minhas facas corto a manga da minha roupa e faço um torniquete.

A luz da morte. Kde žijí příběhy. Začni objevovat