Guerreira

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Dimitri Romanoff

Essa dor, que queima e arde

A dor que impede que eu consiga respirar, mas que é a mesma dor que clama por ar como se estivesse zombando do meu sofrimento.

Você está vivo, respirando. Sua mulher não!

Sim, é esse o recado em neon que brilha em minha cabeça, foi essa dor desesperadora que ela sentiu a achar que Damian estava morto?

Essa dor que ela sentiu ao ver o amigo/irmão se suicidar? Como ela conseguiu suportar? Como ela conseguia sorrir? Ela realmente sorria ou era apenas uma máscara?

Os soluços que começaram baixos agora são dolorosamente altos. Não estamos tentando esconder a dor, na verdade estamos querendo jorrar ela para fora, fazer com que diminua um pouco, mesmo que seja impossível.

Um minuto, um minuto foi o suficiente para que todos os nossos momentos passassem em minha cabeça, cada toque, o cheiro, o sorriso que fazia meu coração palpitar. Tudo!

Não tivemos muitos momentos juntos, não tivemos muito tempo juntos, mas o pouco que tivemos foi o suficiente para que eu ficasse completamente rendido a ela, eu a amo,

E ela se foi.

Não existe Dimitri em um mundo sem Estrela e eu percebi isso tarde de mais.

Um barulho alto, similar a alguém que estivesse sufocando e buscasse ar, meus pulmões ardiam pela pouca quantidade de oxigênio que eles recebiam, por isso julguei sair de mim, mas uma vez que um segundo som veio junto ao grito de susto do médico, eu em um impulso levanto a cabeça, a imagem fez com que eu caísse de bunda no chão.

Estrela estava com as duas mãos no rosto tentando arrancar o fio de seu nariz, ela arrancou o acesso do soro de sua mão e o sangue jorrou no chão, foi rápido. Em um momento ela estava com a agulha pronta para atravessar a jugular do médico e no outro Damian estava ao seu lado segurando seu braço. Eu estava tão atônito com a cena que nem percebi que ele tinha se afastado,

Estrela estava agindo como se estivesse ainda no campo de batalha, pronta para matar quem precisasse, nem parecia a garota que estava quase morta a minutos atrás, ela estava agindo como uma leoa, como a mulher forte que eu me apaixonei, como a porra de uma guerreira.

Eu estava delirando? Minha dor estava fazendo eu ver coisas?

Foi instantâneo, no momento que Damian tocou em seu braço ela se acalmou e olhou para ele, ambos se encararam sem dizer nada, mas o tiro real eu senti quando sua cabeça pendeu para o lado e ela me olhou,

Os olhos que eu desesperadamente implorei para que se abrissem durante um ano estavam ali, brilhando enquanto me olhavam,

Suas pálpebras se fechavam lentamente como se ela tivesse cansada e elas pesasse dois quilos

Ela me olhou, um sorriso preguiçoso moldou seus lábios como se ela estivesse confirmando;

Acredite, eu estou viva!

Inevitavelmente o que não aconteceu em um ano, surgiu de imediato um sorriso em meus lábios, um sorriso enorme e mais lágrimas,
mas eram lágrimas de alegria, de esperança.
Ela levantou a mão em minha direção, ignorei o sangue que pingava de sua mão e me aproximei, minhas pernas se tornaram gelatinas e eu fui me arrastando até ela.

Foi como tocar o céu encostar a mão em sua pele, foi como uma rajada forte de ar entrasse em meus pulmões, me permitindo novamente respirar, ela deu uma leve apertada em minha mão e eu chorei ainda mais olhando para ela, 
Damian estava segurando sua outra mão tão feliz e radiante como eu, esperança.
Havia esperança então.

A luz da morte. Where stories live. Discover now