Sobrevivência e comida

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Eu sou uma sobrevivente!

Tive que me adaptar a minha realidade da melhor forma possível, eu usei o meu medo, minha dor, raiva. Tudo que eu podia ao meu favor e foi isso que me tornei.

Uma perita em armas fluente em diversas línguas diferentes com uma mira perfeita e ótima lutadora, além de conhecer cada maldito centímetro do corpo humano e por isso ser uma das melhores e mais temida torturadora.

Ser mulher é difícil, principalmente em um mundo no qual tem uma maior quantidade de homens, homens sem escrúpulos e nojentos, homens que ver nós mulheres como um pedaço de carne, um objeto insignificante.

Ter alguém como eu liderando é uma afronta e a maioria me odeiam por isso, por eu não somente ser capaz de destruir eles, como por ser mulher, ser mulher aos olhos deles me torna alguém que não merece nada além de uma casa e filhos para cuidar!

Ao passar dos anos tive que me auto treinar, sabia que em algum momento seria eu por eu, que alguém na primeira oportunidade iria querer me destruir e por isso, treinei não só meu corpo como também minha mente, aprendi a manobrar a dor, durante cinco anos tomei diariamente substância de venenos, existem venenos que usamos nas torturas, alguns que se infiltram em seu corpo e enganam seu cérebro fazendo com que a dor se multiplique e eu me tornei imune a eles.

Pode acontecer de conseguirem me levar, mas nunca de conseguirem me destruir.

Quando passo pelas portas do meu apartamento encontro Clark de braços cruzados me encarando, ele não espera eu chegar até ele quando abre os braços e me aperta em um abraço, suspiro e sinto ele beijar meu cabelo.

- Diabinha você deveria ter me chamado!

Clark sabe o quanto me importava com aquela família, o quanto queria que eles vivessem bem e é o único que sabe o quanto isso está me fazendo mal, a lembrança de ver eles morrendo está me dilacerando por dentro.

- Eu não pensei muito quando recebi a ligação eu apenas fui.

Ele se afasta e segura meu rosto com as mãos

- Eu fiquei preocupado, quando me avisaram fui até lá mas você não estava mais e cheguei aqui você também não estava, eu quase enlouqueço.

Seguro os pulsos dele e dou um sorriso triste

- Eu precisava andar um pouco, respirar.

Clark volta a me abraçar e eu coloco meus braços ao redor de seu tronco mantendo ele perto, eu preciso desse bálsamo agora.

- Fiz panquecas de morango.

Nunca confirmamos que estamos mal, as vezes que deixamos visíveis é quase mínimas mas sempre sentimos e sempre tentamos ajudar um ao outro quando isso acontece, o modo de Clark me ajudar sempre foi com comida.

- Estou cheirando a fumaça, irei tomar um banho rápido e já desço.

Ele confirma com a cabeça e começo a andar

- Chegou uma caixa para você em nome de Romanoff, coloquei em sua cama.

Não respondo apenas continuo a andar, quando chego no quarto vejo a caixa mas passo direto até o banheiro, tomo um banho e tento relaxar oque é impossível.

Alguém me ajuda.
Socorro!

Minha cabeça lateja com o eco dos gritos e eu respiro fundo, conto até dez mentalmente e saio do chuveiro, me enrolo em uma toalha e caminho até meu closet, visto um vestido solto de crochê azul marinho e uma calcinha branca.

A luz da morte. Where stories live. Discover now