A luz da morte.

Borboletas no estômago

Poder,

Cinco letras formam uma palavra tão pequena e com um significado tão gigantesco. Há várias formas de poder, desde o mais benéfico ao maléfico. Sentada em uma poltrona com as pernas no colo de Dimitri eu me pergunto qual dos dois é o poder que ele tem sobre mim pois é estranha a forma que ele consegue me acalmar e me deixar confortável.

Já tomamos uma garrafa de Jake Daniels, meu corpo está leve mas ainda estou sóbria, conversamos sobre tudo, ele me contou que seu irmão prefere morrer a se casar, que sua irmã mais nova Charlotte é filha da segunda mulher do pai dele e que as duas moram na casa dele.

Disse que a relação entre eles é amigável e eu contei sobre como descobrir que Damian era meu pai e sobre meu último encontro com meu irmão, contei também que ele estava vindo morar comigo e que a essa hora já devia está dentro de um avião.

O quarto que estamos é incomum, não vi os outros cômodos da casa mas posso apostar que esse será o meu preferido. As paredes são totalmente de vidro dando para ver a neve caindo e dançando contra o vento, cortinas pretas estão estrategicamentes posicionadas para se quisermos fechar.

- Quantos quilos de blindagem há nesses vidros?

Aponto com o dedo para as paredes

- O suficiente para que nem canhão consiga ultrapassar.

Sorrio e observo o quarto atentamente, uma cama enorme sem cabeceira está possicionada no centro do quarto, uma escrivania do lado direito, luminárias amarelas ao redor do quarto deixa o ambiente agradável, um frigobar do lado esquerdo, frigobar esse que tirei o gelo para colocar em meu copo que agora está vazio,  Dimitri puxa meu pé e começa a fazer uma massagem deliciosa que faz eu soltar um gemido de prazer e fechar os olhos.

- Se eu soubesse que uma massagem faria você gemer desse jeito teria feito antes!

A voz dele saí ainda mais rouca que o normal e o aperto em meu pé se intensifica, abro os olhos tendo o vislumbre de seu rosto irritantemente bonito e de seus olhos ainda mais escuros que o normal, abro um sorriso descontraído.

- Seu sorriso é lindo.

Ele responde tão sincero que sinto um sentimento estranho de borboletas no estômago e meu coração acelerar.

- Eu nunca te disse isso antes mas eu te acho extraordinária, a forma com que você consegue lidar com sua dor é foda!

Não respondo nada mas não consigo desviar meus olhos dos dele

- Eu nunca imaginei que podesse sofrer tanto com o sofrimento de alguém até te ver quebrar em meus braços naquela noite, quando eu vi você tendo um ataque de pânico eu desejei poder tirar sua dor.

Ele se aproxima de mim e toca carinhosamente minhas mãos, pega o copo que eu estava segurando e coloca no chão.

- Quando você desmaiou e eu te levei até minha casa, coloquei você na cama e passei a noite velando seu sono, pela primeira vez na vida eu sentir medo de algo. Sentir medo de você acordar no meio da noite e saísse naquele estado, tive medo de você acordar e eu não está do seu lado, de não conseguir ser o apoio que você estava precisando.

Meu coração se aquece e ele abre um sorriso

- Eu sei que você é capaz de destruir o mundo se quiser, mas você poderia deixar eu cuidar de você? Eu posso servir de apoio quando você precisar?

Ele acaricia minhas mãos sem deixar de me olhar de uma forma tão intensa que me hiponitiza de uma forma assustadora

- Poderá ser em meus braços que você irá chorar caso queira? Será a mim que você procurará se quiser se sentir segura nos braços de alguém? Você pode por favor deixar eu entrar aqui?

Coloco a mão encima do meu coração

- Eu posso lhe garantir que prefiro atirar em meu próprio peito a te machucar.

Prendo a respiração quando ele se aproxima e beija minha bochecha delicadamente

- O que você está fazendo?

Sussurro para ele quando ele se afasta

- Não sei, é tão confuso para mim como deve ser para você mas é que eu... Eu só não consigo ver você sofrer, eu só quero te manter perto de mim e te proteger de qualquer coisa que possa te machucar.

Ele fecha os olhos como se estivesse tentando organizar seus pensamentos

- Quando eu te vi tão distante naquela manhã, a vontade que eu tive foi de desmembrar todos que fizeram aquilo com você e você não imagina o quanto eu me segurei para não matar o homem que você torturou, o tanto de força que eu tive que fazer para não quebrar o pescoço dele conforme ele te dizia aquelas coisas.

Ele abre os olhos e sua expressão é melancólica como se doesse lembrar de me ver naquele estado e isso me deixa confusa.

O que isso significa?

- Talvez seja o álcool em meu sistema que está fazendo eu te dizer essa coisas só que Estrela, você se tornou alguém que é muito importante para mim.

Uma mecha do meu cabelo cai em meu rosto, Dimitri leva a mão até ela e começa a enrolar em seu dedo antes de colocá-la atrás de minha orelha, acaricia meu rosto e a palma de sua mão está quente, quatro dos dedos dele ficam em minha bocheca e seu polegar começa acariciar meu lábio inferior

Seu olhar se prende em minha boca, ele está tão perto que sinto sua respiração quente fazendo cócegas em meu rosto.

- Eu quero tanto te beijar.

Ele passa a ponta da língua em seus próprios lábios e continua a acariciar meus lábios

- O que te impede de fazer isso?

Seguro seu pulso, ele levanta o olhar novamente até meus olhos

- Eu não sei se eu terei controle suficiente para me afastar depois de sentir o gosto de seus lábios, coração.

Sinto meu interior se aquecer com a forma penetrante que ele me observa

Somos noivos e porra, não somos crianças podemos fazer oque quisermos nesse quarto

Ou em qualquer outro lugar.

- Quem está pedindo para você se controlar?

Seus olhos vibram de surpresa quando eu aproximo ainda mais nossos rostos, nariz contra nariz, respirando do mesmo ar

- Porra!

Ele grune antes de colar nossos lábios.

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O que será que significa tudo isso que Dimitri disse a Estrela?