Só um soldado

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Meus passos são leves como de uma pantera, eles sabem que eu estou aqui! Me vêem e tentam me intimidar mas isso não acontece mais, o vestido azul marinho justo que vai até meus joelhos contém apenas um decote V na frente, o salto preto agulha faz a combinação perfeita, meus cabelos caem nos meus ombros.

Paro quando vejo as cadeiras no meio do salão, em uma espécie de trono e controlo a vontade de revirar os olhos com essa cena patética, me recuso a fazer qualquer reverência.

Me recuso a me curvar perante alguém, nunca farei isso. Nunca!

Faço um leve aceno com a cabeça e vejo o rosto do homem que está sentado no meio das cadeiras como a porra do rei daquele lugar adquirir um pequeno sorriso no rosto.

Ele sabe perfeitamente o que penso desses eventos e mesmo assim me obriga a vim a todos, estou cansada, minhas facas ainda contém o líquido fresco dos homens que acabei de matar e tenho que vim para o meio desses idiotas pagar de boa samaritana

Saio da frente dele indo até o bar, já que vou ter que ficar aqui que o álcool me ajude.

Peço um drinque qualquer e fico atenta a cada movimento do barmen, eu não irei vacilar e deixar que ele coloque um veneno ou uma merda assim, sorrio ao saber que cada alma desse maldito lugar iria adorar me ver morta.

Recebo meu drinque e um sorriso malicioso do barmen como cortesia, retribuo o sorriso.

- Você não perde a oportunidade não é?

Respiro fundo ao ouvir a voz irritante do capacho de Damian.

- Qual é? Ele é um gato.

Respondo de forma preguiçosa e tomo um gole grande do drinque, me deliciando do gosto forte do álcool misturado com o doce do morango.

- Você deveria mostrar algum repeito, isso não é lugar para você está flertando como uma...

Olho para ele fazendo com que ele para rapidamente o que ia dizer.

- Aconselho que cale a boca, caso queira continuar com a língua.

Digo me levantando e virando para sair dali quando ele pega no meu braço.

- Para onde você vai?

Seu tom de voz é baixo mas está carregada de irritação, talvez ciúmes.

Sorrio tirando meu braço do seu aperto

- Esse lugar já estava me irritando e você acabou de fazer ficar pior.

Olho nos seus olhos sorrindo e viro para sair, mas paro quando ando dois passos e ainda de costas para ele digo:

- Diga a seu chefe para poupar a mim e as pessoas aqui...

Digo fazendo um movimento com a mão deixando claro que falo daqueles mafiosos de merda

- Da minha presença nesses eventos! Eu sou só a porra de um soldado. Não preciso participar dessa ceninha toda!

Concluo e continuo andando sem esperar sua resposta, abro a porta do meu carro e entro, encosto minha cabeça no volante.

- Eu já estou cansada dessa merda.

Sussurro para mim mesma, ligo o carro e dirijo até meu apartamento.

Quando as portas do meu apartamento se abrem, vou até o sistema de segurança e tranco tudo, tiro meus saltos e vou até meu quarto. Caminho até o banheiro tirando o vestido e entro no box desejando um banho quente, sinto meus músculos relaxarem quando a água entra em contato com eles mas não me demoro.

Vou até meu closet ainda enrolada na toalha, visto uma calcinha branca e uma blusa masculina preta com uma caveira na frente, faço um coque bagunçado no cabelo e vou até meu escritório, abro a porta e caminho reto até a garrafa de whisky em uma mesinha na lateral, abro o vidro e levo diretamente até a boca, passo a costa da mão na boca e me sento em uma poltrona.

- Ótimo, vou encher a cara sozinha de novo.
Rio sem humor e volto a beber

Em algum momento daquela noite eu adormeço naquela poltrona, dentro do meu escritório, abraçada a uma garrafa de whisky praticamente vazia.

E totalmente sozinha.

A luz da morte. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora