Homens idiotas

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Um cadáver,

Sete cortes, uma tatuagem a maldita borboleta.

Tinha um quebra-cabeça para resolver. As peças começaram a aparecer e sinceramente eu não estava gostando nada do rumo disso.

Algo me dizia que a imagem que eu formaria ao completar ele seria catastrófica.

O homem a minha frente agora não parecia satisfeito a ter que receber ordens de uma mulher e isso me divertia, no mundo da máfia, mulheres nascem para servir e não para ser servidas, nascemos para casar, engravidar e cuidar da casa.

E quando uma mulher como eu aparece é como se Deus estivesse feito algo imperfeito, como se fosse um pecado grande de mais, maior que aqueles que eles cometem diariamente, mas isso não importa agora.

- Soldado, quem encontrou o corpo?

Eu já sabia a resposta, sabia que todos os soldados depois da iniciação recebia um chip que alertava sobre cada passo e imite um sinal caso algo de anormal aconteça. Mas eu precisava ouvir da boca dele para não correr o risco de cometer um erro, erros eram fatais.

- Na verdade, o chip do corpo dele foi quem denunciou, a gente só foi buscar o corpo e emitir o anúncio para os chefes!

E eu quem vim resolver, eu sou a chefe!

- Eu quero tudo sobre ele, cada movimento dele nas últimas 48 horas devem está na minha frente em duas horas.

Ele acena com a cabeça

- Sim senhora, posso me retirar?

Confirmo com a cabeça e ele sai imediatamente da minha frente, Clark aparece quase no mesmo instante

- Encontrei tudo o que podia sobre ele! Era um gângster nas horas vagas.

Pego a pasta preta que tinha em suas mãos.

- Deixa eu adivinhar, a mesma gangue que me ameaçou a alguns dias atrás?

Abro a pasta e vejo algumas fotos, dele com mulheres, com carros, bebendo, conversando amigavelmente com outras pessoas.

Mas nada que podesse ser útil para saber quem era o assassino, podia ser qualquer um.

- Como você sabe disso?

Uma coisa na pasta chamou minha atenção, ele tinha um filho.

- Eu vi a mesma tatuagem do outro cara, acho que é uma espécie de símbolo ou uma merda dessas!

Tiro a atenção das informações na pasta e olho para Clark que está ansioso, ele sabe sobre o filho e sabe que um de nós terá que ir até lá.

Uma vez que você entra no nosso mundo, sua família vem junto. De geração para geração, o primeiro filho e agora seria a vez de Moisés Stein

- Descubra tudo oque conseguir sobre essa gangue, eu quero a ficha de cada membro. Absolutamente tudo sobre ela!

Ele não consegue esconder o alívio

- Eu irei até a casa do senhor Stein e fazer o infeliz comunicado!

Ele me dá a chave do carro

- Vá com o carro, eu irei com um dos seguranças, nos encontramos em casa?

Confirmo com a cabeça

- Nos encontramos em casa foguinho.

Não demonstramos afeto em público e por isso ele simplesmente acena com a cabeça e sai

Eu caminho até o carro e vejo o endereço da casa que tenho que ir, entro no carro e dirijo até lá sem desviar do caminho.Estaciono em uma casa pequena, simples mas muito bonita ela é pintada na cor amarela. Respiro fundo e saio do carro. Quando chego em frente a porta, não vejo nenhuma campainha então bato na porta e segundos depois uma garotinha linda abre a porta para mim.

Ela é loira, aparentemente cinco anos de idade, olhos grandes na cor chocolate. É linda!

- Clara, já conversamos sobre abrir a porta para desconhecidos.

A mulher para quando me ver na porta
É como se ela tivesse vendo um fantasma. Ela é morena, com os cabelos cacheados. Puxa a garotinha que agora sei se chamar Clara e coloca atrás de seu corpo.

- Gostaria de falar com o senhor Stein, ele está?

Ela continua estática o que me faz perceber que ela sabe quem eu sou e me teme. A forma que ela tenta proteger sua filha deixa evidente.

- Luíza, quem está aí?

Aparece na minha linha de visão um homem de altura mediana, loiro e de olhos azuis que também se assusta com minha presença.

- Senhor Stein é um prazer conhecê-lo, eu sou Estrela Petrova e gostaria de conversar com o senhor, posso?

No momento que ele escuta meu sobrenome ele dá um passo para trás como se tivesse recebido um soco e quando eu olho para a mulher que agora tinha a menina em seus braços abraçando ela com toda força que podia, eu me pergunto como Clark não descobriu sobre ambas?

- Claro, entre por favor!

Ele responde com a voz falha, amedrontado.

- Sente-se, gostaria de algo para beber?

Sento em um sofá que ele indicou.

- Se o senhor tiver algo com álcool eu agradeceria, acho que temos muito o que conversar senhor Stein.

Ele assente e sai rapidamente

- Suponho que a senhora sabe quem eu sou, deve saber que não machuco crianças.

A mulher parece relaxar um pouco mas não muito pois continua agarrada com a menina.

- Luíza, Clara é filha de vocês dois?

Os olhos dela se arregalam

- Si- Sim se-nhora

Eles são casados e tem uma filha, e porque caralho eu não sabia disso?

- São casados?

Ela abaixa a cabeça e eu considero como sim,
Moisés aparece com uma taça de vinho

- É a única coisa que contém álcool aqui, me desculpe senhora!

Dou um sorriso sem mostrar os dentes

- Não se preocupe, sente-se por favor! Precisamos conversar.

E ele me obedece sentando em minha frente.

- Imagino que tenha vindo até mim pois descobriu sobre a Clara e a Luíza.

Nego com a cabeça

- Não, para falar a verdade descobrir sobre elas a alguns minutos atrás!

Dou um pequeno gole no vinho

- Eu vim até aqui para comunicar a morte do seu pai, sinto muito!

É como se eu não tivesse dito absolutamente nada pois ele não esboça emoção alguma.

- Não tínhamos nenhuma relação, então não precisa sentir senhora! Acho até que demorou para acontecer.

É impressionante como existem tantos homens idiotas como pai nesse mundo




A luz da morte. Where stories live. Discover now