Escolhas e consequências

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Após aquela conversa com o boss e com todos aqueles outros abutres, eu comi rapidamente uma macarronada e fui resolvi os vários problemas do dia.

Primeiro liguei para os homens que eu direcionei para cuidar da segurança do Kevin e avisei que todos sabiam da existência dele,

Desde que o Kevin voltou para Los Angeles, pessoas cuidam dele diariamente de forma discreta sem que ele perceba, eu os chamo de os fantasmas, fico sabendo de tudo que acontece com ele, inclusive das brigas patéticas

Kevin é líder de uma gangue de motos em Los Angeles que é chamada de os trovões

Quando ouvi esse nome pela primeira vez rir ao ponto de chorar, é um nome ridículo mas não posso fazer nada além de apoiar ele.

Troquei minha liberdade pela dele e fico feliz que ele esteja aproveitando da forma que deseja, sei que existe um outro rapaz que o ajuda na liderança dessa gangue mas nunca me importei o suficiente para procurar saber quem é, nos relatórios estava explícito que ele não era uma ameaça e isso foi o suficiente.

Ainda dentro do carro encaro os homens armados envolta do galpão, suspiro.

Alguém tinha que fazer merda.

Abro a porta do carro e saio do mesmo, ignorando a neve que cai sobre meu corpo, a passos calmos ando galpão a dentro, paro quando me deparo com um homem amarrado em uma cadeira, ele tinha os cabelos pretos perfeitamente cortados, ao ouvir meus passos  ele levanta a cabeça e nos encaramos.

Caralho, odeio ter que machucar esse rosto lindo.

Ele tinha os olhos negros como a noite, seu queixo era levemente quadrado dando a ele um ar perigoso, suas sombrancelhas bem feitas  perfeitamente adequadas a simetria de seu rosto, mordo o lábio inferior quando passo os olhos pelo seu corpo musculoso. Suspiro com pena e faço um biquinho triste.

- Posso saber qual a razão para um homem tão bonito caí nas minhas mãos?

Caminho até ele e com dois dedos ergo seu queixo para me olhar.

- Eu adoraria ter te conhecido em outra situação bem mais interessante.

Sinto minhas costas queimarem e abro um sorriso malicioso para o homem a minha frente

- Flertando com a presa morte? Isso não é sutil da sua parte.

Piter diz e eu reviro os olhos, porra de homem irritante do caralho, quando volto o olhar para o homem que teria que conversar e o medo é visível em seus olhos.

- Não precisa ter medo.

Passo o dedo por sua bochecha, ele estremece.

- Cada gesto meu será consequência de suas escolhas, você irá ditar minhas ações. Ok?

Ainda com os olhos arregalados ele confirma com a cabeça, afasto-me e vou até a mesa com ferramentas de tortura. 

- A breve informação que chegou até mim foi que você nos traiu.

Pego uma adaga e verifico a lâmina, sorrio ao constatar que está perfeitamente amolada. Giro o objeto nas mãos e volto para perto do homem amarrado.

- Estou ansiosa para saber o motivo pelo qual o belo homem nos traiu, poderia me responder?

Tiro o pano que cobria sua boca para que ele possa falar.

- Eu realmente não quero machucar seu belo rosto, então faça as coisas do modo certo.

Sento em seu colo e escuto um resmungo de Piter.

- Eu recebi ordens e embora eu não quisesse trair eu tinha que seguir qualquer coisa que a mim foi enviado.

Olho para o homem e levo minha língua até meus lábios, ele acompanha meu movimento com os olhos.

- Quem te deu a ordem?

Aproximo nossos rostos e fico a centímetros de beija-lo, ele tenta aproximar nossas bocas, mas seguro seus ombros e me afasto.

- Josh...

Sorrio contente com a informação

- Devo saber de mais alguma coisa?

Mexo meu corpo de forma discreta e percebo que uma ereção cresce embaixo de mim.

Homens

- Ele quer te destruir, ele acha que você matou a filha caçula dele.

Junto as sombrancelhas de uma forma que chega doer. Ele acha que eu matei sua filha, mais eu não fiz essa maldita merda. Eu me lembraria se tivesse feito.

Porra, não machuco crianças! 

Meu modo de agir é exclusivo, ele não acharia isso a não ser que alguém queira fazer parecer que eu a tenha matado.

Ótimo, mais problemas.

Ciente que ele não me dirá mais nada, eu aproximo totalmente nossos lábios e o beijo, ele logo corresponde peço passagem para minha língua e ele cede.

Em um movimento rápido enfio a adaga que tinha na minha mão entre suas costelas, a lâmina perfura seu coração, o movimento de sua boca diminui e eu paro o beijo me afastando. Vejo o homem dá seu último suspiro e pender o rosto para o lado já sem vida.

É uma pena, ele era lindo.

Levanto de seu colo e viro andando até Piter que me encara com desdém e fúria. Eu e Piter dormimos juntos uma vez e eu me arrependo amargamente disso, eu estava com umas doses de vodka a mais e o desejo foi mais forte que a razão. Depois o cara quis continuar e eu simplesmente neguei, dias depois descobrir que ele achava está apaixonado por mim e se ele já era irritante, depois disso começou a me irritar ainda mais, dias pós dias.

- Você ouviu tudo, repasse para Boss.

Me aproximo dele e ordeno.

- A forma que você consegue descobrir as coisas são interessantes.

Sinto uma pintada de nojo em sua voz.

- Ciúmes?

Cruzo os braços o olhando de cima a baixo, ele me olha furioso e não responde.

- Alguém está tentando me ferrar e eu espero que não tenha seu dedo nisso, eu odiaria te fazer sangrar, Piter, ou não.

Afasto-me e começo andar até o carro, entro coloco a chave na ignição,  ligo o motor e começo a dirigir.Meu dia está longe de acabar.

Quase uma hora depois estaciono o carro na frente do grande cassino, abro o porta luvas pego minha pistola semi-automática verifico o pente para ver a munição. Coloco ela no cós da minha saia arrumo o sobretudo para esconder o volume e saio do carro. Os seguranças já me conhecem então eu passo facilmente.


A luz da morte. Where stories live. Discover now