Viver é perigoso

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É um jogo perigoso, viver é perigoso!

Embora eu esteja com muita vontade de sair e levantar cada maldita pedra dessa cidade para encontrar o homem que está me procurando eu preciso me acalmar, perder o controle agora e deixar ser dominada pela raiva me levaria diretamente para uma cova.

Inteligência, frieza, cautela, manipulação.

Eu precisava exercer agora cada maldita lição que eu aprendi não só no meu treinamento como no meus anos de experiência, eu não precisava apenas saber matar eu precisava descobrir quem é a minha presa,

Eu era um personagem no jogo dele, para entender quais as regras e consequentemente entender quais as minhas próximas jogadas eu precisava me afastar, precisava ver tudo como um todo, de fora, eu precisava pensar.

Caminho em direção ao lugar que organizei a anos atrás, faz tanto tempo desde a última vez que pisei aqui que a casa está ainda pior do que me lembrava, por fora parecia uma casa abandonada caindo aos pedaços, os vidros das janelas estão quebrados, as madeiras das portas tortas, fiz desse lugar um esconderijo um lugar que eu vinha sempre que precisava estudar sobre alguma coisa e precisava de paz para isso, a madeira embaixo dos meus pés range conforme caminho por dentro da casa

Eu queria um lugar que ninguém desconfiasse e fiz um ótimo trabalho nisso.

Caminho até o quarto dos fundos e abro a porta, uma garrafa quebrada no canto, uma mesa e cadeiras quebradas, camisinhas jogadas no chão denunciam que isso aqui se tornou um motel de desabrigados, não me importo é até bom assim o fato dela ser falsamente abandonada fica mais convincente.

Procuro na parede a direita um corte que fiz com um pedaço de ferro tão pequeno que quem não prestar bastante atenção nunca iria desconfiar ou ao menos notar que ele está ali

Coloco um dedo encima do corte e a parede se abre, não perco tempo e entro fazendo a mesma se fechar atrás de mim, voltando a forma anterior como se não tivesse ninguém ali dentro mostrando que era apenas uma parede normal que servia apenas para deixar a casa em pé, observo meu antigo esconderijo.

Na direita um pequeno laboratório que eu usava para fazer minhas experiências químicas, na esquerda uma parede repleta de armas e munições, no centro uma mesa com uma cadeira e vários papéis que hoje são inúteis, na minha frente uma grande tela de computador, ao lado do meu pequeno laboratório vários computadores, mais adiante seguindo um corredor uma pequena cozinha com um armário de duas portas um fogão e um frigobar, passava tempo demais aqui dentro e odiava quando eu precisava sair para comprar comida então tinha tudo que eu precisava para não morrer de fome ou desidratada, foco a atenção novamente na tela enorme na minha frente e na pequena lousa ao lado da mesa no centro.

Estudar, eu precisava estudar, precisava entender a cabeça do meu inimigo.

Tiro o sobretudo e coloco encima da cadeira, amarro meu cabelo em um coque e começo a fazer uma rápida limpeza no lugar, é visível os anos que passei sem vim aqui quando percebo a sujeira que se encontra no lugar.

Uma hora depois meu esconderijo já estava devidamente limpo e eu caminho até a lousa, pego um lápis de giz e começo a escrever todas as informações que tinha até agora

1- Ele não me queria morta, ele me queria para ele como um maldito troféu

2- Era alguém próximo a mim, alguém que conhecia meus passos que me conhecia

Não confie em ninguém.

3- Era alguém que desfrutava de minha confiança, uma vez que eu recebi o aviso para não confiar, significa que eu já confiava.

A luz da morte. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora