Milagres

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Remus estava na biblioteca, com um livro, como de costume. Seus olhos checaram o perímetro ao seu redor, e, quando satisfeito que estava sozinho, Remus retirou uma carta de seu bolso. O garrancho no papel era, na verdade, a letra de Isaac. Ele desamassou o papel. Remus não tinha tido tempo de o ler, ele queria fazer isso sozinho e sem distrações.

Ele tirou a fita adesiva que fechava o envelope e, dali, removeu a carta. Ela era curta.

" Remus,

Eu espero que aqueles riquinhos estejam se conportando
Você esqueceu seu gorro aqui. Tem seu cheiro
Acho que é um cinal que você tem que voltar para me ver
Por falar em ricos, cê tem mesmo que me mandar cartas por uma coruja? Sua escola não tem um correio?
Ela me bicou ainda por cima
Sua coruja precisa de uma coleira
Ou uma focineira

Seu Não Tão Quirido, Isaac. "

Remus riu consigo mesmo e alisou as dobras do papel. Uma parte da folha tinha uma mancha de café e o cheiro levava a mente de Remus até aquele apartamento no centro de Londres. Ele alisou a carta várias vezes até que sua mão também estivesse com o cheiro da bebida. Remus deitou sua cabeça em cima da carta e fechou seus olhos, deixando sua mente o levar até outro lugar, outro tempo.

Quando ele acordou, ele demorou para entender onde estava. Seus olhos piscaram para se ajustar à luz e ele percebeu que havia dormido na biblioteca, e que, por sorte, não havia babado em cima da carta.

Remus dobrou a carta e a colocou no envelope. E então foi aí que ele percebeu.
Em cima do livro que ele estava lendo anteriormente, havia um papel que não estava ali antes. Ele franziu as sobrancelhas e pegou o papel, curioso.

O papel era pequeno, do tamanho da mão de Remus, e uma das bordas indicava que ele havia sido arrancado de um caderno. E, ali, na folha branca, linhas de carvão dançavam no papel, formando um desenho, um desenho de Remus em um vagão. E no canto inferior direito da página, a assinatura Black que Remus conhecia tão bem.

-

No dia seguinte, Sirius estava de pé pouco depois do nascer do sol. O que James Potter chamaria de um milagre. Durante todos os anos que eles eram amigos, James havia recorrentemente tentado acordar Sirius cedo. Principalmente depois que o Black entrou para o time de quadribol. E todas as vezes Sirius não acordava feliz. James não sabia quem tinha o pior humor ao acordar, Sirius ou Remus. Remus até poderia ser convencido com um chocolate ou café, mas Sirius era um pesadelo impossível.

Mas, naquele dia frio de janeiro, um pequeno milagre aconteceu. Quando James se levantou, Sirius já estava de pé, polindo sua vassoura.

O garoto parou ao se levantar da cama, confuso, se perguntando se ele não havia acordado tarde demais. Mas, ao conferir o horário no relógio da parede, sua confusão aumentou.

- O que você está fazendo acordado às sete da manhã?

Sirius sorriu e parou com o que estava fazendo.

- Vamos treinar quadribol, oras.

James cerrou os olhos.

- Você acordou nesse horário pra ir jogar quadribol?

- Culpado - Sirius brincou e guardou seus itens de cuidado à sua vassoura.

- O que você está tramando? - James perguntou, tirando seu pijama e se vestindo com outras roupas.

- Como você pensa mal de mim, querido Prongs.

- Eu te conheço, Padfoot.

Sirius terminou de se arrumar com sua roupa de quadribol enquanto seu amigo arrumava o cabelo.

ConstelaçõesWhere stories live. Discover now