Velhos Hábitos

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Sirius correu para alcançar Remus. Maldito lobisomem com pernas longas.

— Aproveitador. — Sirius disse, esfregando as mãos para se livrar do frio.

— Vamos voltar logo. — Remus pediu, só querendo dormir.

— A noite só começou, Remie.

— Na verdade, ela está acabando. — Remus fez com a cabeça em direção ao sol nascendo.

O Black revirou os olhos e deu um leve soquinho no braço de Remus.

— Não vamos pra casa tão cedo.

— Se você está querendo que eu pare de ficar bravo com você, me privar de uma boa noite de sono não está te ajudando.

— Bem, você não reclamou disso algumas horas atrás.

Remus arregalou os olhos pro que Sirius falou. Sirius sorriu de lado, sentindo suas bochechas ganharem um tom rubro.

— Você está ficando confortável demais. — Remus resmungou, ainda sem acreditar na ousadia de Sirius.

Sirius sorriu e colocou as mãos nos bolsos.

A neve caia levemente, alguns pequenos flocos pintavam o cabelo quase loiro de Remus.

— Para onde vamos então?

Sirius deu de ombros e não respondeu. Remus cerrou os olhos.

— Porque sua tatuagem é segredo pra mim?

— Porque vai ser uma surpresa. Você pergunta demais, Moony.

Remus revirou os olhos.

— Eu não vou te deixar fazer isso!

— É só um presente!

— Um presente caro, e você já me deu um livro de natal ontem!

— Ontem foi um, hoje são...— Sirius sinalizou com a mão em direção ao carrinho com livros.— Uns vinte?

Remus cruzou os braços.

— Eu sei que você tá com o rabo entre as pernas pedindo desculpas, mas você não precisa gastar todo seu dinheiro comigo!

— Todo meu dinheiro? Esse é o dinheiro do meu almoço.— Sirius brincou, mas levou um chutinho.

— Me desculpa, sua majestade. — Lupin respondeu sarcasticamente.

Os dois garotos já estavam discutindo a dez minutos em um balcão da pequena livraria trouxa.

Sirius havia notado todos os livros que prenderam o olhar de Remus, e os juntou num carrinho.

— Até gostei de você me chamando assim. — Sirius disse, sorrindo. — Qual é, Moony, é presente!

— Um exagero! E eu não vou te chamar assim, se acostume com cachorro.

O Black deu de ombros.

— Meu nome do meio é exagero, Remie.

Remus suspirou.

— Eu tô sabendo.

Sirius passou a mão por seus próprios cachos e mordeu o lábio inferior.

— Então metade disso? Dez livrinhos, é pouca coisa.

— Pouca coisa? Eu odeio gente rica.

— Não quando eles estão comprando algo pra você.

— Principalmente quando eles estão comprando algo pra mim.

Sirius pegou sua carteira de dentro de seu agasalho.

— Cansei de discutir, escolhe dez ou eu levo os vinte.

Remus abriu a boca pra discutir. Sirius nunca entendia porque o amigo recusava ser mimado. Oras, ele tinha dinheiro, Remus não. Ele deveria aproveitar quando Sirius pagava para ele.

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