Lâcheté

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Oi gente!! Só quero mandar um super obrigada pra quem está acompanhando, votando e comentando, isso é super importante pra mim :)))) Espero que gostem e é isso :)

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covardia (s.f.): é um vício que, convencionalmente, é visto como a corrupção da prudência, oposto de toda a coragem ou bravura. É um comportamento que reflete a falta de coragem; medo, timidez, poltronice; fraqueza de ânimo.

"Esta consciência, que faz de todos nós covardes." - William Shakespeare

Lauren odiava discutir. Dor de cabeça era uma coisa que a acompanhava vinte e quatro horas por dia, ela não precisava de mais um motivo para que suas têmporas latejassem. Dinah colocou o prato de carne mal passada e salada na mesa pra ela, fazendo-a bufar mais uma vez.

-Eu não posso comer isso, Dinah. -Controlou os stress em suas palavras e a chef bateu na própria testa.

-Dane-se. -Dinah pegou o prato e despejou todo o conteúdo na lixeira.

Lauren era totalmente dependente de Dinah e Ally, as duas haviam se tornado praticamente suas mães desde que seus pais deixaram Amiens pela última vez. Tudo estava estável quando eles voltaram para a bela Paris, não precisavam mais acompanhar a filha e se dependesse dela, não voltariam por conta disso novamente.

As três dividiam um flat bem atrás da Trois Cailloux. Era pequeno e aconchegante, parecia um albergue ou coisa do tipo porque os quartos eram numa parte superior, um ao lado do outro e degraus abaixo, todos os outros cômodos que elas dividiam. As vezes uma nem sabia se a outra estava ou não em casa. A convivência das três sempre foi harmônica, desde casa até o trabalho, elas são as melhores amigas que Lauren poderia desejar. Mas, desde o seu último decreto, as duas vem pegando demais no pé da missy, insistindo em coisas que, ao seu ponto de vista, eram banais, como se pudessem fazê-la mudar de ideia. E a maldita cena com Camila hoje mais cedo é uma dessas coisas.

-Eu já comi, Jane. Você não precisa fazer o jantar de novo por minha causa. -Lauren disse com delicadeza e Dinah fechou a geladeira com força.

-Lauren, você tem noção do quanto isso é difícil pra gente? -A chef se debruçou na bancada com um olhar acusador, lotado de rancor ao ponto da missy nem conseguir encará-la. Ally estava sentada na mesa, de frente para ela, de braços cruzados e Lauren se sentia num tribunal.- É surreal, Lauren! Eu não consigo ficar de mãos atadas observando a areia escorrer para a parte de baixo da ampulheta. Você não é mais criança, precisa ter noção da proporção das atitudes que toma!

-Eu só disse que você não precisa fazer o jantar duas vezes por minha causa… -Lauren murmurou.

-Você sabe que não é sobre o jantar que estamos falando. -Ally tentou parecer calma, mas não funcionou.- Você não pode jogar tudo pela janela sabendo que pode mudar a situação.

-Eu não posso mudar isso, Ally! -Ela gritou com força e as duas se assustaram.- Eu não posso mudar! Se eu pudesse, já tinha feito, mas não dá, não é algo que esteja ao meu alcance. E eu não vou ficar me sacrificando pra fazer as pessoas felizes sabendo que minhas chances são mínimas.

-Pelo menos você tem chances. -Ally disse entre dentes.

-Allyson, eu sou maior de idade. Eu decido o que vou fazer com a minha vida. E eu não aguento mais andar na beira, isso está me enlouquecendo porque nada dá certo comigo. Eu tive que abandonar o que mais amava, eu não podia mais pisar numa cozinha de restaurante e nem devo mesmo hoje em dia, a minha esposa me largou porque não sabia lidar comigo. Como vocês querem que eu viva a minha vida como sempre se eu só tenho migalhas? Me deixa ser reclusa agora, me deixa aqui. Eu quero me conhecer sozinha, eu não posso viver como vocês querem que eu faça.

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