14. Confissão

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Os dias se passaram e meu humor permanecia excepcionalmente bom, tendo em vista que as coisas estavam indo muito bem. Consegui colocar toda a matéria em dias, o meu grupo de amigos aumentou, pois comecei a passar mais tempo com as pessoas da Grifinória e, o que estava sendo responsável pela maior parte da minha tranquilidade, Snape e eu estávamos em perfeita harmonia.

E essa harmonia se deu ao fato de fingirmos que uma certa parte daquela noite nunca existiu. Fizemos uma espécie de acordo, apesar de não precisarmos conversar para entender aquilo, de que não precisaríamos tocar naquele assunto. Para mim, passou a parecer mais como um sonho distante, mas um daqueles em que você é capaz de lembrar cada detalhe e fica por dias pensando no que aconteceu.

Então cheguei à conclusão de que o ideal seria me fazer acreditar que foi um sonho, e que jamais iria tê-lo de novo. Uma memória quase perdida mas realista a ponto de nos fazer questionar se é ou não real. A pior parte é que era, sim, real.

Estávamos nos aproximando das férias de natal e isso indicava algumas avaliações antes de finalmente ficarmos livres. Portanto, eu dividia meu tempo entre fazer revisões com Draco e Hermione.

Na manhã livre de uma segunda, eu e Draco decidimos ir para o lago e levar nossos livros de feitiços para que pudéssemos ler e fazer perguntas um ao outro. Sentamos na sombra de uma árvore e ficamos pelo que pareceu horas conversando e estudando.

- ...Não é à toa que está na Corvinal! - disse Draco após eu responder corretamente mais uma de suas perguntas.

- Qualquer pessoa que goste dessa matéria e se esforce o suficiente pode responder tais questões corretamente - falei, sorrindo de lado. - Nós, Corvinos, somos mais do que cérebros ambulantes, colega.

- Não é o que parece, senhora nerd.

- Deveria ser uma ofensa, Draco? - perguntei, erguendo uma sobrancelha. - Mas absolutamente tudo o que dizem sobre vocês da sonserina poderia te ofender.

- Tipo o fato de sermos grandiosos e...

- Ora, pensei que você tinha mudado! - o interrompi, fechando meu livro e descansando minhas costas no tronco da árvore.

- Você sabe que estou brincando, não é? - ele se aproximou e repetiu minhas ações, ficando do meu lado. - Mas você é, sim, inteligente. Tão inteligente que não consigo imaginar um professor que não goste de você.

- Acho que você está exagerando... - fechei os olhos.

- Exagerando? Por sua causa o Professor Snape está dando pontos até para a Cornival, e ele nunca foi do tipo que favorece outras casas.

- Favorecer? - abri os olhos novamente, aumentando meu tom para disfarçar o nervosismo por ouvir o nome do professor. - Se eu ganho pontos, é porque mereço. Isso é ser justo! Você já ganhou pontos dele simplesmente por respirar, não sei por que está reclamando do que eu consigo com tanto esforço.

- Bom, é porque nunca te vi tão esforçada nas aulas dele como está sendo agora - disse rapidamente, se virando para me encarar. - Realmente não sei o que ele está fazendo nessas aulas particulares para te deixar tão... dedicada.

- DRACO! - o repreendi, batendo levemente em seu braço.

Só aquela pequena menção foi o suficiente para me deixar um pouco corada, pois ele tinha razão, de certa forma. Para minha infelicidade, Draco notou o tom rosado das minhas bochechas, pois sua atitude mudou.

- É sério, o que está acontecendo com você? - perguntou sério, com um tom mais baixo.

- Nada? - mordi o lábio, não sendo nada convincente.

𝑭𝒊𝒙 𝒀𝒐𝒖 | Severus SnapeWhere stories live. Discover now