Capítulo 04

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POV. KIRARA

Suspiro. Já faz alguns dias que Henry está de cama. Me preocupo com os efeitos colaterais que ele anda sentindo, mesmo que parte desses efeitos seja por parte de uma escolha minha.

Senti braços me rodearem por trás, num abraço tentando me consolar. Respirei aquele cheiro amadeirado do Levi. Deixei de preparar o alimento do Henry e devolvo o abraço, apertando Levi como um ursinho de pelúcia.

Levi: O que houve? Toda vez que Henry tem essas crises você fica assim. - ele diz, acariciando minha nuca.

Kirara: Levi, você confia em mim? - pergunto, encarando-o.

Ele me olha firmemente, suspirando ao fim. Senti que a dúvida passou pela mente dele mas, num piscar de olhos, ele relaxou e beijou minha testa.

Levi: Claro que confio, querida. - ele fala, me confortando. - Estarei sempre do seu lado, idependente das suas escolhas.

Isso só piora a minha situação, Levi. Não confie tanto em mim.

Kirara: Mas e se eu... - ele colocou um dedo na minha boca e, sorriu calmamente.

Levi: Ei, eu já me decidi. - ele afirma, beijando minha testa. - Estarei ao seu lado. Confio em você, Kirara.

O abracei apertado, o agradecendo.

POV. LAYLA

Ser abençoada com boa audição e poderes sonoros não é lá grandes coisas. Diferente dos outros, eu conseguia escutar tudo. Desde seus pensamentos até seu sangue circulando em suas veias.

E isso não era diferente. No momento, estamos os três na faculdade (igo isso pois apenas Luna e Paul estão comigo. Henry continua em casa), andando com uma garota roqueira que, por incrível que pareça, tem a loba selada em si.

Eu consigo escutar sua fera pedir por ajuda e tentar se libertar. Mas é impossível no momento, já que temos que agir de uma forma "pacífica", mesmo eu querendo libertar essa fera à força.

Lissy parece ser uma garota valente. Daria um bom soldado se tiver treino. Luna me contou que ela a "protegeu" de André, um famoso "popular" dos livros de romance. E sei que elas estão planejando uma pequena vingança contra ele. Mas só após confirmar se ele é ou não um ser sobrenatural.

Vou até a sala de aula e pego o moletom de Luna que está encima da mesa da sala. Me vesti, suspirando. Solto meus cabelos e pego o gloss da mana que estava ao lado do moletom. Dei uns tapinhas no meu rosto só pra entrar no personagem e sorri amigavelmente. Eu me passaria por Luna, já que ela odeia violência.

Não sei pra que ela recebeu tantos poderes se ela mesma não gosta de usa-lo. Não que eu seja diferente. Tem coisas que eu detestaria ouvir, preferia ser surda nesses momentos. Mas, fazer o quê, né?

"Layla, ele vai estar na terceira mesa da lanchonete fora da escola", escuto a voz da Luna. "E lembre-se de sorrir sempre que alguém falar o meu nome".

"Sorrir e acenar, já saquei", resmungo.

Do lado de fora, olho para cima e, no prédio da escola, encontro Luna, Paul e Lissy assistindo tudo. O maninho está com um binóculo. Sorri e entrei no papel.

Me sentei na mesa em que ele e seus amigos estavam. Conversei um pouco e, assim que me distrair, escutei ele fazer um movimento com as mãos. Pelo som, deve ter uma embalagem de plástico em suas mãos.

André: Ops. A caneta caiu... - ele fala, derrubando minha caneta mágica.

Sorri pra ele quando, na verdade, eu queria berrar um "DERRUBA, FILHO DA P***!!! TU NÃO SABE QUANTO CUSTA!"

NOSSAS VIDAS (SNK)Kde žijí příběhy. Začni objevovat