Capítulo 67

21 5 0
                                    

POV. RAYA

A batalha foi longa e o final, embora saímos vitoriosos, tenebroso. A alcatéia tinha sangue espalhado por todos os cantos e algumas moradas destruídas. Muitos feridos estavam sendo cuidados no hospital pelas pessoas que não foram à luta.

Entrei no quarto de Henry e o encontrei deitado. Estava todo ferido e enfaixado na maior parte do corpo. Está respirando com ajuda dos equipamentos e tomando muitos soros. Estive preocupada com ele durante todas as quatro horas seguidas de sua luta solo.

Depois da luta, ele ficou horas em cirurgia. Seus órgãos estavam estourados, ossos quebrados e ele perdeu muito sangue. Me sentei na cama, ao seu lado, com cuidado.

Kirara: Ele está bem melhor, Raya. — escutei a voz dela, me assustando. — Pode ficar calma. O fator de cura dele começou a funcionar. Antes nem se sabia onde começar.

Raya: Me assustou, Kirara... — comentei, afastando os cabelos de Henry de seu rosto.

Kirara: Hehe! Eu esqueço que você abaixa a guarda quando está em casa! — ela sorriu, me entregando um pote de vidro com alguns doces em formato de flores. — É um docinho que eu achei ali nas minhas coisas. Te garanto que não está vencido nem nada. Eu vou dar uma volta na alcatéia. Tem uma galera precisando da minha ajuda para controlar a Sasha. Parece que ela está comendo a comida dos feridos. Essa mulher não toma jeito...

Ela apenas abriu um portal e se foi.

Comi alguns docinhos. Cada cor possui um sabor e eram todos maravilhosos.

   — Você tem que tomar cuidado com as coisas que minha mãe oferece, viu? Principalmente se forem bonitas, de formato circular ou comestíveis.

Eu reconhecia a voz, mesmo estando abafada pelo som o oxigênio que ele respirava através do aparelho, mas me assustei. Encarei os olhos safiras de Henry e sorri, beijando sua testa.

Raya: Seu bobo... — murmurei. — Fazendo gracinha assim nem parece que quase morreu há pouco tempo.

Ele abriu um sorriso pequeno. Ainda tinha um pouquinho de sangue em seus dentes e gengivas. E ele deve ignorar.

Henry: Eu devo estar um caco. Você não devia me ver nesses momentos.

Raya: Bem, dizem que um casal deve se apoiar na saúde ou na doença, até que a morte os separem.

Ele ergueu uma sobrancelha, afastando o respirador.

Henry: Você está me pedindo em casamento, cachinhos?

Raya: Hur... B-bem... — eu gaguejei.

Repeti a frase que usam nos casamentos apenas porque achei conveniente.

Henry: Cachinhos, tem que tomar cuidado. Eu me iludo fácil. — ele brincou.

Raya: Para, Henry. — eu ri. — Vou chamar alguém para dar uma olhada em você.

Henry: Não precisa. Eu sou médico, esqueceu.

Raya: No momento, você é um paciente. Espere aqui.

Ele segurou minha mão enquanto deu uma olhada nos equipamentos e fez uma cara de espanto.

Henry: Parece que eu vou morrer em breve... — ele comentou, suspirando.

Raya: É O QUE?!

Henry: Brincadeira, amor. Eu não vou te deixar solteira assim tão cedo. Eu só estou com baixo nível de magia. Parece que gastei muito na luta. — soltei um suspiro de alívio quando ele disse isso. — Onde estão os outros?

Raya: Seu esquadrão está contabilizando todas as baixas. Sua mãe foi ajudar os feridos. Paul também está ajudando nisso. Layla foi ficar de olho na Luna. E seu pai foi dar as notícias para as famílias dos que morreram.

NOSSAS VIDAS (SNK)Onde histórias criam vida. Descubra agora