XIX

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Romana

O tempo em São Petersburgo não estava bonito, a chuva caía fortemente e os trovões eram altos. Saí de perto da janela, minha tia falava que não era bom ficar perto de janelas e portas quando se tinha tempestades.

Sorri com a lembrança dela.

As malas estavam na sala, Massimo estava no escritório em uma reunião virtual com Domenico.

Escuto alguns gritos e lembro que Bernardo está sozinho no quarto do segundo andar. Subo as escadas e abro a primeira porta, ele estava sentado na cama e seus olhos estavam marejados de lágrimas.

- Calma, meu amor! Mamãe está aqui! - Pego ele no colo e balanço para acalma-lo.

- " Risplendi, risplendi, piccola stella
    Voglio vederti brillare
    Lassù nel cielo In un disegno a corda
    Risplendi, risplendi, piccola stella
    Palla, bella ballerina "

Canto a música brilha brilha estrelinha em italiano.

Apago a luz de seu quarto e desço as escadas com ele em meu colo.

- O papai? - Bernardo levanta sua cabeça com um sorriso no rosto.

- Seu pai está trabalhando agora, não podemos incomodá-lo. Você me ajuda a fazer a janta?

- Siiim!

- Aah menino, como eu te amo! - Mordo suas bochechas.

Enquanto eu cortava as verduras e legumes, Bernardo pegava e tentava falar o nome de cada um.

A janta de hoje seria sopa e o cheirinho gostoso invadiu todos os cômodos da casa, pude provar isso quando escutei um " Vou jantar " vindo do escritório.

Coloco os pratos na mesa e primeiro sirvo Bernardo. Aliás, seu prato tinha que esfriar um pouco para ele não se queimar.

- Deu, filho! Faça sua bagunça! - Coloco o prato de plástico com a sopa morna na sua frente.

- Já começaram a jantar e não me chamaram? - Massimo sai do escritório e nos vê jantando.

- Você estava trabalhando, não quis incomodar. - Dou de ombros.

Ele se serve e come, se divertindo olhar seu filho se lambuzar.

Termino de comer e espero Bernardo terminar também, ele me dava umas olhadas de quem não queria comer mais, mas ele sabia minha resposta, então nem falava nada. E Massimo só observava.

- Deu? - Recolho seu prato, tiro o babador e depois o tiro da cadeirinha. - Deixa eu limpar sua boca. - Pego o guardanapo e limpo sua boca, ele fazia algumas caretas e eu me controlava para não rir.

Levo ele até a sala e o deixo com seus brinquedos e assistindo TV. Volto para a sala de jantar e Massimo está recolhendo os pratos.

- Você vai lavar mesmo? - Pergunto quando vejo ele realmente pegando a esponja e esfregando os pratos.

Tá aí uma coisa que eu nunca vi, Massimo lavando a louça. Eu pagava pra ver mas agora não preciso mais, ainda bem não apostei isso com ninguém.

- Aqui não tem empregada e se você fez a janta, eu lavo a louça. - Tá, confesso que ele me surpreendeu agora. - Até porque iremos passar longos dias aqui. 

- Como assim? - Vou entrar em desespero com Massimo debaixo do mesmo teto que eu e além do mais, sozinhos. Help, God!

- O que aconteceu foi implantação da Cosa Nostra Americana, apesar do passado ter algum tipo de relação com a máfia italiana, os mafiosos norte americanos são nossos inimigos atualmente. - Ele fala enxaguando os pratos e colocando no escorredor. - Por coincidência, como eu havia dito, meu container carregado de cocaína foi levado para Washington, aí no dia seguinte você recebe o corpo esquartejado da Paola. Quando você me disse que ela havia conversado com você, Domenico procurou os locais que ela frequentou e sabe o que achamos? - Ele seca suas mãos e se encosta no mármore da pia.

- O que? - Curiosa você, né?

- O Don da Cosa Nostra Americana, o que você diz  que é " inocente e que não é igual a mim ". - Faz aspas com os dedos.

- Não... Não pode ser! - Tento trazer momentos mentalmente entre eu e Christian que poderiam ser provados que ele não fazia parte disso. - Christian não faria uma coisa dessa! - Uma lágrima cai do meu olho e levanto meu rosto para ver Massimo, ele só podia estar brincando comigo.

- Tem mais... - Ele passa a mão em seu rosto sabendo que isso seria mais difícil do que parecia.

Não falo nada, apenas faço um gesto para ele continuar.

- Puxamos a ficha dele e... - Ele morde os lábios com medo de falar. - Seu nome é Christian Smith Grey.

- O QUE? - Passo as mãos em meu cabelo, meu mundo caiu. Não pode ser verdade! Ele não pode ser meu irmão! Massimo vem me abraçar e naquele momento esqueci tudo o que ele tinha feito de ruim, eu apenas o abracei forte, era a única coisa que eu precisava.

 Não pode ser verdade! Ele não pode ser meu irmão! Massimo vem me abraçar e naquele momento esqueci tudo o que ele tinha feito de ruim, eu apenas o abracei forte, era a única coisa que eu precisava

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Olá meus amores, tudo bom?

Este é o quarto capítulo da maratona de hoje, serão 5 capítulos postados!

Não esqueçam de curtir e comentar o que acharam!

4/5

Chamas do amorWhere stories live. Discover now