XIV

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Romana

Me despedi de Christian com um selinho e corri para o elevador. Eu estava atrasada para o vôo, faltavam poucos minutos para o avião decolar.

As portas se abriram e tentei caminhar em longos passos, já que minhas pernas eram curtas e não me ajudavam muito nesse quesito. Passei pela porta giratória do prédio e vi quatro homens sérios vestidos de preto, Christian tinha pedido um carro para mim mas era dispensável esses guarda costas.

- Está perdida, baby girl? - Maldito! Maldito! Maldito!

Me virei e lá estava ele, Don Massimo Torricelli. Vestido tradicionalmente com a sua cor preta, seus cabelos estavam penteados para trás e em seus olhos haviam um óculos escuro. Suas mãos estavam dentro do bolso da calça e pude sentir um leve aroma do seu perfume quando se aproximou de mim.

- Não tenho tempo para seus joguinhos, Massimo! - Balanço a cabeça evitando as tentações.

- Eu sei que não! - Um lenço é forçado em meu nariz e alguns segundos depois sinto meu corpo levemente cair em mãos fortes, e então minha vista se escureceu.

Sou acordada com sussurros altos e raivosos vindo atrás de mim, levanto minha cabeça e gemo de dor. Minhas mãos estavam amarradas em cordas e meu corpo estava preso aos cintos da poltrona em que eu estava sentada.

- Chef, ela acordou! - O segurança ao meu lado girou sua poltrona para trás.

- Dormiu bem, gatinha? - Massimo se senta a minha frente.

Apenas viro meu rosto para o lado, não tenho nada para falar com ele. Estou com tanto ódio que sou capaz de deixar ele sem as suas preciosas bolas.

- Você que sabe, está tornando as coisas mais difíceis. - Ele encosta seu dedo indicador nos lábios e continua me encarando.

- Como é que é? Você beija uma mulher no réveillon na minha frente e quando EU quero me divertir, você vem com essa de que se importa comigo? - Olho nos olhos dele.

- Eu me importo com você, nós temos um filho juntos.

- O fato de eu e você ter um filho juntos não é justificativa pra você sair da Itália e vir atrás de mim, Massimo. Não existe mais nada entre nós e você quis assim, você que quis beijar outra mulher, então, quantos homens eu vou precisar dar para você sair do meu pé? - Me inclino um pouco para frente e sussurro a última frase.

Ele respira fundo e seu olhar se transforma em chamas ardidas de raiva. Uma aeromoça põe sobre a mesa um copo de suco de laranja com alguns bolinhos e troca o copo de whisky de Massimo. Assim que ela se retira, Massimo se levanta e a segue.

Eu sabia o que ele iria fazer, eu deixei ele com raiva e para descontar esse sentimento, ele iria quebrar tudo o que estivesse na sua frente ou iria transar. Eu voto na segunda opção.

Olho para o segurança que jogava truco com seu parceiro e coço a garganta, fazendo com que os dois olhassem para mim. Levanto minhas mãos amarradas e o mesmo fala que não pode desamarrar sem a ordem do seu patrão.

- E você vai me dar comida na boca? - Continuo olhando para ele.

- Desamarre ela! - Domenico surge ao meu lado e espera o segurança me desamarrar, o homem se levanta largando suas cartas na mesa e o adversário aproveita o momento para olhá-las.

Minhas mãos estavam livres daquelas cordas grosseiras, massageio meus pulsos e pego o suco. Domenico toma o lugar em que Massimo estava sentado, eu podia sentir seus olhos em cima de mim enquanto comia.

- Ah e ele ali viu suas cartas. - Olho para o outro jogador.

- Aah qual é, cara? - O segurança que me soltou repreende seu amigo.

Domenico abre um sorriso, ele parecia estar se divertindo.

- Seu amigo é uma pessoa muito controladora. - Falo e dou uma mordida no bolinho.

- Todos tentaram impedir ele mas o Massimo está mais complicado de se lidar. - Da de ombros. - Você não ter chegado junto com as meninas deixou ele irritado pra caralho.

- Acho engraçado que tudo ele pode fazer, menos eu. Eu não sou prioridade dele, Domenico! - Bufo irritada e meus olhos enchem de lágrimas. - Agora ele foi atrás daquela aeromoça e todos nós desse avião sabemos o que eles estão fazendo e como eu fico? Não é justo! Fiquei três anos a espera dele, nunca deixei de ir um dia pra visitá-lo. - Minhas lágrimas desceram e eu olho para Domenico que tinha uma expressão de dó.

- Entra lá dentro e acaba com ela! Você, meu amor, é a Romana!

- Huuum Domenico... Você é o melhor! - Me levanto e deposito um beijo em sua bochecha.

É óbvio que os seguranças tentaram me impedir mas Domenico estava ao meu favor e pediu pra eles se retirarem. Caminhei até uma porta que estava fechada e do lado de fora eu já podia escutar gemidos.

Coragem, Romana! Coragem!

Abri a porta e vi a cena mais nojenta de toda minha vida, a aeromoça estava sentada no colo de Massimo enquanto as mãos dele estavam cravadas em sua bunda. Ela mal pôde se levantar e arranquei pelos cabelos, peguei uma arma que estava em cima do balcão e pressionei contra o queixo dela.

- Escute bem, vadiazinha! Você está sentando no pai do meu filho, sabe quão grave isto é?

- Me desculpa, me desculpa! - Ela começou a chorar e a mandei sair da pequena cozinha. A mesma puxou sua saia para baixo e saiu dali.

- Você é muito otário! - Me viro para Massimo e dou um tapa em seu rosto. - Eu te odeio, Torricelli! E saiba que quando eu chegar em casa, vou pedir o divórcio e vou morar bem longe de você. - Jogo a arma contra seu peito. - Figlio di puttana!

Ao sair, ele puxa meu braço mas puxo com força e ele solta. Me sento na poltrona novamente e solto o ar, liberando todo o estresse que habitava em mim. Domenico ria disfarçadamente para Massimo não arrancar o pescoço dele.

Oii pessoal, tudo bem?
Romana está voltando para casa e as coisas ficarão tensas por aqui...
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Chamas do amorDonde viven las historias. Descúbrelo ahora