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Karol point of the view

Escuto um barulho semelhante a uma chupada, olho e eles estão se beijando, me encosto na cadeira e cerro os punhos, só mesmo o pervertido do Ruggero para beijar uma desconhecida no avião enquanto ainda está com a minha calcinha no bolso. E eu nem sei porque estou tão nervosa com isso, mas ele está viajando comigo, deve no mínimo me respeitar.

Claro que eu estou sendo ridícula por esperar algum respeito de Ruggero Pasquarelli.

Ele é o imbecil número um da minha lista, pior até do que o Lionel!

Começo a cantarolar para ver se atrapalha os amassos dos dois, mas o cara que está sentado atrás chuta a minha poltrona e resmunga que está tentando ler, nós somos quase os últimos do avião, e nenhuma comissária de bordo passa por aqui. Será que elas não vão passar e mandar Ruggero e a loira pararem com esse showzinho??!

Então o barulho do beijo cessa e respiro aliviada, tomara que ele pegue uma doença por sair beijando estranhas desse jeito, é aí que eu ouço um gemido.

OH CÉUS!!

Estico novamente o pescoço e por Deus! Ruggero está com a mão enfiada debaixo da saia da mulher, e ela revira os olhos e geme, sinto meu rosto corar e a raiva me dominar.
Será que ele se lembra que eu estou aqui ao seu lado? Será que ele não tem medo de alguém passar e ver o que eles estão fazendo? Será que ele não tem vergonha de estar com a minha calcinha no bolso e tocando as partes íntimas de outra?

Não que eu queira que ele estivesse me tocando, quero que ele aja como um homem decente uma vez na vida e simplesmente durma durante a viagem, em vez de quase trepar com uma desconhecida ao meu lado. A mulher da um grito e Ruggero volta a beija-la, abafando os gemidos.

Eu o odeio! Odeio Ruggero Pasquarelli!!

As vinte horas em ponto, o piloto anuncia que o avião já vai pousar, Ruggero encosta em sua poltrona e fala alguma coisa mas finjo não ouvir. Quando o avião para, a moça faz a maior cena para se afastar dele, e eu praticamente passo por cima deles, empurro-a na poltrona para conseguir sair, ela resmunga, mas Ruggero está sorrindo.

Começo a puxar minha bolsa do bagageiro e ele rapidamente aparece ao meu lado.

Ruggero: - deixa que eu pego pra você.

- não ponha essa mão imunda nas minhas costas! (Praticamente grito)

O maldito ri mais ainda, eu puxo minha bolsa e saio apressada do avião sem esperar que ele se despeça da loira. Desço no aeroporto Santos Dumont e solto um palavrão, eu nem sei em que hotel ficaremos não fiz nenhuma reserva, e eu como secretária, deveria ter cuidado disso, mas estava tão preocupada com as coisas relacionadas aos negócios que nem pensei nisso.

Como ele não me deu nenhuma ordem em relação a reserva de um hotel, penso que ele deve ter pedido a Carolina para reservar. Eu só quero tomar um banho e dormir e dormir até o dia seguinte quando terei que aguentar esse nojento o dia todo. Vou andando para os lados da bolsa e espero a minha mala passar. Ouço um risinho conhecido atrás de mim e nem preciso olhar para saber que Ruggero e a loira estão logo atrás, será que ele a levará para seu quarto no hotel também? MERDA!

A minha mala vem, e quando ameaço pegá-la, Ruggero estica a mão e a pega para mim, ele a estende para mim e eu só consigo sentir nojo por ele ter tocado na minha mala com aquela mão, faço uma careta e me afasto. Ele percebe minha cara e fica rindo enquanto pega a sua bagagem na esteira e se despede da loira, vou andando para um lado qualquer para dar-lhes privacidade mas ele me chama.

Ruggero: - Kamilla, espere bem aí ou pegarei sua mão para levá-la ao lugar certo!

Faço uma careta e paro onde estou, permaneço ali parada por quinze minutos, achei que o pervertido estava se despedindo da loira com uns bons beijos enquanto a tinta aqui esperava, mas quando me viro ele está tentando se livrar dela, a loira está com os braços em volta do pescoço dele, que tira os braços dela com um sorriso sem graça, e ela volta a coloca-los. Ele me olha pedindo socorro e eu tenho que rir daquela cena, BEM FEITO! Ele me lança um olhar ameaçador mas dou de ombros e vou até uma banca ver as revistas. Uns tinta minutos depois, Ruggero me puxa pelo braço.

- ei, tira essa mão imunda de mim!

Ruggero: - então me siga, imagino que você não tenha reservado nenhum hotel (diz impaciente)

Eu me sinto corar! Eu não gosto de ser incompetente, mas foi uma falha não ter verificado esse detalhe com a Carolina.

- não, eu achei que Carolina teria reservado o hotel.

Ruggero: - eu liguei pra ela, mas ela achou que você faria isso, já que você viajaria comigo.

- bom, a culpa é sua por não esclarecer as coisas!

Ele me lança um olhar irritado, e eu tenho um coque por aqueles olhos ficarem tanto tempo olhando meu rosto, recomponho-me no momento que ele desvia o olhar e volta a andar.

Ruggero: - tanto faz, nós podemos ficar em um hotel da R.M.A. eu sempre fico no Quatro Estações, sou um dos donos então não preciso de reserva, eles é que tem que reservar um quarto pra mim!

E eles tem somente um quarto. Está havendo uma convenção de alguma coisa na cidade e eles só conseguem um quarto na cobertura, que é reservado aos donos e nunca é alugados. Ruggero manda que eu o siga, e eu começo a temer onde ficarei, será que ele me mandará para outro hotel e eu terei que fazer o percurso até ele toda manhã? Tomara que não seja um hotel muito longe e que eu possa vir até ele a pé.
Subimos de elevador até o vigésimo terceiro andar, assim que entramos, me afasto dele o máximo possível mas só há nois dois no elevador, então observo quando ele enfia a mão no bolso da calça e fica tocando minha calcinha, aí a raiva me domina, não consigo controla-la, e para piorar ele começa a falar:

Ruggero: - não sei porque está tão longe de mim, não tenho nenhuma doença contagiosa.

- como posso ter certeza se você trepa com qualquer uma que conhece.

Ruggero: - (fica surpreso) não me lembro de trepar com nenhuma na sua presença.

- e o que foi aquele cena ridícula com aquela loira piranha no avião?

Ruggero: - (abre um sorriso enorme) isso te encomodou?

- éé...

O PEGADOR • RUGGAROLWhere stories live. Discover now