O PEGADOR • RUGGAROL

•8

•Karol point of the view•

Lionel: - eu não vou cancelar nada, esperarei você na igreja como combinado!

- Lionel eu j... (ele me interrompe)

Lionel: - pense nisso.

- .... (Lionel vai embora)

Começo a chorarem gritar desesperadamente em meu sofá. Eu normalmente não sou uma pessoa fraca, mas é coisa demais para um único dia.

HORAS DEPOIS:

Quando Valu chega, conto a ela o que aconteceu com o meu enxoval e com minha vida; está tudo desandando. Ela me sugere que eu tire umas fotos com as minhas 15 fantasias, para o caso só sex shop resolver pegar de volta se eu não conseguir pagar. E eu seu que não vou conseguir. Me maquio, boto um sorriso no rosto e visto cada uma das minhas fantasias posando para a Valu me fotografar.

No final da noite, tenho fotos maravilhosas em meu celular e nunca me esquecerei dessas fantasias.
Ainda tem o lado bom: já posso devolvê-las, afinal de contas já usei e vi como ficam em mim memo.

•Ruggero point of the view•

Chego em casa sábado de manhã, tinha passado a noite com Katja num motel elegante e caro que ela escolheu. As palavras de Karol me vieram a mente, dizendo que meu gosto para mulheres era duvidoso, tenho que admitir que a Katja não é mesmo uma gata de parar o trânsito, nas da pro gasto.
E por falar de tempo, tenho pegado apenas mulheres que dão pro gasto. Tomo banho e resolvo não ir dormir, não estou com sono, apenas cansado. Vou para o meu escritório trabalhar um pouco, e para variar, uma coisa me preocupa: Karol Sevilla.

Com tudo que está acontecendo na vida dela eu tenho medo que ela não consiga dar conta do recado na viagem. Eu irei atrás de três investidores nessa viagem, nada pode dar errado. Consulto meu registro de funcionários e encontro a ficha da Sevilla. Vinte e cinco anos, solteira, mora perto do trabalho e acho também o número dela, o engraçado é que na ficha dela não tem foto, melhor assim, ninguém vai querer ficar olhando para aquela bruaca menso.
Pego o número dela e disco:

^ligação on^

Karol: - que foi? (Atende com uma voz sonolenta e irritada)

- bom dia senhorita Sevilla, aqui é Ruggero Pasquarelli falando.

Karol: - (fica em silêncio por um tempo e logo bufa irritada) claro que é você! Você sabe que horas são?! Não se liga no celular das pessoas num sábado de manhã.

- sinto muito se acordei a bela adormecida, mas você tem um trabalho a fazer e está atrasada. Eu não ligaria se não fosse urgente.

Karol: - não, você não sente. É melhor que alguém tenha morrido pra você me ligar as seis da manhã, o que você quer?

- não me ameaçe senhorita Sevilla, ainda sou seu chefe.

Karol: - eu não estou no meu horário de trabalho.

- claro, e o seu respeito comigo é só quando você é minha subordinada?!

Karol: - exatamente!

Não consigo segurar o riso, nunca conheci mulherzinha maus abusada que essa Sevilla!

- preciso que esteja em uma reunião às sete um ponto!

Karol: - você está de brincadeira, não é?!

- eu não sou um homem de brincadeira senhorita Sevilla. Essa viagem é muito importante para a empresa, e devido aos últimos acontecimentos durante a reunião, quero ter certeza que você esta pronta para a responsabilidade que terá.

Karol: - Porra! Eu sou só a merda de uma secretária, minhas responsabilidades serão apenas fazer anotações e organizar a sua agenda. Qual o seu problema?!

- as anotações senhorita Sevilla, as anotações são o meu problema. Você sabe que precisarei delas e você deve estar preparada para fazê-las de maneira correta. Agora, levanta esse grande traseiro da cama e anota o endereço que eu vou te passar!

Karol: - ok, mas é bom eu receber uma gorda hora extra, por me acordar em um sábado às 6 da manhã e pelo linguajar nada profissional!

- respeito é uma via de mão dupla senhorita Sevilla.

Karol: - vai a merda!

^ligação off^

•1 HORA DEPOIS•

Às sete em ponto a campainha da minha casa toca e encontro uma Sevilla com cara de sono, olhos vermelhos, o cabelo embolado em uma espécie de coque, os óculos enormes e tortos em seu rosto, uma calça de moletom larga e uma blusa toda amassada e mais larga ainda. Ela está horrível! Abro um sorriso por isso.

- deveria ser crime sair na rua vestida desse jeito (ela mostra o dedo do meio) devo lembrá-la que ja chegou aqui, está em horário de trabalho, ou não vai querer hora extra? Eu exijo respeito, subordinada.

Karol: - ok, desculpe digníssimo senhor Pasquarelli se minha aparência não é digna de entrar em sua residência, mas tive uma noite longa e um completo imbecil me acordou as seis da manhã de um sábado, o senhor pode acreditar em uma idiotice dessas?

- (sorrio) que pena que ande com companhias desagradáveis, que te acordam em um sábado de manhã, senhorita Sevilla.

Ela sorri e vejo os seus dentes perfeitos, que sorriso maravilhoso que essa mulher tem.

Karol: - não se pode escolher quem vai ser rico e quem vai obedecer esse rico, o senhor sabe como esse mundo é injusto. Imagine que um perfeito idiota é dono de uma empresa, e uma boa menina como eu tem que fingir suporta-lo para ter o que comer no fim do mês!? Nada justo.

- se está tão descontente com o seu trabalho peça as contas (a desafio sabendo que ela precisa do trabalho)

Ela fecha a cara, pensa um pouco, coloca um sorriso no rosto e fala...