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Karol point of the view

Ruggero: - o que tá havendo? Porque todos estão rindo?

- acho que deve ser por causa daquele ligação.

Ruggero: - (nega com a cabeça) acho que não, nem no dia eles reagiram assim.

Continuamos a reunião sem saber o que está acontecendo. Até que eu vou no RH receber o meu salário, lá no painel onde dias atrás estava meu convite de casamento, agora havia uma foto minha empressa, no hall do meu prédio, com o ridículo do Lionel ajoelhado aos meus pés. Eu com uma cara horrorosa de espanto e ele com aquela careta de choro, e escrito abaixo: "MENINA MÁ". Arranco a folha do mural e vejo as meninas rindo, saio correndo do RH e trombo com Valu, q me arrasta para a mesa dela e me mostra um vídeo.

Oh meu deus! Por que?!

Um vídeo no YouTube com o Lionel ajoelhado aos meus pés, e eu, com uma cara de pamonha assustada pedindo pra ele se levantar do chão. E o vídeo já tinha mais de 5 mil acessos! Muita gente sonha com seus 15 minutos de fama, eu não sou uma dessas pessoas. A menina má está sendo vista, e eu estou mais uma vez, sendo motivo de piada.

Valu me explica que a foto foi postada no Instagram do porteiro do nosso prédio. Aquele traste! Eu vou arrancar as bolas dele e colar com prego na testa dela! Que merda! Penso em ir pro banheiro bancar a covarde que estou sendo nesses últimos dias, mas antes que consiga um minuto de paz, Ruggero aparece e me chama até a sala dele, quando entro em sua sala, vejo uma cópia da foto do Lionel ajoelhado na minha frente em cima da mesa dele.

Ruggero: - pela sua cara você há descobriu porque estavam rindo. (Concordo com a cabeça) você tem ideia de quem pode ter feito isso?

- o porteiro do meu prédio. (Digo com a voz chorosa)

Ruggero: - (se surpreende) por deus mulher! Até o porteiro do seu prédio não te suporta?!!

eu quero gritar com ele e manda-lo para aquele lugar, mas começo a chorar. E aí fico mais envergonhada ainda de estar chorando na frente desse estúpido, ele todo sem graça, anda até mim e põe as mãos nos meus ombros. Não é ridículo uma mulher adulta chorar por causa de problemas? Sim? Imagina o quanto é pior quando ela pula nos braços de um homem que odeia. Isso mesmo, ele coloca as mãos nos meus ombros e eu agarro a cintura dele e começo a chorar, ele tenta me afastar sem graça, mas eu me prendo a ele, só o ouço falando:

Ruggero: - não chora Karol, não chora, você vai manchar minha camisa caríssimas.

E, pra piorar, quando vou me acalmando qual é a primeira coisa que percebi? O abdômen dele. Sim minha gente, eu sou mais uma vez motivo de piada na empresa, estou chorando na frente do bastardo do meu chefe, agarrei ele pra chorar e, em vez de encontrar vergonha na cara eu percebi como o peitoral dele é duro.

Continuo fingindo chorar, com a cara enterrada no ombro dele e passo a mão por sua barriga. Como eu imaginava, sinto a barriga dura e aqueles gominhos deliciosos que homens malhados tem. Então percebo que quando agarrei ele, ele passou o braço em volta de mim, d sinto aqueles braços fortes me acalmando, fecho os olhos e me esqueço de fingir chorar, e fico ali aproveitando aquele abraço gostoso e aquele corpo musculoso colado ao meu. De repente, ele se afasta e só então tudo volta pra mim. Todos rindo da minha cara e da minha total falta de noção ao agarrar o homem daquele jeito, abaixo a cabeça e olho para o chão sem graça.

Ruggero: - você já parou de chorar? (Eu concordo) ótimo, eu poderia dizer que sinto muito pelo oque aconteceu, mas estaria mentindo. Toda vez que alguma coisa desse tipo acontece com você eu me divirto, e confesso que dei boas risadas com essas coisas de hoje.

Eu deveria sentir raiva dele, é o que ele merece, mas o que eu posso fazer? Eu sou mesmo uma comédia para as outras pessoas, a retardada, a menina má, a estabanada. Sempre acontece alguma coisa que me constrange, porque o estúpido do meu chefe se compadeceria a minha maré de azar? Claro que não! Ele tinha que se divertir mesmo, como todos os outros.

- é bom que sirvo ao menos para diverti-lo! Minha vida está ganha por saber disso senhor.

Ruggero abre um enorme sorriso e passa a mão pelo meu cabelo.

Ruggero point of the view

Macio, o cabelo da senhorita Sevilla é macio como eu havia imaginado. Eu queria que nesse ato desesperado de me abraçar, alguns fios tivessem soltado daquele coque horroroso, mas isso não aconteceu, então me contento em deslizar o dedo por seu cabelo e contornar o coque, porque ela anda com esse penteado horrível? Afasto-me dele ao perceber o que estou fazendo, sua última frase bem humorada depois de tudo que a tinha sido submetida me surpreendeu a tal ponto, que me fez perder a consciência de que era ela ali na minha frente, e eu tive vontade de toca-la.

Mas isso passou e agora preciso mesmo me concentrar na viagem que faremos daqui a algumas horas e não no cabelo macio e nas curvas dela encostadas em mim. No começo, ela me assustou com aquele abraço, e eu quis empurra-la pra longe da minha camisa cara, que agora está amassada e manchada de lágrimas, mas assim que senti o calor de seu corpo colado ao meu... Seu cheiro me atingiu e alguma coisa me impediu de afastaa-la.

Deus eu estou ficando maluco

Ela está sentada na cadeira a minha frente e olha para todos os lados, menos pra mim, deve estar envergonhada pela atitude que teve. Sei que ela é durona, tenta não dar o braço a torcer, mas posso imaginar o que deve estar passando por pegar o noivo comendo outra, lembro-me do estado que Tini ficou quando eu a trai. Até que a Sevilla tá segurando bem a barra, e eu estou parecendo um mariquinha, psicólogo sentimental de mulheres, analisando o comportamento pré-traição dela.
Meu deus!
Tento me concentrar no trabalho e volto a falar da viagem.

- a senhorita acha que estará pronta para a viagem às dezoito horas?

Karol: - sim senhor!

- então pode ir para casa. Eu passo para buscá-la às 17h30 para irmos ao aeroporto. O vôo sai às 19h, mas temos que chegar cedo.

Karol: - não precisa me buscar, é mais facil se eu o encontrar no aeroporto as 18h.

Prefiro não discutir, concordo e dou o resto do dia de folga pra ela. Quando Karol sai da minha sala, viro minha mente para várias coisas ao mesmo tempo, para não pensar nela.

Está perto da hora do almoço e resolvo comer no restaurante chinês que tem em um shopping próximo. Pego minha carteira e saio.

Assim que chego a rua, avisto...

O PEGADOR • RUGGAROLWhere stories live. Discover now