🔓| 𝖢𝗁𝖺𝗇𝗀𝖾, 𝗉𝖺𝗋𝗍𝖾 𝟤

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Kai Havertz

Eu lembro quando te conheci, um pouco antes de setembro, você estava dançando na rua, arrasando naquele vestido rosa. Implorei ao meu amigo para saber seu nome, aposto que não se lembra, mas foi assim que começamos.

Eu te persegui por um ano, eu teria esperado mais tempo, indo à biblioteca, parques e museus apenas porque eu sabia que você estaria lá, com a curiosidade no olhar e um sorriso estampado no rosto.

Observando ao longe mesmo sem trocar palavras. Sabia que no final isso faria o sentimento mais forte.

Eu mal podia esperar pela segunda-feira, porque é quando eu te veria de novo.

Então, quando você se aproximou de mim naquele dia nublado, me convidando para uma partida de futebol, senti que meu coração sairia pela boca a qualquer momento.

Lembro-me de sempre gaguejar e me perder na cor linda de seus olhos enquanto conversávamos, e em pouco tempo, aquilo havia virado rotina.

Nos encontrávamos na velha casa da árvore, poucos metros de nossas casas, depois de um jogo ou aulas cansativas. Admirando as estrelas e conversando até adormecer.

Lembro de ser tolo quando conheci sua mãe, por que ela tinha aquele pingente irlandês, bem ali eu sabia que a amaria, foi onde você conseguiu meu coração.

Julian, meu melhor amigo anos mais velho, entrou na adolescência muito antes que eu, e às vezes me convidava para sair em festas com ele. Era divertido, pela minha altura mal aparentava a idade que tinha na época, não demorei a me enturmar e fazer novas amizades.

S/n e eu continuávamos a nos ver com frequência, mas ela se surpreendia mais a cada vez que me via, e por mais que não falasse, conseguia ver em seus olhos.

E quando a pressão escolar e no futebol começou, você combateu meus demônios, saindo intacta, sendo toda minha força e minha fraqueza.

Você sorri quando estou com raiva e eu odeio isso.

E na primeira vez que te beijei, pude me olhar no espelho, e finalmente gostar de quem eu era.

Seus lábios eram como a beira da galáxia, e seu beijo como a cor de uma constelação se encaixando.

Foi quando eu percebi que ela era única, e eu não a merecia.

Me afastei, por covardia e medo, achando ser o melhor a se fazer, mas era apenas um jovem estupido.

Minhas visitas a casa da árvore já não eram frequentes, e quando me tornei o capitão do time de futebol, senti meu peito apertar ao saber que você não estaria lá para me parabenizar.

Meses depois, conheci Shopie, ela era uma garota legal, se ofereceu para me ajudar a te tirar da cabeça e por uma semana isso até que funcionou. Por isso que quando peguei ela e um de meus amigos na cama, não senti nada além de desgosto.

E quando o ensino médio acabou e a tão esperada formatura começou, meus olhos não desviavam do seu vestido verde esmeralda que caía tão bem no seu corpo e combinava com a cor de seus olhos.

Em algum momento de nossas vidas nos perdemos. E nos prendemos na imagem de um futuro perfeito impossível.
Nos perdemos em meio aos nossos sonhos perdidos, desistimos de tentar.

Porquê... nos consideramos fracos demais para construir algo? Como seríamos fracos para construir algo?

Já que conseguimos estruturar um universo de mentiras em espaços íngremes. Ilusões e pessimismo que atravessam a linha de limites?
Ou talvez não sejamos fracos, talvez o tempo seja preciso, afinal já nos perdemos tanto, e mesmo assim acabamos voltando.

Minha queda por você nunca desapareceu.

Foi isso que me levou de volta à velha casa de madeira, um sentimento de um lugar a que pertencer.

Encontrar um sentimento perdido, em uma noite que ficaria marcada para sempre em nossas mentes.

Em pouco tempo, minha mãos estavam em seus cabelos e suas roupas espalhadas pelo chão, sua voz é um som familiar, lábios vermelhos e bochechas rosadas. Eu posso ver o fim enquanto isso começa.

Mas no dia seguinte, quando acordei e você não estava mais ali, um mal pressentimento dominou meus pensamentos, antes de me vestir às pressas e correr até sua casa como um louco desesperado.

Sua mãe, parada na porta, como se soubesse que eu estaria aqui em poucos minutos, um sorriso melancólico e uma xícara de café vazia. Dizendo o mais calmamente possível:

— É tarde demais.

Um amor destruído.

Corações petrificados.

Uniões destruídas e amizades acabadas.

Tudo por causa de promessas mal cumpridas e corações confusos.

E agora, consigo me lembrar de você, parada em um belo vestido, olhando o pôr do sol.

Vendo em retrospectiva, abraçado com você a noite toda, ardendo em chamas. Essas memórias me seguirão por toda parte.

Mas eu ainda vou te amar pelo resto da minha vida.

𝖨𝗆𝖺𝗀𝗂𝗇𝖾𝗌 - Kai Havertz Where stories live. Discover now