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Meus irmãos e eu descemos do carro

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Meus irmãos e eu descemos do carro. O caminho de volta foi realizado em completo silêncio, ninguém ousou comentar nada durante o caminho inteiro. Mesmo disfarçando, todos estávamos apreensivos e nervosos. A última reunião de família que tivemos foi quando Sayuri se foi. As reuniões nunca foram frequentes, geralmente uma por ano, e quase nunca significam algo bom.

Assim que entramos pela porta da grande mansão, um segurança informou que nossos pais nos esperavam na sala de reuniões do andar de cima. Subimos as escadas entrando na sala que se encontrava no fim do corredor. Meu pai estava sentado ao final da longa mesa que havia no local, de costas para a grande janela de vidro, minha mãe estava ao seu lado e nenhum dos dois pareciam tão bem quanto tentavam parecer estar. Nós três nos sentamos nas cadeiras ao redor da mesa nos entreolhando rapidamente.

-Eu não vou mentir para vocês, não tenho boas notícias.- Meu pai deu um pequeno riso, quase que sofrido. Sentia meu coração palpitar fortemente em meu peito, como se estivesse sendo apertado.

-Escutem seu pai até o final, certo?- Perguntou mamãe, nós três apenas concordamos em silêncio esperando pela fala do mais velho.

-Vocês já conhecem a Scorpion, eles começaram como um pequeno cartel de drogas e então expandiram negócios se tornando uma máfia, ainda que inferior, nunca baixamos a guarda. No começo nós negociávamos armamentos, com o tempo, eles começaram a produzir os próprios, não tão bons quanto os nossos, mas aparentemente, são o suficiente.- Ele deu um curto suspiro.- A questão é, eles querem começar uma guerra...

-Como?- Osamu perguntou, ele estava apreensivo. Sua perna ia de encontro freneticamente com o chão.

-Me executando.- Respondeu com um sorriso triste, um silêncio se instalou pelo cômodo.- Eles pretendem derrubar a família Miya e a família Bokuto, assumir a Yakuza, ter o controle da cidade.

-Estamos em guerra...- Sussurrou Atsumo ainda parecendo processar as informações.

Eu estava calada desde que entrei, pensativa. Nós sempre mantivemos tudo sob controle, não comprávamos brigas banais, não rivalizávamos com ninguém. Nossa máfia possui regras, uma conduta ética. Não importa o que aconteça, nunca machucamos crianças ou mulheres, respeitamos todos que nos respeitam, tratamos todos de igual para igual... como isso foi acontecer?

-Isso agora pertence a vocês.- Meu pai jogou um envelope sob a mesa. Me estiquei e abri o mesmo tirando de lá alguns documentos.

-O que é isso?- Perguntei pela primeira vez.

-A partir de agora, vocês possuem 18 anos. Eu e os tios de vocês, Akira Bokuto e Lorenzo Antonelli, conversamos com a mãe de vocês. Todos concordamos que seria melhor para os três se forem de maior idade, caso algo aconteça.- Explicou se sentando.

-É apenas por precaução.- Mamãe forçou um doce sorriso, mas seus olhos marejados não escondiam tão bem suas emoções.

-Precisamos falar sobre o futuro de vocês.- Ele deu um fraco sorriso.- Eu não quero os privar de seguir seus sonhos, mas vocês já sabiam disso, um dos membros da família Miya, terá que assumir a Yakuza.

Meus irmãos me olharam esperando meu pronunciamento como sempre, soltei um suspiro escorregando pela cadeira. Apoiei minha cabeça em minhas mãos.

-Falem, falem seus sonhos.- Dei um sorriso tentando reconfortar meus irmãos.

-Eu queria poder abrir uma loja de Onigiri.- Osamu tomou a frente com um olhar aparentemente calmo, porém era possível ver o brilho em seu olhar.

-Eu queria seguir no vôlei, mas se...- Atsumo iniciou, mas eu logo o cortei.

-Eu assumo.- Falei firme. Eu sabia que esse dia poderia chegar, a verdade é que eu já tinha em mente assumir a máfia. Eu faria de tudo para que meus irmãos pudessem seguir seus sonhos e serem felizes. Eu não gosto e nem desgosto da Yakuza, apesar de ter um apego a essa "família", mas estou mais do que disposta a assumi-la

-Amaya...- Osamu começou e logo direcionou um olhar perdido na direção dos nossos pais.

-Não iremos nos meter querido, é uma decisão de vocês.- Falou mamãe percebendo o olhar do platinado.

-Não deveríamos pensar melhor no assunto?- Falou Atsumo receoso.

-Eu já vinha pensando nisso a algum tempo, então não, vocês vão seguir os planos de vocês, eu cuido de tudo, mas claro, vocês vão ter que me ajudar ao menos uma vez por mês.- Falei em um tom divertido. Eles suspiraram se rendendo a minha decisão.

-Acho que no fundo todos sabíamos que você assumiria.- Osamu deslizou na cadeira com um pequeno sorriso em seus lábios.

-Você começará a me acompanhar.- Falou papai afrouxando sua gravata. Assenti com a cabeça.- Podem se retirar, preciso conversar com Amaya a sós.

Pediu o mais velho. Todos se levantaram, exceto eu, e saíram da sala. O mais velho abriu as mangas da camisa social e me encarou tirando outro envelope de seu terno, ele deslizou o papel pela mesa, até que o mesmo estivesse a minha frente. Peguei o papel, retirando de lá algumas fichas criminais.

-Hum?- Questionei sem entender.

-A um ano atrás, você me pediu para descobrir quem matou Sayuri Bokuto, eu disse que faria tudo que estivesse ao meu alcance.- Ele me lançou um pequeno sorriso.- Sei que não é muito, mas descobrimos que foi alguém de dentro da Scorpion, especificamente, um desses cinco homens.

-Obrigada.- Agradeci me levantando, mantendo a expressão neutra.- Posso me retirar?

O mais velho assentiu e então sai da sala. Osamu e Atsumo estavam do lado de fora a minha espera, assim que sai, me joguei nos braços dos dois, deixando algumas lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto, mas as mesmas não duraram muito, apenas esfreguei meus olhos limpando as lágrimas rapidamente.

-Cinco nomes.- Falei com a voz controlada, mesmo que levemente embargada e uma expressão séria.

-Você tem certeza que é isso que você quer?- Perguntou Osamu preocupado.

-É isso que eu vou fazer, por favor, não se metam no caminho.- Pedi e sai, deixando os dois ali com olhares preocupados.

Eu quero isso mais do que tudo, Osamu...

***

Atsumo e Osamu olhavam na direção em que a irmã havia sumido, eles estavam preocupados, não exatamente com o que ela poderia fazer, mas onde isso a levaria. Eles sabiam o como a perda de Sayuri havia a afetado, sabiam que com tudo que o pai os dissera, sua mente estaria uma confusão, sabiam que ela iria querer carregar o peso do mundo sozinha.

-Devemos nos preocupar?- Perguntou Atsumo olhando finalmente para o gêmeo.

-Não faço a mínima ideia...- Respondeu Osamu recebendo um olhar surpreso do irmão. Atsumo nunca pensou que ouviria aquilo de Osamu, ainda mais com tamanha sinceridade.- O melhor a se fazer, é ficar de olho nela.

-Vamos avisar Bokuto?- Atsumo o olhou curioso.

-Você vai.- Osamu colocou uma mão no bolso e apoiou a outra no ombro de Atsumo .- Avise Bokuto, Kita, Aran, Kuroo, Kenma, Akaashi... avise todos que tem conhecimento do caso, e lembre-se, mantenha sigilo, não é algo que Amaya gostaria de saber.

 avise todos que tem conhecimento do caso, e lembre-se, mantenha sigilo, não é algo que Amaya gostaria de saber

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𝕄𝕀𝕐𝔸 - Suna Rintarou Where stories live. Discover now